Purificadores levar�o �gua a 10 mil ribeirinhos do Rio Paraopeba
Por meio de po�os e aparelhos de filtragem capazes de purificar at� mesmo �gua contaminada por metais pesados, comunidades voltar�o a ter autonomia de abastecimento ap�s rompimento de barragem em Brumadinho
postado em 17/03/2020 14:58 / atualizado em 17/03/2020 15:20
Rio Paraopeba foi invadido por rejeitos (foto: Mateus Parreiras/EM/D.A Press)
Po�os perfurados em s�rie e filtros capazes de reter at� metais pesados dissolvidos na �gua poder�o devolver a independ�ncia de abastecimento a 10 mil ribeirinhos atingidos na Bacia do Rio Paraopeba e que captavam do curso d'�gua. A contamina��o do manancial interrompeu o abastecimento de comunidades e produtores que mesmo furando po�os n�o encontravam �gua vi�vel para consumo pr�prio, animal e para utiliza��o em suas lavouras. Uma das principais reclama��es dessas comunidades � a falta de autonomia pela depend�ncia de um fornecimento regular de �gua pela mineradora Vale, que operava a Barragem B1 da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Grande BH, e que se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019.
A ruptura do reservat�rio de rejeitos de minera��o lan�ou mais de 5 milh�es de metros c�bicos (m3) de rejeitos de min�rio de ferro no Rio Paraopeba. Outros 7 milh�es de m3 ficaram acumulados ao longo do Ribeir�o Ferro-Carv�o, abaixo do barramento. Assim que liberados pelas equipes de resgate do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), esses res�duos e outros depositados nos primeiros 2 quil�metros afetados do Rio Paraopeba est�o sendo dragados e removidos para a cava da Mina do Feij�o, dentro do complexo miner�rio, como antecipou a reportagem do Estado de Minas. As buscas por 11 desaparecidos, dos 270 mortos pela devasta��o, completam nesta ter�a-feira 418 dias, com a implanta��o de 50 bombeiros militares.
De acordo com a Vale, a partir deste m�s est�o sendo implantados 370 po�os e filtros especiais ao longo do manancial, como uma forma de solu��o que ser� definitiva. At� setembro, a mineradora instalar� 250 filtros de alta performance para tratar a �gua de po�os subterr�neos que atendem a 10 mil pessoas nessas comunidades ribeirinhas. Desse total, 97 filtros ser�o instalados ainda este m�s.
A empresa construir� outros 120 po�os exclusivos para 70 produtores rurais que captavam a �gua do rio para irriga��o e consumo animal e estavam prejudicados pela interrup��o na capta��o determinada pelo Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam). A previs�o � que as constru��es estejam conclu�das at� o final do ano.
Os filtros especiais utilizam uma tecnologia de membranas e est�gios que removem res�duos s�lidos e at� mesmo contaminantes como metais, que quando dissolvidos tornam a �gua impr�pria para o consumo humano, conforme os crit�rios do Minist�rio da Sa�de. Ap�s a instala��o, a Vale ser� respons�vel pelo monitoramento da qualidade da �gua e pelo funcionamento e limpeza dos equipamentos.
Filtros especiais e equipamentos auxiliam ribeirinhos a consumir �gua mesmo que contaminada de po�os (foto: Vale/Divulga��o)
Desde a suspens�o da capta��o de �gua do Rio Paraopeba, em janeiro de 2019, a Vale fornece o abastecimento emergencial com entrega de fardos de �gua mineral e distribui��o por caminh�es-pipa, que coletam �gua nas esta��es de tratamento da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). At� o momento, mais de 700 milh�es de litros de �gua foram distribu�dos. O objetivo � assistir toda popula��o que captava �gua diretamente no rio, al�m de usu�rios de po�os artesianos que residem em at� 100 metros das margens.
“Al�m de disponibilizar �gua para irriga��o e consumo animal, a empresa assegurou condi��es saud�veis para alimenta��o animal”, informa a mineradora. Foram fornecidas mais de 17 mil toneladas de ra��o para animais que utilizavam as margens do rio como �rea de pastagem. “A empresa tamb�m instalou 350 mil metros de cercamento e proveu 550 bebedouros para prevenir o contato dos animais com o rio”.