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Estado de Minas

Conhe�a o vigia que passa noites com o perigo em pr�dio interditado no Buritis

Trabalhador que dorme em edif�cio vizinho a pr�dio demolido v� da janela lonas se multiplicarem em encostas do bairro, em uma das regi�es mais afetadas pela chuva em BH


postado em 17/02/2020 06:00 / atualizado em 17/02/2020 19:04

(foto: Mateus Parreiras/EM/DA Press)
(foto: Mateus Parreiras/EM/DA Press)

Da janela do c�modo em que dorme, em um edif�cio interditado que teve o bloco vizinho demolido h� oito anos, o vigia Ant�nio H�lio Souza Cruz, de 42 anos, observa um fantasma que p�e em d�vida sua seguran�a, mas ainda n�o foi suficiente para tir�-lo de l�. A paisagem que ele vislumbra � remanescente do desabamento do Edif�cio Vale dos Buritis, em 10 de janeiro de 2012, e da posterior demoli��o do Bloco 2 do Edif�cio Art de Vivre, tr�s dias depois, no Bairro Buritis, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte. O epis�dio envolvendo as duas constru��es � uma demonstra��o de como o solo que sustenta os alicerces de edifica��es pode ceder e provocar trag�dias diante de chuvas intensas. Mesmo que o incidente n�o tenha provocado morte, os propriet�rios dos apartamentos tiveram grande preju�zo, pois s� em 2017 conseguiram uma indeniza��o, de R$ 120 mil, na Justi�a.

 

 

 

Mas as li��es representadas pelo desabamento de um pr�dio e demoli��o de outro parecem n�o ter sido suficientes. Em um raio de apenas um quarteir�o em torno do Bloco 1 do Edif�cio Art de Vivre, que est� interditado e sob disputas judicias, onde dorme Ant�nio, a equipe do Estado de Minas identificou nada menos do que cinco outros pontos pr�ximos a pr�dios residenciais nos quais, devido ao encharcamento do solo e a deslizamentos, foi preciso usar lonas para cobrir vastas extens�es de terreno. A Defesa Civil recomendou essas a��es, e os trabalhos n�o param para remover o que desceu dos barrancos e reconstituir estruturas de drenagem que impedem que o solo ceda mais e ameace os alicerces de edifica��es vizinhas. “� perigoso. Se n�o fosse, n�o estariam trabalhando para cobrir tudo. Mas aqui onde estou, n�o acho que vai desmoronar. Tem uma base s�lida debaixo”, acredita o vigia.

 

Um sintoma que mostra como a destrui��o n�o escolhe posi��o social ou condi��o financeira � o intenso uso de lonas em bairros de todas as regi�es da cidade. O material usado como provid�ncia emergencial para que o solo n�o se sature e desabe tornou-se presen�a disseminada aos p�s de barracos e sobre as funda��es de grandes edif�cios residenciais. O EM apurou que, em 10 grandes dep�sitos de material das regi�es Oeste e Centro-Sul – as mais afetadas pelas chuvas – as vendas de lonas aumentaram entre 55% e 70%.

Lonas enormes cobrem encostas de bairro da Região Oeste de Belo Horizonte que ficou marcado pelo desmoronamento de edifício em 2012(foto: Mateus Parreiras/EM/DA Press)
Lonas enormes cobrem encostas de bairro da Regi�o Oeste de Belo Horizonte que ficou marcado pelo desmoronamento de edif�cio em 2012 (foto: Mateus Parreiras/EM/DA Press)

 

“Tem muita gente cobrindo os telhados e os barrancos at� que a chuva passe, muitos im�veis na Barragem Santa L�cia e regi�o. Vendiam-se 30 rolos de lona ao m�s, agora est�o saindo em m�dia 70 (crescimento de 133%)”, informou Wagner L�cio Souza, da Carmo Sion Materiais de Constru��o, na Regi�o Centro-Sul da capital. O Dep�sito Magi, na Regi�o Oeste, multiplicou suas vendas de lonas s� com os atingidos da Regi�o Oeste pr�ximo � Avenida Teresa Cristina. “Antes, vend�amos 110 metros por m�s, agora, sai toda semana essa quantidade. Quase tudo para a �rea da Teresa Cristina. At� um funcion�rio daqui precisou de lona, porque a casa dele no Bairro Vista Alegre ficou debaixo da lama”, conta o vendedor Diego Alexandre da Silva.

