
A��o em benef�cio do patrim�nio de Minas come�a a dar frutos e, para a boa colheita, h� importante participa��o popular. Lan�ada em setembro de 2017, a campanha Abrace Maca�bas, em benef�cio do Mosteiro de Nossa Senhora da Concei��o de Maca�bas, em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, ter� hoje um momento decisivo, com a assinatura do contrato para descupiniza��o do pr�dio de 6,6 mil metros quadrados de �rea constru�da. “Esta etapa � fundamental para a preserva��o deste patrim�nio com mais de 300 anos de hist�ria, pois a maior parte da estrutura � em madeira”, diz a abadessa, madre Maria Imaculada de Jesus H�stia.
No valor de R$ 100 mil, a a��o vai resolver um dos problemas mais s�rios da constru��o tombada. Na capela aberta aos fi�is aos domingos, por exemplo, os insetos j� “devoraram” peda�os do piso de t�buas corridas. Parceira das monjas concepcionistas na empreitada, a Associa��o Cultural Comunit�ria de Santa Luzia atua em mais duas frentes: o projeto el�trico, em andamento, e o de combate a inc�ndio.
O presidente da entidade cultural, Adalberto Andrade Mateus, destaca Maca�bas como um dos expoentes do estado que, em 2020 comemora 300 anos da separa��o das capitanias de Minas e S�o Paulo. “O mosteiro impressiona pelas dimens�es e conserva��o externa, mas por dentro precisa de reforma imediata de todo o sistema el�trico, descupiniza��o, enfim, de obra de restauro”. As iniciativas de conserva��o t�m apoio do Memorial da Arquidiocese de BH, da Par�quia Santa Luzia e Vicariato da A��o Mission�ria das Cidades Hist�ricas. Todas as a��es s�o acompanhadas pelo promotor de Justi�a da comarca, Marcos Paulo de Souza Miranda, com obras fiscalizadas por comiss�o da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Santa Luzia, Iepha e Iphan.
No ano passado, dentro da campanha Abrace Maca�bas, foi restaurado o muro de prote��o, erguido no s�culo 18, do mosteiro localizado �s margens do Rio das Velhas – mas o dinheiro n�o veio da contribui��o popular. A preserva��o da estrutura de adobe, exemplar �nico local, resultou do entendimento entre o Minist�rio P�blico de Minas Gerais, a Prefeitura de Santa Luzia e um empreendedor luziense que custeou os R$ 105 mil da interven��o.
Sinais de perigo

De deserdadas a figuras ilustres
Conhecer o Mosteiro de Maca�bas, como � carinhosamente chamado o recolhimento das religiosas concepcionistas, representa experi�ncia �nica: ali est�o as monjas, roseiras para fazer vinho, entre muitas ora��es e trabalho duro. Na entrada principal, onde se l� a palavra clausura, v�-se em destaque a pintura de um personagem fundamental nesta hist�ria: o eremita F�lix da Costa, que veio da cidade de Penedo (AL), em 1708, pelo Rio S�o Francisco, na companhia de irm�os e sobrinhos.
Demorou tr�s anos para chegar a Santa Luzia, onde construiu uma capela dedicada a Nossa Senhora da Concei��o, de quem era devoto. No s�culo 18, quando as ordens religiosas estavam proibidas de se instalar nas regi�es de minera��o por ordem da coroa portuguesa, havia apenas dois recolhimentos femininos em Minas: al�m de Maca�bas, um em Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha.
Tais espa�os recebiam mulheres de v�rias origens, as quais podiam solicitar reclus�o definitiva ou passageira. Assim, os locais abrigavam meninas e mulheres adultas, �rf�s, pensionistas, devotas. Algumas se estabeleciam temporariamente, para “guardar a honra”, enquanto maridos e pais estavam ausentes da col�nia, ou ainda como ref�gio para aquelas consideradas desonradas pela sociedade da �poca.
Maca�bas recebeu figuras ilustres, como as filhas da escrava alforriada Chica da Silva, que vivia com o contratador de diamantes Jo�o Fernandes. A casa na qual Chica se hospedava fica ao lado do convento. Como parte do pagamento do dote das filhas, Fernandes mandou construir, entre 1767 e 1768, a chamada Ala do Serro, com mirante e 10 celas (quartos para as religiosas).
Em 1847, o recolhimento passou a funcionar tamb�m como col�gio, tornando-se um dos mais tradicionais de Minas. Essa situa��o durou at� as primeiras d�cadas do s�culo 20, quando a escola entrou em decad�ncia, devido � chegada de congrega��es religiosas europeias com grande experi�ncia na educa��o de meninas. J� em 1933, a constru��o passou a abrigar o mosteiro da Ordem da Imaculada Concei��o.
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Caixa Econ�mica Federal, em nome do Mosteiro de Nossa Senhora da Concei��o Maca�bas – Ag�ncia: 1066, opera��o 013, conta poupan�a 75.403/4 e CNPJ: 19.538.388/0001-07