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Estado de Minas

Minas tem 2 mil leitos em hospitais inacabados

Estado possui 16 unidades m�dicas com obras atrasadas ou paralisadas que poderiam aliviar atendimento na pandemia do coronav�rus


postado em 25/03/2020 06:00 / atualizado em 25/03/2020 07:58

Obra do Hospital Regional de Governador Valadares(foto: Carlos Alberto/Imprensa MG - 3/8/15)
Obra do Hospital Regional de Governador Valadares (foto: Carlos Alberto/Imprensa MG - 3/8/15)


Recursos de R$ 1 bilh�o da Uni�o e do estado de Minas Gerais poderiam ter sido revertidos em 11 hospitais, dois centros de sa�de e tr�s estruturas de suporte a unidades hospitalares capazes de refor�ar os mineiros contra a pandemia da COVID-19. S�o unidades identificadas pela reportagem do Estado de Minas em levantamentos dos tribunais de Contas da Uni�o (TCU) e do Estado (TCE), que tiveram obras paralisadas ou atrasadas, algumas de 2010, outras deste ano, e que seriam capazes de fornecer ao menos mais 2.030 leitos a pacientes (veja a lista). Desses, 309 acomoda��es de terapia intensiva para os infectados pelo novo coronav�rus em estado mais cr�tico. S� os leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e de Centros de Terapia Intensiva (CTI) previstos representariam refor�o de 11% na oferta de 2.795 atuais de UTI do Sistema �nico de Sa�de (SUS) em Minas. Parte dessas instala��es foi ofertada pelo governo do estado em parcerias com a iniciativa privada, podendo resgatar um investimento que desfalca pacientes mineiros.

Levando-se em conta que os demais leitos podem ser adaptados, os 2.030 contidos em obras paralisadas ou atrasadas poderiam somar mais 73% da oferta atual, desafogando o acolhimento estadual. “S�o leitos que seriam muito bem-vindos. Mas quanto a isso n�o h� d�vidas. Mesmo os leitos comuns n�o s�o muito problem�ticos de ser isolados para servir aos  do-entes com a COVID-19. O principal seria treinar os funcion�rios. Isso � mais decisivo do que a pr�pria arquitetura da unidade de sa�de”, observa o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, o m�dico Estev�o Urbano Silva.

O principal para se adaptar os leitos comuns para que recebam os pacientes infectados pelo novo coronav�rus, segundo Estev�o Urbano Silva, seria providenciar condi��es de higieniza��o ao pessoal do atendimento e aos pacientes. “Os leitos precisam ter espa�amento m�nimo de 1,5 metro a 2m entre uma cama e outra, sendo prioridade os apartamentos de um �nico leito. Mas o principal � prover muita  condi��o de higieniza��o das m�os, com pias e �lcool em gel. A ventila��o dos quartos � importante, com janelas abertas que diminuem a dispers�o dos v�rus”, observa.

Regi�es que sofrem com muitos casos, demandando exames e que ainda est�o sujeitas a uma escalada exponencial de casos, poderiam ter essa retaguarda n�o fosse a morosidade e os desvios de verbas que culminaram na paralisa��o de obras de grandes hospitais.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, o Hospital Regional da cidade parou com 56,44% de conclus�o, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG). S� no munic�pio, de 569 mil habitantes, h� 73 casos de COVID-19 sendo investigados, sendo que oito pacientes foram diagnosticados positivamente. Mas os 226 leitos do Hospital Regional, dos quais 50 seriam de terapia intensiva, poderiam refor�ar toda a �rea da regi�o de sa�de em que Juiz de Fora est� inclu�da, que re�ne 1,7 milh�o de pessoas. As obras foram iniciadas em 20 de outubro de 2010 pela administra��o municipal e, depois de sucessivas paralisa��es, fo- ram abandonadas em fevereiro de 2017.

Outro caso, mas em que o abandono se deu pela administra��o estadual, � o Hospital Regional de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. O munic�pio de 280 mil habitantes, que j� identificou 63 casos suspeitos da COVID-19, deveria ter recebido uma unidade que disporia de 226 leitos, sendo 40 UTIs e 10 leitos e semi-intensivos, possibilidade de expans�es futuras e um heliponto para o tr�nsito de pacientes cr�ticos. As obras foram iniciadas em 2013, mas pararam em 2016, deixando 69% da estrutura conclu�da. A regi�o de sa�de onde a unidade poderia funcionar beneficiaria uma popula��o de 1,5 milh�o de habitantes de 86 munic�pios.

Outros casos


Os atrasos nas entregas de obras de estruturas hospitalares em Brasil�ndia de Minas, Nova Resende, Salinas, S�o Roque de Minas e Tapira s�o acompanhados pelos tribunais de Contas, que pressionam para que sejam realizadas e entregues � popula��o. J� a conclus�o dos 11 hospitais regionais em Al�m Para�ba, Conselheiro Lafaiete, Divin�polis, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Nanuque, Novo Cruzeiro, Sete Lagoas e Te�filo Otoni necessitaria, segundo estimativa da SES-MG, de mais R$ 750.084.233,63.

Um grupo de trabalho foi institu�do e em maio do ano passado foi lan�ada uma Tomada P�blica de Subs�dios (TPS), “para obter estudos e levantamentos que subsidiem a elabora��o de modelos de neg�cios para a conclus�o das obras e coloca��o em opera��o dos hospitais regionais do estado. Participaram do processo as secretarias de Planejamento e Gest�o (Seplag) e de Transportes e Obras P�blicas (Setop)”, segundo informa��es do governo estadual.


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