 

Segundo a professora Maria Giovana Parizzi, do Departamento de Geologia da UFMG, o uso de lonas para revestir o solo pr�ximo a constru��es ou em �rea que sustenta edifica��es � um paliativo. “Isso evita a satura��o do solo com a �gua das chuvas. � preciso colocar muita lona mesmo, mas isso � emergencial. Tem de ser tempor�rio. Depois, � preciso erguer v�rias estruturas de conten��o, muros de arrimo, telas que grampeiem o solo para segurar, cortinas atirantadas para enfrentar a gravidade e para refor�ar a resist�ncia e dar apoio para conter o solo, lembrando que sempre � necess�ria uma drenagem associada, para que a �gua saia do terreno”, afirma.

 

(foto: Mateus Parreiras/EM/DA Press)
(foto: Mateus Parreiras/EM/DA Press)

Em comunidades mais carentes, deslizamentos deixam imóveis dependurados, enquanto em outras moradores tentam se resguardar cobrindo barrancos(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Em comunidades mais carentes, deslizamentos deixam im�veis dependurados, enquanto em outras moradores tentam se resguardar cobrindo barrancos (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)
 

 

Resposta emergencial para minimizar danos

 

Os reflexos dos estragos que deixaram marcas em Belo Horizonte foram amenizados com uma grande estrutura de Defesa Civil mobilizada pela prefeitura da capital. Segundo a administra��o municipal, foram distribu�dos 2.640 metros de lonas para que a popula��o atingida protegesse telhados e solos em �reas de risco geol�gico, material suficiente para cobrir um ter�o do comprimento da Avenida Teresa Cristina.

 

Outras necessidades dos atingidos tamb�m precisaram ser atendidas para que pudessem ser acolhidos enquanto n�o podiam retornar a suas casas. Para isso, foram distribu�das 2.034 cestas b�sicas desde 25 de janeiro. Outros insumos foram entregues aos necessitados, como 2.414 colch�es, 1.557 cobertores, 715 len��is, 60 kits de limpeza e 10.430 marmitas embaladas em recipientes t�rmicos.

 

“Desde 23 de janeiro, 2.500 funcion�rios est�o nas ruas da cidade, entre eles 945 garis. � importante esclarecer que esse efetivo estava respons�vel pela limpeza e desobstru��o das vias e que todos os �rg�os da prefeitura est�o empenhados nos trabalhados. Al�m dos trabalhadores, foram disponibilizadas 266 m�quinas”, informou a prefeitura.

 

A administra��o municipal destaca que o “grande volume de chuva provocou o encharcamento do solo em toda cidade e potencializou o risco geol�gico, com ocorr�ncias de quedas de muros, deslizamentos e desabamentos”. Com essa situa��o, as fam�lias que precisaram deixar suas casas e que n�o contavam com uma rede de apoio pessoal para acolhimento (amigos, parentes, vizinhos) foram encaminhadas para pousadas preparadas pela prefeitura. “Foram disponibilizadas 500 vagas, em seis pousadas. S�o 309 pessoas acolhidas, com garantia de abrigamento, quatro refei��es di�rias e atividades de socializa��o promovidas por diferentes �rg�os municipais”, acrescentou a PBH.

 

O munic�pio destaca que a hospedagem � uma medida provis�ria. A Urbel realizou cerca de 500 remo��es de pessoas. A maioria das interdi��es por riscos geol�gicos fica na Vila Bernadete, onde 62 im�veis foram vistoriados preventivamente, sendo 27 interditados, cinco parcialmente interditados e 30 liberados. “Todos os moradores dos 62 im�veis vistoriados foram notificados e orientados a n�o expor a pr�pria vida e de familiares a riscos de morte, e a ligar para o 199 em caso de necessidade”, orienta a prefeitura. 


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