Em tempos de confinamento pelo coronav�rus, � preciso ter cuidado com o ar-condicionado

� tempo de ter aten��o. O ritmo acelerado de expans�o do coronav�rus pede cuidados extras em rela��o a diferentes caracter�sticas do cotidiano. Entre as medidas chamadas n�o farmacol�gicas, cresce a lista de precau��es que devem ser observadas, desde as atividades mais simples da rotina at� as grandes preocupa��es, sobretudo considerando os ambientes de conv�vio com as pessoas no grupo de risco. O uso correto do ar-condicionado em ambientes fechados, por exemplo, � um aspecto que tem gerado d�vidas.

A resist�ncia do coronav�rus em superf�cies � um fator motivador para a limpeza dos sistemas de ar-condicionado. O processo de higieniza��o � simples – devem-se respeitar protocolos amplamente divulgados. Serve �gua e sab�o, �lcool em gel ou l�quido, ou qualquer outro tipo de biocida, afirma Arthur Aikawa, pesquisador e CEO da Omni-electronica, startup do Centro de Inova��o, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec).

Existe legisla��o espec�fica com orienta��es para o setor. O Plano de Opera��o, Manuten��o e Controle (PMOC) motivou lei promulgada em 2018 e delibera quanto a par�metros para a qualidade do ar, determinados por resolu��o do Minist�rio da Sa�de e Anvisa. Entre os itens observados, n�veis m�ximos de concentra��o dos poluentes mais conhecidos e de f�cil detec��o, entre eles o �ndice de g�s carb�nico e quantidade de fungos. As normas ficaram conhecidas como a Lei do Ar-condicionado, voltada para qualquer tipo de ambiente de uso p�blico e comum, como museus, bibliotecas, shopping centers, hospitais.

“Especialmente durante esta pandemia, � bom manter uma frequ�ncia de limpeza. O PMOC determina a limpeza interna de dutos e higieniza��o do sistema no m�nimo uma vez por semestre. S�o sistemas complexos, n�o tem como fazer uma limpeza di�ria, mas, para locais menores, n�o custa nada passar um pano com �lcool nas superf�cies mais expostas do ar-condicionado. A higiene garante n�o apenas a elimina��o do coronav�rus. Existem v�rios outros pat�genos perigosos, como bact�rias e fungos, que causam doen�as respirat�rias”, diz Arthur.

S�o recomenda��es que consideram n�o o equipamento em si, mas o uso que as pessoas fazem dele, muitas vezes inadequado, continua o profissional. “Muita gente n�o tem a compreens�o sobre a qualidade do ar nos ambientes internos. No modelo da maioria dos sistemas de ar-condicionado usados no Brasil n�o h� renova��o de ar. O ar interno fica recirculando, s� � refrigerado, n�o existe uma renova��o com mistura de ar externo”, informa. E � essencial, justamente, que haja a mistura com o ar externo para garantir um ambiente salubre, para manter a qualidade do ar interno. “As maiores fontes de contamina��o est�o do lado de dentro. Microgot�culas com v�rus e bact�rias podem ficar at� tr�s horas suspensas no ar. Um problema agravado quando h� aglomera��o de pessoas no ambiente.” Outro equ�voco � n�o respeitar as normas vigentes a respeito de temperatura e umidade relativa adequadas.

Condi��es inadequadas

O ar-condicionado em si n�o propaga o v�rus, mas seu mau uso pode trazer riscos para a sa�de. Entre os principais, o aumento da probabilidade de contamina��o entre indiv�duos, se houver algu�m infectado no local e a ventila��o for insuficiente, e o enfraquecimento do sistema imunol�gico, por condi��es higrot�rmicas inadequadas. “Se o local estiver com uma temperatura muito abaixo do recomendado pela Anvisa, pode implicar uma situa��o prejudicial para o sistema imunol�gico das pessoas, acarretando manifesta��o mais severa dos sintomas do coronav�rus, ap�s a contamina��o”, alerta Arthur.

Segundo ele, j� existem diversas tecnologias tanto pra monitoramento em tempo real da qualidade do ar quanto para a purifica��o e gest�o da qualidade do ar, que s�o pouco utilizados. Em geral, as pessoas est�o s� preocupadas se est� quente ou frio e relevam um pouco essa quest�o, que � de suma import�ncia. A startup desenvolveu um dispositivo que monitora a qualidade do ar em espa�os internos, al�m de informar e indicar as a��es necess�rias para cada local. O sistema considera par�metros como temperatura, umidade relativa, concentra��o de g�s carb�nico, compostos org�nicos vol�teis, material particulado, entre outros. O SPIRI, como foi nomeado, fornece dados, relat�rios, alertas e visualiza��es personaliz�veis capazes de monitorar a salubridade do ambiente. A solu��o pode ser usada em espa�os residenciais, escolas, hospitais, escrit�rios, academias.

Ambientes sem climatiza��o, sem ventila��o, ou mesmo sem manuten��o adequada dos sistemas podem ser prejudiciais � sa�de e improdutivos, como alerta a Associa��o Brasileira de Ar Condicionado, Refrigera��o, Ventila��o e Aquecimento (Abrava). 

A��o que garante a ventila��o e circula��o do ar, al�m da dilui��o do ar no interior do ambiente, de modo a n�o permitir a concentra��o de poluentes, fator que provoca agravos � sa�de.

A��o que tem por objetivo reter part�culas e microgot�culas, que podem carregar poluentes ou micro-organismos como a COVID-19

Fatores de necessidade f�sica que contribuem com a sa�de das pessoas, assim como podem inibir a prolifera��o de determinados organismos, como a COVID-19

Manter o n�vel de di�xido de carbono dentro dos �ndices determinados para ambientes � uma das formas de garantia da qualidade do ar respirado.