postado em 23/03/2020 06:00 / atualizado em 23/03/2020 09:35
No Paladino, somente o banc�rio Anderson Gomes compareceu para retirar seu pedido e at� as 13h apenas nove haviam sido feitos. Em domingos normais, o restaurante recebe 300 pessoas (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Os domingos costumavam ser de casa cheia e at� filas antes da �ltima semana. Por�m, o avan�o do novo coronav�rus no Brasil imp�s uma estranha e angustiante realidade aos donos de alguns dos restaurantes mais famosos de BH. Entre 12h e 13h, hor�rio que costuma ser muito concorrido, o movimento era s� dos entregadores e suas motos que sa�am com pedidos no Chopp da F�brica da Pampulha.
A unidade inaugurada em 2018, onde antes funcionava o Juscelino Deck Beer, na orla da lagoa, opera com um balc�o na porta, onde pedidos de comida e chopp, vendido no litro, s�o retirados. O delivery � novidade no estabelecimento, que realizava entregas apenas no restaurante original do Bairro Santa Efig�nia, inaugurado em 1997 e refer�ncia em comida mineira tradicional na capital.
A medida busca mitigar os preju�zos impostos pela determina��o do fechamento de todos os restaurantes e bares da cidade. Entretanto, o resultado � muito abaixo do necess�rio para quem atendia em m�dia 2.500 pessoas por dia, s� na unidade da Pampulha.
“Estamos atendendo o equivalente a 3% do nosso movimento normal”, diz o propriet�rio Bruno Delli Zotti. Al�m de ampliar as entregas para os dois restaurantes, ele tamb�m passou a realizar o delivery por aplicativo de entrega, outra novidade em fun��o da epidemia.
Os clientes ainda t�m op��o de encomendar o pedido e retirar pessoalmente, mas o empres�rio desencoraja a alternativa. “Queremos que as pessoas fiquem em casa, incentivamos que recebam l�”, afirma Delli Zotti. Ele considera as medidas tomadas para evitar aglomera��o “assertivas’, mas n�o esconde a preocupa��o e exp�e a necessidade de apoio do poder p�blico.
“� um pre�o que todos n�s como popula��o vamos pagar, vai ser duro e ningu�m tem essa reserva. A reserva do Chopp da F�brica banca 40 dias de atividades. O governo decreta o fechamento, mas n�o decreta medidas que deem embasamento para suprir a renda dos nossos funcion�rios”, argumenta.
Em meio � incerteza � amea�a de cont�gio, Delli Zotti reduziu o n�mero de funcion�rios em atividade a cada dia, com escala de revezamento. “Estamos com o m�nimo poss�vel trabalhando e com medidas de higiene inimagin�veis, que incluem limpeza constante e uma campainha a cada meia hora para lembrar todos de levar as m�os, al�m de m�scaras e uso de equipamentos especiais para preparar a comida sem toc�-la”, garante.
Movimento no Chopp da F�brica da Pampulha, que recebia at� 2.500 pessoas, foi s� de motoboys. Segundo propriet�rio, delivery representou apenas 3% da demanda normal (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
A situa��o � parecida com a do Paladino, outro nome importante da gastronomia t�pica, localizado na Pampulha. O domingo, que em condi��es normais seria de muita gente, tinha apenas um cliente retirando seu almo�o e motoqueiros � espera dos chamados de entrega.
O banc�rio Anderson Gomes preferiu ir pessoalmente buscar o pedido no restaurante do qual � fregu�s usual. “Frequento h� um tempo, ent�o para o domingo ainda � minha op��o. Chegando em casa tomo os cuidados necess�rios”, afirma Anderson, que diz sair do isolamento residencial apenas para ir � padaria e buscar refei��es. No entanto, o banc�rio � um caso raro nesse inusitado formato de atendimento. Segundo o Josu� Monteiro, chef do Paladino, at� as 13h, foram apenas nove pedidos no restaurante que atende em m�dia 300 pessoas por domingo.
Pre�os reduzidos
“A situa��o � dif�cil. Todos os empres�rios esperam apoio do poder p�blico. � a hora de todo mundo se ajudar. Tem que haver uma redu��o ou adiamento das cobran�as de impostos, tarifas, contas de luz, o mundo inteiro parou”, pondera Josu�.
No Paladino, os pre�os dos pratos foram reduzidos em 30%. O card�pio tamb�m foi encolhido e a equipe dividida em duas, revezando numa escala di�ria alternada. Al�m disso, o cen�rio traz outras necessidades: o cuidado tem que ser redobrado com a higiene. "Todo mundo de touca, luva, m�scara, colher e pin�a para preparar os alimentos e sempre tentando manter dist�ncia”, afirma o chef. No balc�o onde os pedidos s�o retirados, ao lado do cafezinho que ainda � oferecido aos fregueses, est� o �lcool em gel.
Perto dali, o Xapuri, um dos mais badalados e tradicionais restaurantes da cidade, tamb�m est� de portas fechadas, operando apenas para delivery. Independente do tamanho do neg�cio, quem precisa do movimento para fazer o caixa sofre com a quarentena.
O que � o Coronav�rus?
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (Covid-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas semelhantes aos resfriados ou gripes leves.
Como o Covid-19 � transmitido?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra o Covid-19.
Quais os sintomas do Coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pelo Covid-19:
Febre
Tosse
Falta de ar e dificuldade para respirar
Problemas g�stricos
Diarr�ia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
Pneumonia
S�ndrome respirat�ria aguda severa
Insufici�ncia renal
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o do Covid-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o coronav�rus � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo:
