
A Avenida dos Andradas est� parcialmente interditada na manh� desta segunda-feira em fun��o da queda de vigas de sustenta��o sobre o Ribeir�o Arrudas, no Centro de Belo Horizonte.
A for�a da correnteza devido �s chuvas dos �ltimos dias fez com que o volume de �gua subisse, arrancando pelo menos quatro vigas de concreto entre a Avenida Francisco Sales e a Alameda Ezequiel Dias.

Segundo a BHTrans, h� uma faixa interditada em cada sentido, ao lado da mureta de prote��o do ribeir�o. O local est� sinalizado. Por volta das 8h15, a BHTrans informou que n�o havia atraso significativo das linhas de �nibus que passam pela regi�o. Mais cedo, o tr�nsito era lento no sentido Pra�a da Esta��o.
08h14 Estamos monitorando as linhas do transporte coletivo que passam pelo local. Sem atrasos significativos at� o momento.
%u2014 OficialBHTRANS (@OficialBHTRANS) January 27, 2020
"Av. dos Andradas, entre Av. Francisco Sales e Al Ezequiel Dias" https://t.co/ujHjuYzA8P pic.twitter.com/r11b82vXon
Susto no Arrudas: entenda por que as �guas jorraram
As imagens dos jatos de �gua que alcan�aram cinco metros de altura – medida superior � dos postes de luz – em pleno canteiro central da Avenida Andradas, no Centro de Belo Horizonte deram a dimens�o do volume de chuvas na cidade �ltimos dias. Compartilhado por milhares de pessoas, o v�deo que mostra a cena provocou preocupa��o em quem passa pela via. O asfalto da avenida foi afetado com a for�a do rio? O Arrudas pode transbordar e inundar a regi�o? Engenheiros ouvidos pelo Estado de Minas afirmam que o evento raro � resultado de uma press�o fora do normal causada pelo volume de �gua, mas que n�o representa riscos para o asfalto. No entanto, afirmam que o perigo de enchentes no local � real e lembram que canaliza��o de rios � medida antiquada na engenharia moderna e que outros tipos de obras passaram a ser adotadas.
OUTRO �NGULO: V�deo mostra estragos na Avenida dos Andradas, em Belo Horizonte. Chuva provoca interdi��o da via pic.twitter.com/BTNyDcz3H3
%u2014 Estado de Minas (@em_com) January 25, 2020
"No meio da Andradas tem o que chamamos de suspiro. � uma caixa respirat�ria, que serve como um colch�o para aliar a press�o do ar que ocorre com o forte deslocamento da �gua", explica o engenheiro Henrique Castilho Marques de Sousa, superintendente da Sudecap (Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital). Segundo Castilho, as estruturas vazadas de concreto no jardim central t�m exatamente a fun��o de reduzir a for�a da �gua ao longo da canaliza��o. Caso n�o houvesse esse "respiro para o Arrudas", os danos seriam significativos na avenida. "� um c�lculo estrutural. Os repiros servem como al�vio para a carga hidr�ulica e evitam que estrutura seja comprometida. O volume e a velocidade da �gua foram t�o grandes que algumas estruturas se soltaram com o respiro do rio. � at�pico, mas n�o houve qualquer dano � base da via", afirma o chefe da Sudecap.


Ele lembra que o Arrudas recebe �gua de todos os c�rregos e rios das regionais Oeste, Leste, Centro-Sul e do Barreiro, o que levou a uma tromba d'�gua incomum durante as chuvas dos �ltimos dias. A Sudecap mant�m monitoramento na Andradas e n�o foram constatados riscos no asfalto. "Na pista, temos as juntas de dilata��es, que ficam entre as tampas do canal e a pavimenta��o. Elas s�o feitas exatamente para se movimentar quando necess�rio e n�o causar danos na estrutura", diz Castilho.
Para o engenheiro Geovanni Cremosi, o volume de chuva superior a 170 mil�metros em 24 horas fez com que o sistema de drenagem da cidade ficasse saturado. "Temos hoje grandes �reas n�o perme�veis, o que sobrecarrega as estruturas de drenagem. Com volumes t�o acima da m�dia como tivemos, j� � esperado que sistema tenha problemas. E com chuvas cada vez mais volumosas, temos regi�es, como �s margens da avenida Andradas, em que existe o risco de alagamentos", conta Geovanni.
Menos canaliza��es
A canaliza��o completa de rios � considerada pelos t�cnicos como ultrapassada pelos padr�es modernos da engenharia. " Vemos a tend�ncia em v�rias cidades de se deixar os grandes rios ao ar livre, no lugar de tamp�-los completamente. Mas cada situa��o precisa ser estudada", analisa o engenheiro.
O superintendente da Sudecap ressalta que algumas obras que est�o sendo feitas em Belo Horizonte n�o apostam mais na canaliza��o dos rios para evitar alagamentos, mas na constru��o de reservat�rios. "N�o posso comentar sobre obras feitas em gest�es passadas. Na d�cada de 1990 a engenharia da �poca apresentou essa solu��o. A cidade precisava direcionar a �gua e na �poca foram feitos os estudos necess�rios. Hoje estamos mudando a maneira de trabalhar em alguns locais. Por exemplo, no Vilarinho (Venda Nova), vamos fazer grandes reservat�rios de �gua no lugar de canalizar a �gua", afirma Castilho.