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Estado de Minas

Em apenas um m�s, BH recebeu a chuva de um ano inteiro

De 1� at� 29 de janeiro de 2020, capital mineira registrou 932,3mm de chuva. Em todo o ano de 2019, as precipita��es somaram 986,6mm


postado em 30/01/2020 06:00 / atualizado em 30/01/2020 08:07

Alagamentos em BH se devem ao fenômeno atmosférico que 'canalizou' para Minas a umidade vinda do Oceano Atlântico(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Alagamentos em BH se devem ao fen�meno atmosf�rico que 'canalizou' para Minas a umidade vinda do Oceano Atl�ntico (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

 

Fen�meno raro que dificulta a previs�o exata do volume de chuva que cair� em determinado lugar, o cavado, de acordo com meteorologistas, � a causa da inunda��o de v�rios bairros de Belo Horizonte na noite de ter�a-feira (28). Considerado incomum em Minas Gerais, o evento atmosf�rico ocorre devido � ondula��o no fluxo de ventos em v�rios sentidos junto de corredores de umidade (as zonas de converg�ncia). Isso resulta em temporais que transformam ruas e avenidas em “rios”. A dois dias de acabar, janeiro j� registrou volume de chuva (932,3 mil�metros) quase igual �quele que caiu na capital mineira em todo o ano de 2019 (986,6 mil�metros). Foi o in�cio de ano mais chuvoso da hist�ria da capital desde o in�cio das medi��es, h� 110 anos.

 

“Na noite de ter�a-feira, tivemos o cavado atuando na capital e atingindo v�rios bairros. Um evento raro, muito parecido com a frente fria, s� que n�o provoca queda de temperatura. Ele pode ser explicado pela alta umidade devido �s chuvas das �ltimas semanas e ao aumento da temperatura do ar, que subiu rapidamente. Tivemos umidade acima de 60% e temperatura de 31,2 graus. O cavado � como se fosse a canaliza��o de toda a umidade que vem do Oceano Atl�ntico, formando um corredor de nuvens muito carregadas em v�rias alturas atmosf�ricas”, explica o meteorologista Ruibran dos Reis. Segundo ele, o sistema continuar� atuando no estado pelo menos at� o fim desta semana.

 

 

Recorde


O meteorologista compara o alto volume de chuvas deste m�s com aquele observado no in�cio de 1985, quando foram registrados 850,3 mil�metros na capital. “Ao longo das �ltimas d�cadas, tivemos alguns janeiros chuvosos parecidos com este. Foi o caso de 1985 e 2003, quando registramos 781,3 mil�metros. Naquele ano, tivemos o dia mais chuvoso de BH. Isso ocorreu em 16 de janeiro, que recebeu 217,5 mil�metros de �gua”, conta Ruibran. De acordo com a Defesa Civil da capital, a m�dia para o m�s de janeiro na cidade � de 329,1 mil�metros.

 

 

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

 

Especialistas alertam que fevereiro tamb�m ser� chuvoso, com possibilidade de novas tempestades na capital e em outras cidades. “Devido � Zona de Converg�ncia do Atl�ntico Sul (ZCAS), que vem atuando desde o in�cio do ano, a previs�o � de mais um per�odo com alto volume de chuva”, afirma Ruibran.

 

Em compara��o com janeiro de 2019, o volume de chuvas deste m�s foi 10 vezes maior na capital mineira. O meteorologista da Somar, Celso de Oliveira, explica a atua��o do cavado recorrendo � imagem de ondas formadas na atmosfera.

 

“Verdadeiras ondas circulam no ar, exatamente como nos oceanos. N�o podemos enxerg�-las, porque s�o transparentes e invis�veis, mas elas v�o transitando de uma regi�o para outra, acumulando umidade”, compara.

 

O meteorologista lembra que o grande fluxo de umidade vindo do Oceano Atl�ntico j� � conhecido pelos especialistas. Dessa forma, tempestades s�o esperadas de tempos em tempos.

 

“Apesar dos problemas enormes deste ano, at� o final da d�cada passada, no in�cio dos anos 2000, epis�dios de chuvas extremas eram muito comuns. H� 20 anos, o que discut�amos n�o era se ter�amos chuva extrema, mas quando e onde ela cairia. �s vezes, a regi�o atingida era o Esp�rito Santo, outras vezes Minas Gerais, de vez em quando o Rio de Janeiro, e, mais esporadicamente, o Sul da Bahia”, explica Celso de Oliveira.


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