
J� deixou o Centro de Terapia Intensiva (CTI) o homem que foi salvo por um jovem policial depois que seu carro caiu no Ribeir�o Arrudas. O acidente ocorreu em 16 de fevereiro, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte e ganhou repercuss�o nas redes sociais em fun��o do altru�smo do policial militar Andr� Zappal�, de 26 anos, que patrulhava a �rea com outros dois militares e, ao ver o carro em chamas, desceu com ajuda de uma corda para salvar a v�tima.
Enquanto um dos colegas continha a popula��o e o outro chamava por resgate especializado, o soldado Zappal� e tr�s populares quebraram a porta do carro e retiraram o motorista. “O militar est� sempre preparado. Ele n�o espera o que vai acontecer, mas tem que estar sempre preparado para o que vier. Quando me deparei com a situa��o, vi que ali eu tinha que tomar uma atitude, que tinha uma miss�o importante e consegui ajudar”, disse.
Os familiares do motorista Jos� Marcos, de 60, contaram que o carro perdeu o controle no momento do acidente. Segundo o filho da v�tima, a atitude de bravura do policial foi crucial para a sobreviv�ncia de seu pai. “Geralmente nem � a fun��o de um policial. Ele, por amor � vida do pr�ximo, pulou no ribeir�o e com ajuda de rapazes conseguiu retirar meu pai do carro, um senhor de idade que estava sem for�a alguma para sair”, disse Jos� Marcos Batista Souza Filho. “Se n�o fosse a ajuda deles, num momento desse meu pai j� estaria morto. N�o tem como agradecer essa a��o. S� Deus mesmo para retribuir”, acrescenta.
Depois de deixar o CTI na semana passada, o condutor do ve�culo permanece hospitalizado em observa��o. No entanto, segundo o filho dele, j� est� melhorando e retomando a lucidez. O rapaz disse que um encontro com os “her�is” ser� marcado quando o pai estiver recuperado.
Honra
Com a atitude, o militar sofreu queimaduras de 2º grau nos dedos das m�os e precisou ser afastado por recomenda��o m�dica. “Na hora de querer ajudar o pr�ximo a gente n�o pensa nas consequ�ncias. A sensa��o de ajudar o pr�ximo, de dever cumprido, vai al�m dos ferimentos nas m�os”, disse o militar, que � policial h� tr�s anos. “Tive a honra de cumprir o nosso juramento que diz: mesmo com o sacrif�cio da pr�pria vida”.
Com a repercuss�o nas redes sociais, o policial agradeceu o reconhecimento da Pol�cia Militar e da popula��o, no entanto, ele alerta que a atitude pode ser perigosa. “N�o aconselho ningu�m a fazer o que a gente fez, mas se a gente n�o tivesse feito aquilo, poder�amos ter perdido aquela vida”, disse.
A a��o do militar pode render uma promo��o dentro da corpora��o. A PM apura, em processo administrativo, o m�rito de ato de bravura do soldado Zappal�. De acordo com o artigo 21 do Decreto Estadual 44.557, de 28 de junho de 2007, “a promo��o por ato de bravura � decorrente da a��o praticada pela pra�a, de maneira consciente e volunt�ria, com evidente risco � vida e da qual n�o se tenha beneficiado o agente ou pessoa de seu parentesco at� 4º grau, cujo m�rito transcenda em valor, aud�cia e coragem a quaisquer atitudes de natureza negativas porventura cometidas”.
Aten��o
Um outro homem que tentou descer na calha do ribeir�o para prestar socorro quebrou a perna e tamb�m precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros. No dia do acidente, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais emitiu uma nota alertando para que a popula��o n�o se arrisque em resgates perigosos. Neste caso, segundo a corpora��o, apenas os policiais poderiam ter arriscado suas vidas.
“O Corpo de Bombeiros recomenda que a popula��o sem os devidos treinamentos ou com capacidade t�cnica para tal n�o se aventure a realizar salvamentos em locais de risco ou de dif�cil acesso, sob o risco destes se tornarem v�timas”, diz o texto.