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Estado de Minas COVID-19

Secretaria de Educa��o distribui cartilha sobre o coronav�rus nas escolas

Para autoridades da �rea de ensino e especialistas em infectologia, n�o h� motivo para p�nico nem para suspens�o de aulas no momento


postado em 13/03/2020 06:00 / atualizado em 13/03/2020 08:44

Na escola Trilha da Criança, a meninada tem aulas sobre o coronavírus e aprendem a adotar cuidados de higiene para reduzir riscos(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Na escola Trilha da Crian�a, a meninada tem aulas sobre o coronav�rus e aprendem a adotar cuidados de higiene para reduzir riscos (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)


O crescimento da pandemia de coronav�rus em Minas e no Brasil coloca os pais em alerta quanto � seguran�a para as crian�as frequentarem as escolas. Muitos demonstram medo pelo fato de o contato das crian�as ser intenso nos espa�os escolares. No entanto, as secretarias de Educa��o do Estado e de Belo Horizonte informam que, por enquanto, as aulas ser�o mantidas. A pasta estadual elaborou uma cartilha sobre os cuidados com o coronav�rus e a distribuiu para todas as escolas da rede. Especialistas ouvidos pelo EM dizem que n�o h� motivo para p�nico.

O professor de infectologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Una� Tupinamb�s alerta para os cuidados que pais, professores e crian�as devem tomar. Se a crian�a apresentar sintomas respirat�rios, a orienta��o � que ela n�o v� para escola. “N�o leve para a escola uma crian�a com quadro respirat�rio”, diz o professor.

O especialista pontua que as crian�as de at� 5 anos de idade costumam ficar gripadas de cinco a nove vezes por ano. Nessa faixa et�ria, � comum que desenvolvam quadros respirat�rios que necessitam de aten��o. � preciso cuidado com os pequenos, mas o professor alerta que n�o h� raz�es para grande preocupa��o em rela��o ao coronav�rus nessa faixa et�ria. Ele lembra que, em pessoas abaixo de 20 anos de idade, a mortalidade para o COVID-19 � menor que 0,2%, e a doen�a se manifesta de forma branda.

Embora n�o haja motivo para p�nico, n�o se pode descuidar das medidas de preven��o. Com a chegada do outono e inverno, � comum o aumento de quadros respirat�rios em crian�as. O professor lembra que tamb�m circulam, no per�odo frio, os v�rus influenza A e B, H1N1, respirat�rio sincicial, rinov�rus, adenov�rus e, neste ano, tamb�m o coronav�rus. “Em muitos casos, as crian�as ter�o os sintomas brandos e n�o ser� identificado de qual v�rus vem a contamina��o”.



Ele alerta os pais para redobrarem os cuidados: lavar as m�os, evitar tocar nariz, boca e olhos com as m�os, evitar aglomera��es. Sempre que chegar em casa lavar as m�os com �gua e sab�o e higienizar com �lcool 70%. Tamb�m � importante manter a etiqueta respirat�ria: tossir em len�o de papel, que deve ser descartado, ou na manga da camisa e manter uma dist�ncia social entre as pessoas de 1 a 2 metros. “As got�culas n�o ficam suspensas por mais de um metro. Caem no ch�o”, diz o professor em rela��o ao perdigoto.

A Prefeitura de Belo Horizonte informou que elaborou um plano de conting�ncia, que j� est� sendo aplicado com a cria��o do servi�o especializado para a COVID-19. “No momento, as orienta��es para as escolas s�o as mesmas que devem ser tomadas por todos os cidad�os e j� praticadas em rela��o a outras doen�as respirat�rias. N�o h� indica��o, pelas autoridades sanit�rias, de altera��o no calend�rio escolar”, informou a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educa��o.

J� a Secretaria de Estado de Educa��o de Minas Gerais elaborou, em parceria com a Secretaria de Estado de Sa�de (SES), cartilha que foi encaminhada �s escolas p�blicas estaduais, com orienta��es sobre o coronav�rus. O material traz informa��es sobre o v�rus, sintomas e formas de prevenir a contamina��o, al�m de ressaltar a import�ncia do ambiente escolar para de repassar as informa��es e cuidados para a sociedade.

Evite o cont�gio

 
  • Lavar as m�os com �gua e sab�o com maior frequ�ncia que de costume
  • Utilizar �lcool gel sempre que poss�vel 
  • N�o tocar olhos, boca e nariz sem higienizar as m�os
  • N�o compartilhar alimentos e utens�lios
  • Manter os ambientes arejados
  • Tomar cuidado ao tossir ou espirrar, cobrindo sempre a boca com len�o de papel, nunca com as m�os
  • Jogar o len�o no lixo ap�s o uso e realiar higieniza��o das m�os
 
Fonte: Secretaria Municipal de Educa��o 

Informa��o preventiva


Em contato com um fluxo ininterrupto de informa��es vindas principalmente da internet e redes sociais, crian�as e jovens muitas vezes demonstram temor sobre a epidemia do novo coronav�rus, ainda mais quando os dados n�o se originam de fontes seguras. Nas escolas de todo o pa�s, come�a uma corrente de esclarecimento a esses alunos que, muitas vezes, manifestam at� p�nico e medo de morrer pela infec��o. Entre as formas de abordagem, a import�ncia de cuidados b�sicos de higiene e a diminui��o do pavor exacerbado.

