
Boletim divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Sa�de apresentou mais um quadro preocupante em rela��o � dengue, com n�meros que superam at� mesmo os do ano passado, quando Minas Gerais enfrentou uma epidemia da doen�a. � exatamente o que ocorre com a quantidade de mortes suspeitas da enfermidade at� 21 de janeiro: tr�s em investiga��o at� essa data em 2020, contra duas em 2019. Na compara��o com o boletim da semana passada, o relat�rio atual traz, ainda, uma explos�o dos casos prov�veis, isto �, a soma dos suspeitos com os prov�veis: um salto de 677 para 2.246, crescimento de 231%. Vale lembrar que nem todos os diagn�sticos sob suspei��o aconteceram no per�odo de sete dias, mas sim que eles passaram a fazer parte do levantamento nesse intervalo de tempo.
Outras 10 localidades t�m taxa muito alta de casos prov�veis no mesmo per�odo, ou seja, mais de 500/100 mil: Josen�polis, Bandeira, Inha�ma, Tocantins, S�o Pedro dos Ferros, S�o Jos� da Varginha, Tumiritinga, Rodeiro, Pingo d'�gua e Leme do Prado. H�, ainda, 10 cidades em m�dia incid�ncia, 255 em baixa e 576 sem casos prov�veis.
Outra informa��o trazida pelo levantamento da Sa�de estadual diz respeito aos casos de dengue classificados como graves e como alarmantes em Minas Gerais. Turmalina e Medina, ambas no Vale do Jequitinhonha, abrigam os dois pacientes com quadros cl�nicos graves, enquanto sintomas alarmantes aparecem em oito moradores do estado. Dois deles, inclusive, vivem na Grande BH: um na capital mineira e outro em Nova Lima. Montes Claros, no Norte mineiro, � outra grande cidade com um morador nesta situa��o. Ipanema, no Vale do Rio Doce, tem dois casos.
Em Belo Horizonte, boletim divulgado pela Sa�de municipal na sexta-feira informou que nove casos de dengue foram confirmados na capital mineira. Por�m, o n�mero pode aumentar substancialmente, j� que h� 256 casos notificados pendentes de resultados. Outros 39 foram investigados e descartados.


No ano passado, Minas Gerais enfrentou uma epidemia da doen�a transmitida pelo Aedes aegypti. Foram 483.081 casos, o que deu mais de 50 diagn�sticos por hora no estado – a segunda maior quantidade da d�cada, perdendo apenas para 2016. Quanto aos �bitos, em 2019 foram confirmados 173 e 99 permanecem em investiga��o.
Alerta
Na semana passada, o Minist�rio da Sa�de alertou sobre possibilidade de surto em 11 estados da Regi�o Nordeste e dois do Sudeste: Rio de Janeiro e Esp�rito Santo. Para o infectologista Carlos Starling, a amea�a do surto deve se estender a Minas Gerais, uma vez que n�o ocorreu nenhuma mudan�a estrutural que levasse a uma queda significativa nos casos da doen�a.
“Somos limitados em termos de medidas de controle da dengue. O mosquito � muito bem adaptado �s condi��es urbanas. Do ano passado pra c�, as cidades n�o mudaram e o mosquito tamb�m n�o mudou. Ent�o, continuaremos tendo n�mero expressivo de casos, infelizmente”, afirmou. Entre os problemas, ele cita o grande n�mero de lotes vagos que se tornam criat�rios do mosquito.
Preocupa��o com a chikungunya
N�o � s� com a dengue que Minas Gerais enfrenta problemas neste ano. Os n�meros de casos investigados da febre chikungunya, tamb�m transmitida pelo Aedes aegypti, aumentaram bastante na compara��o entre o boletim de ontem e o da semana passada: saltaram de oito para 44.
No ano passado, no mesmo per�odo, 63 diagn�sticos eram investigados ou j� estavam confirmados. Em 2019, foi confirmado um �bito por chikungunya em Patos de Minas, e existe outro ainda em investiga��o. Em 2020, n�o houve registros de vidas perdidas.
Outra enfermidade ligada ao inseto � o zika v�rus. S�o, at� o momento, 11 casos prov�veis da doen�a em Minas Gerais, sendo dois em gestantes. No ano passado, foram 705, sendo 163 em gr�vidas.