
Por causa da pandemia do coronav�rus, a procura por m�scaras cir�rgicas est� alta e o produto est� em falta em v�rias lojas, farm�cias e distribuidoras. Assim, pessoas dos grupos de risco ficam expostas ao COVID-19. Para amenizar a situa��o, costureiras de Belo Horizonte se dispuseram a produzir m�scaras de pano e doar a quem precisa.
Usando retalhos que j� tinha em casa, a costureira Cleusa Maria come�ou a confeccionar as m�scaras. “Primeiro, fiz uma para mim, j� que sou do grupo de risco, e para o meu filho, que ainda est� trabalhando”, contou. Agora, Cleusa faz os produtos e doa para pessoas pr�ximas, como vizinhos, colegas e parentes. “Eu devo fazer umas cinco ou seis por dia. J� fiz umas 30”.
Apesar de ser uma boa iniciativa, a costureira informa que as m�scaras caseiras n�o protegem totalmente contra o coronav�rus. Segundo ela, esse produto tem que ser usado em situa��es espec�ficas, como ao sair para deixar o lixo na rua ou buscar algo no port�o, pois a manufatura tem um efeito de prote��o imediato. Al�m disso, ap�s o uso, as pe�as t�m que ser lavadas para evitar a propaga��o de algum v�rus dentro de casa.
Cleusa afirma que est� tomando todas as medidas protetivas, como evitar sair de casa, manter-se a pelo menos um metro de dist�ncia de outras pessoas e lavar as m�os. “S� assim vou me proteger do coronav�rus”, conclui.
Ajuda aos hospitais
O Hospital Sofia Feldman, de Belo Horizonte, tamb�m passa por situa��o delicada: sem estoque de m�scaras cir�rgicas e sob risco de reduzir atendimentos, passou a contar com a ajuda de um grupo de idosas se ofereceu para confeccionar m�scaras cir�rgicas.
Em alguns casos, as costureiras entram a m�o de obra e maternidade doa o TNT especial, tecido que � uma vers�o “plastificada” do pano e que � mais eficaz contra o v�rus. “A gente faz a quantidade que d�. Fazemos o m�ximo", contou Dona Ord�lia Fulg�ncio.
Outras costureiras, como � o caso da Dona Ord�lia, preferem comprar os materiais e, tamb�m, fazer as m�scaras. "Estamos demorando mais tempo pois, como os aviamentos (el�sticos) est�o faltando nas lojas, temos de fazer tudo com o tecido”, contou Dona Ord�lia. Mesmo assim, a senhora e tr�s amigas esperam entregar 150 pe�as � maternidade.
Dessa forma, dois tipos de m�scaras s�o entregues ao hospital: as feitas com o TNT disponibilizado pelo hospital, e as com o tecido comprado pelas costureiras. “As m�scaras confeccionadas com TNT oferecem uma boa prote��o tanto para o profissional de sa�de como para a paciente. As de tecido comum oferecem uma prote��o menor. Existem m�scaras cir�rgicas com duas camadas de tecido (TNT) e um outro elemento filtrante entre as duas camadas", afirma o Diretor Cl�nico do Hospital, Jo�o Batista Marinho de Castro Lima.
De acordo com a gestora da linha de pol�ticas institucionais, Tatiana Coelho Lopes, as pe�as feitas com tecido v�o ser higienizadas na autoclave e entregues aos acompanhantes dos pacientes. “Se o acompanhante n�o apresenta sintomas, a m�scara de tecido comum funciona bem", completa Castro Lima.
Lopes afirma que os pacientes e os profissionais v�o receber as m�scaras cirurgicas industriais, pois elas tem filtro, conforme as recomenda��es do ministro da Sa�de, Luiz Henrique Mandetta. “Essa quest�o de m�scaras, se temos poucas, vamos deixar para os enfermeiros, m�dicos. Se for para sair e ir at� a unidade de sa�de para confirmar, usa uma m�scara de pano, confecciona a sua m�scara. Eu digo assim, poupe o material de sa�de para os enfermeiros e m�dicos. Eles s�o as pessoas mais importantes da cidade hoje, o pessoal da Sa�de”, afirmou Mandetta.
* Estagi�ria sob supervis�o da editora Liliane Corr�a