Na escola Trilha da Crian�a, no Anchieta, em Belo Horizonte, o tema do coronav�rus � trabalhado com os alunos, que t�m entre 1 e 5 anos, em rodas de conversas e por meio de not�cias, debates, a partir de reportagens, v�deos, imagens e pesquisas, como esclarece a diretora, Ana Paula de Rezende Bartolomeo. Os cuidados s�o observados em todo o corpo escolar, tamb�m com as crian�as do ber��rio, e os esclarecimentos incluem outros tipos de doen�as contagiosas.

Segundo a diretora, a escola refor�a com os pais as normas referentes ao cuidado com a sa�de. Entre as medidas, o envio de circular para orientar as fam�lias e lembr�-las sobre procedimentos como n�o enviar crian�a doente, com sintomas, para a escola, e, ap�s epis�dio de doen�a infectocontagiosa, por exemplo, apresentar atestado m�dico confirmando que n�o se encontra em per�odo de cont�gio. "Al�m disso, refor�amos tamb�m o uso priorit�rio dos espa�os abertos, as medidas de higiene entre colaboradores e crian�as, bem como intensificamos os cuidados com a limpeza de corrim�os, dentre outros. Os murais est�o repletos de orienta��es, e os processos envolvem inclusive os trabalhos pedag�gicos com os alunos", diz Ana Paula.

A crian�ada se mostra informada. "� um bichinho que gosta de sujeira e n�o gosta de �gua e sab�o. Se n�o lavarmos as m�os, ele entra na gente e n�o deixa melhorar rapidinho. N�o gosto muito dessa conversa. Tenho medo de chegar em casa e n�o lembrar de lavar as m�os", diz Sofia Viana de Paula, de 4 anos, aluna da Trilha da Crian�a, sobre o coronav�rus. Para a colega Luiza Henriques de Azevedo, tamb�m de 4, essa � uma doen�a que mata pessoas. "Estamos aprendendo tudo na escola. Lavar as m�os com �gua, sab�o, passar �lcool gel, e tomar cuidado tamb�m em casa", conta a menina, demonstrando em gestos a maneira certa de espirrar ou tossir, tapando a boca com o bra�o. Gabriel Paiva Ogioni, de 5 anos, diz que n�o tem medo do coronav�rus. Ela aprendeu na escola sobre os sintomas da doen�a e, esclarecido, cita falta de ar, febre e tosse. "� um v�rus que pega em pessoas mais velhas. Estou tranquilo. Acho que n�o tem perigo, que o v�rus n�o vai chegar nem perto de mim, n�o vai vir me visitar. Fica longe da gente. Meu pai e minha m�e tamb�m cuidam de mim para eu n�o pegar."

Na Qualoo Escola Criativa, na capital, o diretor, Marcelo Batista, relata que, com trabalhos em grupo, os alunos j� compreendem as formas principais para prevenir o coronav�rus, e muitos come�aram a adotar algumas medidas, como evitar o aperto de m�o. Para o educador, a melhor maneira de evitar o p�nico � oferecer conhecimento sobre o tema, como saber reconhecer sintomas e entender sobre as principais diferen�as entre uma gripe comum e o coronav�rus, entre outros assuntos.

Ele pondera que, quando uma crian�a tosse ou espirra, ainda que a recomenda��o seja cobrir a boca, n�o h� motivo para ter uma a��o punitiva. Na percep��o da escola, n�o h� motivo, por enquanto, de pensar em suspens�o das aulas. "S� existe um caso confirmado de coronav�rus em Minas Gerais. Seguimos o posicionamento do Minist�rio da Sa�de", pontua Marcelo.

O Col�gio Magnum realizou algumas a��es para conscientizar alunos, pais e funcion�rios sobre a doen�a. Entre as medidas, est�o a manuten��o e disposi��o de �lcool em gel nas salas de aula e demais ambientes da escola; orienta��o dos cuidados com a doen�a para educadores e alunos; conscientiza��o dos alunos com a��es realizadas pelo Gr�mio estudantil e o Magnum sustent�vel, sinaliza��o dos espa�os da escola com cartazes sobre a doen�a.

A escola tamb�m est� orientando fam�lias e educadores que chegaram de viagem no exterior para cumprimento do prazo de "isolamento domiciliar", al�m de produ��o e divulga��o de v�deo informativo nas redes sociais sobre a doen�a e os cuidados com ela.

Segundo o m�dico Ricardo Cabral, coordenador do Projeto EuSa�de e CEO do grupo mineiro Rede de Cuidados de Sa�de (RCS Med), n�o h� motivo para que as crian�as deixem de frequentar a escola nesse momento. "Segundo a vis�o cient�fica sobre o tema, n�o h� raz�o para que pessoas saud�veis deixem de frequentar ambientes sociais normalmente. N�o devemos deixar de viajar, ir para a escola ou o trabalho. Pelo menos assim � a vis�o hoje, e sobre a popula��o brasileira. Tudo pode mudar, mas hoje devemos manter nossas vidas normais. Sem alarde, com controle e alguns cuidados pessoais, venceremos mais essa briga com o mundo dos v�rus e bact�rias, e nossos filhos poder�o ir para escola sem medo e em seguran�a. Por enquanto, vida normal a todos."

Segundo divulgado em nota pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), n�o h� base cient�fica para proibir alunos que tenham parentes com suspeita da doen�a ou que tenham ido a pa�ses com casos do problema a entrarem nos col�gios.


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