
N�o bastasse o p�nico em todo o pa�s pela r�pida expans�o dos casos de coronav�rus, Minas Gerais lida tamb�m com a dissemina��o de outras doen�as. De acordo com boletim divulgado nesta ter�a-feira (31) pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG), subiu para tr�s o n�mero de mortes por dengue em todo o estado, o que obriga as autoridades de sa�de a tamb�m direcionar esfor�os para contornar o problema em meio � assustadora pandemia da COVID-19.
Segundo a SES-MG, o total de casos prov�veis de dengue (soma dos suspeitos aos confirmados) nos tr�s primeiros meses de 2020 foi de 39.842, no in�cio do per�odo de maior incid�ncia da doen�a. Os tr�s �bitos at� ent�o foram confirmados nos munic�pios de Medina (Vale do Jequitinhonha), Itinga (Vale do Mucuri) e Carneirinho (Tri�ngulo). At� a semana passada, duas pessoas haviam morrido por causa da doen�a. O novo �bito inclu�do � o de Itinga. H� 18 investigados no estado.
Ainda que as estat�sticas de dengue causem preocupa��o � popula��o, o n�mero de casos teve queda significativa em rela��o aos tr�s primeiros meses do ano passado, quando 130.030 pacientes foram diagnosticados com a doen�a – 2010, 2013, 2016 e 2019 foram os anos em que o estado vivenciou grandes epidemias de dengue nesta d�cada. Nesse mesmo per�odo, os n�meros de 2020 superam apenas os ocorridos em 2011 (38.273) e 2012 (30.548). Em Belo Horizonte, foram 3.303 casos confirmados.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, a redu��o do �ndice da transmiss�o da doen�a se deve ao fato de a popula��o estar mais imunizada. Apesar disso, a expectativa � de que haja mais pacientes nas unidades de sa�de municipais e estaduais, gerando sobrecarga com casos de pacientes com coronav�rus. Na semana passada, o secret�rio de Estado de Sa�de, Carlos Eduardo Amaral, afirmou n�o descartar a instala��o de novos hospitais de campanha para os atendimentos em Minas nos casos de dengue, caso a situa��o se agrave.
“Junto com as prefeituras, temos a orienta��o de manter os cuidados com a dengue. Uma das fun��es dos hospitais espec�ficos de campo ser� direcionada para este tipo de epidemia, caso ela aumente no estado. Estamos vendo esse ano que h� muitos casos, mas n�o estamos com a mesma epidemia dos anos anteriores”, afirmou Carlos Eduardo. Ele assegurou tamb�m que todo o aparelho destinado para o combate � doen�a continua inalterado em 2020, mesmo com o crescimento do coronav�rus.
O governo de Minas deve inaugurar na sexta-feira o hospital de campanha montado no Expominas – com capacidade para 900 leitos –, direcionado a pacientes com o coronav�rus, o que poderia gerar espa�o para o tratamento de dengue em outros centros de sa�de. O local n�o estava sendo usado para exposi��es desde que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, emitiu decreto fechando bares, restaurantes, feiras e centros de exposi��o em virtude do coronav�rus.
O embaixador internacional da Sociedade Brasileira de Infectologia, Carlos Starling, se preocupa com a superlota��o das casas de sa�de de Belo Horizonte e no interior devido � maior infesta��o do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. “J� temos um sistema muito estressado. N�o � uma situa��o confort�vel para as nossas unidades, que j� custam a dar conta dos pacientes por coronav�rus. Vamos ter um problema agravando o outro e isso � perigoso”.
A Secretaria Estadual de Sa�de divulgou tamb�m o n�mero de casos suspeitos de outras doen�as transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti. A pasta recebeu 715 notifica��es de chikungunya em 2020. No boletim anterior, da semana passada, 646 casos haviam sido notificados. H� uma morte por esta doen�a sendo investigada em Campo Belo, no Sul de Minas. Com rela��o � zika, o estado registrou 236 casos prov�veis, sendo 59 em gr�vidas. O �ltimo balan�o mostrava que 244 pessoas contra�ram a doen�a, sendo 26 gestantes.