Novos casos, interdi��o e preocupa��o para outros estados. A sexta-feira ficou marcada como mais um dia de tens�o em torno da s�ndrome nefroneural que p�s a capital mineira em alerta desde o �ltimo fim de semana, em caso que come�ou no Bairro Buritis, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte, e agora se torna problema nacional. Ontem, nota divulgada pela for�a-tarefa criada para lidar com a situa��o informou que o n�mero de pessoas que enfrentam os sintomas de grave intoxica��o saltaou de oito para 10. Ao mesmo tempo, o Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) e o Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica determinaram a interdi��o da f�brica da cervejaria Backer, propriet�ria da marca Belorizontina (leia mais abaixo). Em garrafas com esse r�tulo, mais precisamente das linhas de produ��o L1 1348 e L2 1348, as autoridades encontraram a subst�ncia dietilenoglicol. Quando ingerido, o composto org�nico provoca sintomas compat�veis com o quadro dos pacientes. Ele foi encontrado nas amostras de sangue de tr�s doentes colhidas pelos hospitais onde est�o internados. A companhia, no entanto, alega usar outro qu�mico em seu processo de produ��o - no caso, o monoetilenoglicol, considerado de baixa toxicidade. Ontem, o bar ligado � f�brica funcionou � noite. O movimento foi reduzido.

Quem tem em casa cervejas do r�tulo Belorizontina e quis saber o que fazer viveu um dia de informa��es desencontradas. Durante a manh�, a empresa disponibilizou um n�mero de telefone para o consumidor agendar um hor�rio e funcion�rios da companhia recolherem as garrafas do lote investigado. J� o Procon, ligado ao Minist�rio P�blico, tamb�m forneceu um contato para a popula��o entregar as cervejas. Contudo, segundo as autoridades da for�a-tarefa, � necess�rio que o cidad�o entregue as bebidas somente � vigil�ncia sanit�ria de Belo Horizonte. O �rg�o providenciou nove pontos para coleta do produto (confira a lista no EM.COM). Eles est�o espalhados pelas nove regionais da cidade e v�o operar de segunda a sexta-feira, das 8h �s 17h.  O objetivo � manter sob cust�dia do da administra��o municipal garrafas de quaisquer lotes da Belorizontina e entreg�-las para per�cia, caso seja necess�rio. Quem vive no interior do estado deve procurar os Procons municipais. Nenhuma dessas esta��es est� dispon�vel para comerciantes, e as autoridades ainda n�o indicaram como ser� a coleta das garrafas que est�o nos bares e restaurantes.

PACIENTES Com a confirma��o da presen�a da subst�ncia t�xica em amostras de sangue e na cerveja consumida pelos pacientes, tamb�m ser� definido tratamento-padr�o. Segundo nota das autoridades de sa�de, novo protocolo cl�nico para intoxica��o por dietilenoglicol ser� divulgado pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES) em breve. At� o momento, foi confirmada a presen�a do composto org�nico �ter de glicol em tr�s pacientes com sintomas da s�ndrome.

E o problema pode ultrapassar os limites do Bairro Buritis, relacionado a oito dos casos em investiga��o. A Secretaria de Estado de Sa�de ainda n�o informou se os dois casos notificados ontem t�m rela��o com o mesmo bairro. Segundo a pr�pria cervejaria, garrafas das linhas de produ��o investigadas foram distribu�das para os estados de S�o Paulo e do Esp�rito Santo, al�m de cidades mineiras e do Distrito Federal. Em Minas, lote da bebida em que foi encontrada a subst�ncia t�xica foi transportado para a Regi�o Centro-Oeste do estado, a Grande BH e os munic�pios de Tiradentes e Ouro Preto, ambos na Regi�o Central.

A nota da for�a-tarefa foi emitida um dia depois da divulga��o do laudo da Pol�cia Civil que atestou para a presen�a do �ter de glicol em cervejas da Backer. Na quinta-feira, uma opera��o nas depend�ncias da empresa terminou com a apreens�o de diversos documentos e amostragens de bebidas produzidas pela companhia.

As primeiras informa��es sobre a doen�a come�aram a circular em grupos de redes sociais no �ltimo domingo, principalmente entre moradores do Bairro Buritis, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte. Desde aquele momento, as mensagens ligavam os sintomas ao consumo da Belorizontina. Na ter�a, a s�ndrome provocou a morte de Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, que estava internado em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Ele passou as festas de fim de ano com a fam�lia no Buritis e o genro dele, Luiz Felippe Teles Ribeiro, de 37, continuava internado ontem com os mesmos sintomas.

Pacientes que enfrentam a enfermidade come�aram a apresentar o quadro cl�nico, cuja origem era um mist�rio at� quinta-feira, em dezembro �ltimo. No in�cio, problemas gastrointestinais (n�usea e/ou vomito e/ou dor abdominal). Depois, insufici�ncia renal aguda de evolu��o r�pida (em at� 72 horas) somada a altera��es neurol�gicas, como paralisia facial e descendente, borramento visual, amaurose (perda da vis�o parcial ou totalmente) e altera��o de sens�rio. No in�cio desta semana, a Secretaria de Estado da Sa�de emitiu nota t�cnica para profissionais de sa�de orientando-os a notificar casos com sintomas relacionados.

'Risco iminente � sa�de p�blica'