Trag�dia Brumadinho: sindicatos e familiares cobram justi�a e leis mais r�gidas na Alemanha

Leis mais r�gidas e justi�a na Alemanha. Essas foram algumas das pautas levantadas pelo advogado alem�o Rudiger Helm para tratar das medidas tomadas em rela��o � T�v S�d, empresa alem� contratada pela Vale para inspecionar a estrutura da barragem e garantir sua estabilidade, por conta da sua responsabilidade pelas mortes registradas na trag�dia de Brumadinho. Participaram da coletiva a Associa��o das V�timas e Atingidos no Desastre de Brumadinho (Avabrum), o Sindicato dos Trabalhadores nas Ind�strias da Constru��o Pesada de Minas e o Sindicato (Metabase-Brumadinho).

A ruptura das barragens 1, 4 e 4A da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, aconteceu em 25 de janeiro. O rompimento provocou a maior cat�strofe humana e socioambiental do Brasil, deixando 259 pessoas mortas e 11 desaparecidas sob mais de 12 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de minera��o. A lama de rejeitos tamb�m atingiu o Rio Paraopeba.

O objetivo das a��es tomadas pelos sindicatos � tornar a legisla��o mais r�gida para empresas que cometem crimes como o que ocorreu em Brumadinho. Trata-se da cria��o de novas leis que responsabilizam a empresa por toda a cadeia produtiva e uma constitui��o que garanta a prote��o as pessoas que denunciam irregularidades nas empresas em que trabalham. "Funcion�rios poderiam ter denunciado a situa��o. O que impede muito � o medo de retalia��o e da possibilidade de perder o emprego", disse Rudiger Helm. 

Isso porque as investiga��es indicam e-mails trocados entre funcion�rios da T�v S�d comprovam que a Vale pressionava os empregados. Em 13 de maio de 2018, o engenheiro Makoto Namba (T�v S�d), enviou um e-mail a Ars�nio Negro J�nior, Vin�cius da Mota Wedekin e Marl�sio Cec�lio, todos empregados da T�v S�d, �s 22h16 alertando a instabilidade da barragem. 

Os sindicatos acreditam que executivos alem�es tamb�m precisam ser responsabilizados j� que existe uma supervis�o cotidiana na empresa. "E a Alemanha n�o permite a extradi��o de cicad�es alem�es. Portanto, a condena��o desses executivos tem que ocorrer no pa�s de origem", esclarece o advogado brasileiro Maximiliano Garcez.

Em visita a Alemanha, a representante Josiane de Oliveira Melo, representando da Associa��o das V�timas e Atingidos no Desastre de Brumadinho foi surpreendida pela falta de informa��es sobre o caso e a responsabilidade da empresa alem� no epis�dio. "Foi um choque. Por se tratar de um pa�s de primeiro mundo, imaginava que a Justi�a era melhor. Mas, percebemos que as pessoas pouco sabem sobre a responsabilidade da T�v S�d no caso Brumadinho. Muito pouco � dito na m�dia. Ela continua sendo uma das maiores empresas do mundo", explicou.

Ela clama por justi�a ap�s um ano desde a trag�dia. "Temos que trabalhar para que eles sejam correspons�veis. Para as fam�lias, justi�a � igual a cadeia. Mesmo presos, eles ainda v�o poder receber seus familiares na pris�o. E n�s? N�s n�o vamos rever nossos parentes nunca mais", disse emocionada.