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Estado de Minas OPORTUNIDADE E PREJU�ZO

Chuva � tempo de preju�zo? Nem sempre. Veja quem est� lucrando com o aguaceiro

Se a esta��o cria transtornos e despesas para a cidade, aquece servi�os como o de consertos de sombrinhas e venda de capas, e garante sustento de muita gente


postado em 07/03/2020 04:00 / atualizado em 07/03/2020 10:35

Na Praça Sete, pessoas que trabalham com reparo de guarda-chuvas têm seu maior período de faturamento... (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Na Pra�a Sete, pessoas que trabalham com reparo de guarda-chuvas t�m seu maior per�odo de faturamento... (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

Enquanto a temporada de chuvas tem causado transtornos e preju�zos para alguns, para outros, os temporais v�m gerando lucro. Se buracos se tornaram um tormento em boa parte da cidade, por exemplo, consertos de guarda-chuvas e sombrinhas viram um neg�cio nesta �poca do ano. Trabalhando h� 15 anos na Pra�a Sete, no centro da capital, Ediney Lopes, de 40 anos, contabiliza. “T� bom demais. Estava chegando a consertar umas 50 a 70 sombrinhas e guarda-chuvas e ganhando R$ 400, R$ 500”, contou.
%u2026 já a interdição volta a locais como o trecho da Avenida Assis Chateaubriand, junto ao Parque Municipal(foto: Fred Bottrel/EM/D.A Press)
%u2026 j� a interdi��o volta a locais como o trecho da Avenida Assis Chateaubriand, junto ao Parque Municipal (foto: Fred Bottrel/EM/D.A Press)

O pre�o cobrado pelo conserto gira em torno de R$ 5 a R$ 20. Os temporais at�picos que atingiram Minas Gerais neste ano aumentam a procura pelo servi�o. Tanto Ediney quanto os colegas de profiss�o t�m aproveitado bem o tempo chuvoso, j� que, quando o sol aparece, a demanda praticamente some. “A gente at� conserta guarda-sol, sombrinha de pipoqueiro, mas � dif�cil”. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), apesar da diminui��o do volume da chuva no estado, as precipita��es v�o continuar neste fim de semana, com tend�ncia de pancadas isoladas nos pr�ximos 15 dias.
 
Durante o carnaval, uma das fontes de renda sazonais de ambulantes foi a venda de capas de chuva. Se n�o chovesse, era vendido a R$ 5 nos blocos de rua. Chovendo, a R$10. O pre�o variava de acordo com a localiza��o na cidade. Em regi�es consideradas mais nobres, chegava a dobrar. Um dos ambulantes at� adotou o slogan, “Na Savassi � R$ 10, na minha m�o � R$ 5”.
 
Se o per�odo ajudou em determinados setores, prejudicou em outros. Pessoas que moram ou que passam com frequ�ncia pela Regi�o Central de Belo Horizonte j� perderam a conta de quantas vezes se depararam com um buraco no meio da Avenida Assis Chateaubriand, entre o Viaduto Santa Tereza e o Parque Municipal. Basta chover forte para que a cratera reapare�a por l�.
 
O caso mais recente foi na manh� de segunda-feira. Depois de mais um temporal, um pequeno buraco se formou no meio da via. Em vistoria, a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) desviou o fluxo de carros, bloqueando o acesso.
 
Ontem, por meio de nota, a prefeitura indicou que a recupera��o da via ser� iniciada s� depois que as causas forem identificadas, descartando inicialmente problemas na rede de �gua. Enquanto isso, os motoristas que passariam pelo local para acessar a regi�o hospitalar devem continuar usando os desvios. Uma das op��es � seguir a Avenida Assis Chateaubriand e ir para regi�o hospitalar por meio da Avenida Francisco Sales ou continuar na Avenida Assis Chateaubriand at� chegar � Avenida do Contorno, de l� acessando a Avenida dos Andradas.

PROBLEMA RECORRENTE Questionada, a Prefeitura n�o respondeu desde quando h� incid�ncia de crateras naquela parte da via. Os registros, por�m, confirmam que se trata de um problema cr�nico. Em menos de tr�s anos, o Estado de Minas j� noticiou v�rias vezes a forma��o de crateras na mesma parte da Avenida Assis Chateaubriand.
 
