
O registro dos primeiros casos de dengue em 2020 aponta para progn�stico nada animador: Minas Gerais pode enfrentar, neste ano, a d�cima epidemia da doen�a desde 2009. O pico da enfermidade ocorre nos meses de mar�o, abril e maio, quando os casos aumentam consideravelmente. No entanto, os n�meros registrados at� o momento j� s�o quatro vezes maiores do que os do mesmo per�odo do ano passado. Nos primeiros 14 dias de janeiro, foram registrados 677 casos prov�veis de dengue, o que corresponde a uma m�dia de 48 infec��es pelo v�rus notificadas � sa�de p�blica a cada dia. As autoridades investigam se a doen�a foi a causa de uma morte, mas ainda n�o h� confirma��o. Por�m, a dificuldade no controle do vetor e o baixo engajamento da popula��o no combate geram cen�rio desafiador para as autoridades sanit�rias e m�dicas.
O infectologista informa que est� em circula��o o tipo dois do v�rus da dengue, o mesmo que causou epidemia da doen�a no estado no ano passado, provocando caos na sa�de em v�rias cidades. Em Belo Horizonte, a prefeitura chegou a abrir centros exclusivos para o atendimento aos doentes para desafogar as unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). “Devemos ter sim, infelizmente, muitos casos”, refor�a. Outro indicador que preocupa � a infesta��o alta do mosquito nos munic�pios, conforme o Levantamento de �ndice R�pido (Lira). “Os ovos do mosquito – que j� nasce infectado pelo v�rus – est�o eclodindo e se transformando em larvas”, diz.
As tempestades de ver�o, muito comuns em janeiro, acendem ainda mais a preocupa��o com a prolifera��o do mosquito, que � vetor tamb�m da chikungunya e da zika. A falta de cuidado com a �gua da chuva parada aumenta os locais onde o mosquito pode se reproduzir. Vale lembrar que em 2019 houve epidemia da doen�a: foram 116.484 casos, com 173 mortes causadas pela dengue. Outros 101 �bitos seguem em investiga��o.
Focos
Os casos registrados nos primeiros dias do ano demonstram que � preciso redobrar a preven��o para impedir a prolifera��o de criat�rios do mosquito. Carlos Starling refor�a a import�ncia da popula��o para barrar o avan�o da doen�a ao adotar medidas para impedir �gua parada. “A orienta��o que o governo do estado d� � para a popula��o se preocupar com seu espa�o dom�stico, onde fica a maior parte dos focos. A recomenda��o v�lida inclui ficar atento ao lixo, � �gua parada no vaso de flor e em outros lugares. Isso est� muito bem divulgado. As pessoas t�m que fazer a parte delas”, diz.
Outra medida preventiva � o uso de repelente, principalmente para pessoas idosas, mais vulner�veis a infec��o mais graves. “Mas � preciso que seja repelente aprovado pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Nacional (Anvisa). Os repelentes confeccionados � base de citronela n�o resolvem”, explica.
De acordo com a Secretaria de Estado da Sa�de, 84% dos focos do mosquito s�o encontrados dentro das resid�ncias. Por essa raz�o, cuidados di�rios devem ser mantidos pela popula��o em todas as �pocas do ano. A orienta��o � eliminar �gua parada em pratos de plantas, vasilhames no quintal, calhas entupidas e caixas de �gua destampadas.
Os agentes de combate a endemias fazem vistorias nas resid�ncias, instruindo os moradores a n�o deixar a �gua parada em qualquer tipo de recipiente e, assim, evitar o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. Em 2019, de janeiro a dezembro, foram realizadas quase 5 milh�es de vistorias no estado.
Doen�as infecciosas
O munic�pio de Campo Belo, na Regi�o Centro-Oeste do estado, lidera o n�mero de casos suspeitos at� o momento, com 126 registros, seguido de Josen�polis, no Norte de Minas, com 106. Desde 2018, foi identificada a predomin�ncia do sorotipo DENV2 em circula��o em Minas. At� ent�o, circulava o sorotipo DENV1. Al�m da epidemia de dengue, Minas registrou no ano passado 2.828 casos prov�veis de chikungunya e 703 de zika, doen�as tamb�m transmitidas pelo Aedes aegypti. Neste ano, foram notificados at� o momento oito casos prov�veis da primeira doen�a e um de zika.