
A diretora de marketing da Backer, Paula Lebbos, cogitou, pela primeira vez, a hip�tese de um erro interno da cervejaria, no caso de cervejas da marca contaminadas por dietilenoglicol. Na entrevista exclusiva ao Estado de Minas, publicada no domingo (9/2), ela tamb�m contou que foi pessoalmente a um hospital, verificar rumores de Whatsapp sobre o caso, no come�o do ano. Abaixo, voc� ouve a �ntegra do epis�dio da s�rie especial de podcast O caso Backer, com Paula Lebbos.
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Entenda o caso Backer
No fim de dezembro, pacientes come�am a apresentar sintomas de uma doen�a misteriosa. No in�cio, problemas gastrointestinais (n�usea e/ou v�mito e/ou dor abdominal). Depois, insufici�ncia renal aguda de evolu��o r�pida (em 72 horas) somada a altera��es neurol�gicas, como paralisia facial e descendente, borramento visual, amaurose (perda da vis�o parcial ou totalmente), entre outros sintomas.
Em 4 de janeiro, come�am a circular nas redes sociais, principalmente no WhatsApp, boatos sobre a doen�a grave entre moradores do Bairro Buritis, na Regi�o Oeste de BH. Usu�rios ligam a enfermidade ao consumo de produtos de um supermercado e da Cervejaria Backer, que negaram os conte�dos compartilhados.
Em 5 de janeiro, a Secretaria de Estado de Sa�de se manifesta, pela primeira vez, sobre o caso. A pasta abre um inqu�rito epidemiol�gico. No dia seguinte, confirma a interna��o de sete pacientes com o mesmo quadro, batizado de s�ndrome nefroneural, e emite nota t�cnica. A Pol�cia Civil informa que vai apurar o caso.
At� dia 7 de fevereiro, foram notificados 31 casos suspeitos pela SES, sendo seis mortes. Exames de sangue confirmaram a presen�a do dietilenoglicol em quatro pacientes, sendo um deles Paschoal Demartini Filho, morto em 8 de janeiro. H� notifica��es em 10 munic�pios mineiros.
O Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) determinou a interdi��o da f�brica da Backer. E a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria determinou a proibi��o da venda de todas as marcas da cerveja Backer com validade a partir de agosto de 2020. An�lises do Mapa encontraram a presen�a do dietilenoglicol ou monoetilenoglicol, ambas subst�ncias t�xicas, em 41 lotes contaminados de 10 r�tulos da cervejaria. Ele tamb�m encontrou os agentes qu�micos na �gua e em equipamentos da ind�stria.
O dietilenoglicol e o monoetilenoglicol s�o subst�ncias t�xicas usada no processo de refrigera��o de cervejarias. Elas circulam em uma serpentina, situada em volta de tanque de inox, e n�o podem ter contato com a bebida.
Laudos da Pol�cia Civil n�o encontraram as subst�ncias na �gua da cervejaria, mas apontam a presen�a na bebida e em equipamentos da Backer. Documento produzido por qu�mico contratado pela Backer tamb�m descarta as subst�ncias na �gua e encontra dietilenoglicol e monoetilenoglicol nas garrafas.
Embora a Backer informe n�o usar o dietilenoglicol na produ��o, a Pol�cia Civil identificou que a f�brica que fornece o fluido congelante adulterava o material, misturando os dois agentes. Mas ainda n�o se sabe o que levou � contamina��o da bebida. Ainda n�o h� previs�o para a conclus�o do inqu�rito.
De acordo com a PC, h� 34 casos em investiga��o sob responsabilidade do delegado Fl�vio Grossi, nenhum anterior � outubro de 2019. Apesar disso, a Sociedade Mineira de Nefrologia orientou m�dicos a notificarem casos antigos compat�veis com os sintomas que n�o tiveram um diagn�stico. Come�am a aparecer v�rios pacientes que se enquadram nesta situa��o que remetem a dezembro de 2018.