Em dezembro de 2017, uma cratera de aproximadamente 3m de di�metro e 5m de profundidade se abriu. “Foi por volta das 14h, estava chovendo muito. De repente, o ch�o cedeu, afundou. Ainda bem que n�o tinha ningu�m passando pelo local na hora. Os motoristas que estavam estacionados na rua tiraram os ve�culos de l�”, disse � �poca um camel� de 60 anos.
 
Tr�s meses depois, em mar�o de 2018, o problema foi causado pelo rompimento de uma rede de esgoto. Na ocasi�o, a ruptura da capa de asfalto revelou uma grande eros�o subterr�nea – a Copasa recuperou a via.

*Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Eduardo Murta


No limite do risco

Maria de Lourdes, que vive próximo ao Córrego do Onça, área castigada pelas chuvas: %u201CFico ilhada quando chove%u201D(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Maria de Lourdes, que vive pr�ximo ao C�rrego do On�a, �rea castigada pelas chuvas: %u201CFico ilhada quando chove%u201D (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

Em meio �s fortes chuvas, moradores do Bairro Ribeiro de Abreu, na Regi�o Nordeste de Belo Horizonte, temem se tornar as pr�ximas v�timas dos temporais. Parte da comunidade reivindica indeniza��es pelas perdas nas �ltimas semanas. E h� os que, mesmo vivendo em pontos de menor risco, pedem para ser retirados.“Disseram que n�o corre risco de cair, que d� pra eu ficar e que v�o indenizar s� quem perdeu tudo. Eu fico ilhada quando chove, n�o posso nem passar mal porque o Samu n�o entra”, conta a t�cnica de enfermagem Maria de Lourdes Diniz, desempregada, que mora com o filho pr�ximo ao C�rrego do On�a.
 
Apontando com o dedo, ela mostra as rachaduras das casas � frente de sua resid�ncia e exp�e o temor: “Todas rachadas. Se rachou a primeira, rachou a segunda, a terceira vai rachar e a quarta tamb�m. Estou no caminho”. No entanto, a Defesa Civil afirma que a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) s� foi chamada para atender tr�s ocorr�ncias no bairro em 2020, duas envolvendo trincas e outra para risco de destrui��o de muro. Durante chuvas recentes, em algumas casas a �gua chegou a atingir 1,70 m de altura, num cen�rio assustador.
 
Segundo moradores, h� cerca de um ano, funcion�rios da Urbel retiraram as pessoas que moravam nas proximidades do leito do c�rrego. Os que vivem numa parte mais alta foram fortemente afetados pelas chuvas e agora reivindicam indeniza��es da prefeitura, al�m de plano de a��o para que sejam transferidos.
 
Ainda segundo a comunidade, h� aproximadamente seis anos foi realizada visita t�cnica, indicando que a desapropria��o seria efetivada, mas sem desdobramentos. Jackson Maia, do Departamento de Projetos de Grande Porte da Sudecap, informou que o projeto sofreu altera��es e que um novo foi inclui mais casas na lista.
 
J� a Urbel, respons�vel pelo trabalho social e remo��o das fam�lias de �reas de risco geol�gico, informou que s�o previstas 1.539 remo��es, sendo que 374 foram conclu�das, enquanto 639 estariam em negocia��o. 
 
Mesmo com a a��o, h� moradores que continuam em �reas de risco. Gl�ucia Junqueira da Silva vive do lado do leito do rio e a resid�ncia apresenta rachaduras enormes. “Falaram que eu tenho que ir cadastrar na prefeitura para me tirarem. Mas n�o tenho para onde ir e n�o tenho perspectiva do que fazer. Na �ltima enchente, entrou �gua no banheiro, no quarto e na cozinha. Um vizinho teve que ser socorrido pela janela”, conta ela, que vive sozinha com o marido.

Obras Conforme Maia, a Sudecap est� iniciando o trabalho de levantamento topogr�fico para obras, al�m de cadastramento de moradores. Numa delas, a abertura da Rua Ribeiro de Abreu at� a Rua Escorpi�o, seria conclu�da at� novembro. A prefeitura informou ainda que um parque est� sendo implantado para a “otimiza��o do sistema de macrodrenagem das Bacias dos Ribeir�es da Pampulha e do On�a”. O investimento seria de R$ 35,9 milh�es. (PL)


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