V�deo: solidariedade surpreende em doa��o de cestas a comunidades

Incomodados com a situa��o cr�tica em que muitas fam�lias carentes se encontram por causa do coronav�rus, um grupo de amigos se uniu para arrecadar fundos e destinar o dinheiro a cestas b�sicas para doa��es na Grande Belo Horizonte. Al�m das comunidades, a entrega ocorre tamb�m para quilombolas, ind�genas, refugiados, pessoas em situa��o de rua, entre outros. O volume de doa��es surpreendeu os organizadores da "vaquinha on-line".

A pandemia do novo coronav�rus imp�s um dilema a milhares de pessoas que n�o podem deixar de trabalhar, mas s�o orientadas a ficar em casa para se proteger do doen�a. Uma pesquisa realizada pelo DataFavela em parceria com a Central �nica de Favelas (Cufa) e com o Instituto Locomotiva, entre 20 e 23 de mar�o, mostrou que sete em cada 10 fam�lias tiveram a renda reduzida ap�s a pandemia de coronav�rus. Isso se d� porque 47% dos moradores trabalham como aut�nomos e somente 19% t�m carteira assinada. A pesquisa foi realizada com 1,2 mil moradores de 262 favelas do Brasil.

Assim, o movimento Espalhe cestas surgiu como uma iniciativa de 20 amigos, liderados pela empres�ria Rachel Horta, que de casa se uniram para arrecadar fundos e reverter o valor em cestas b�sicas. A ideia inicial era conseguir R$ 100 mil em 15 dias, mas com uma semana eles superaram a meta – foram arrecadados R$ 200 mil. As doa��es s�o feitas por meio de uma plataforma de financiamento coletiva mineira, que registrou recorde de engajamento, com a melhor taxa de convers�o de visitantes em doadores, de acordo com os organizadores da campanha.

Gabriela Reis, volunt�ria do projeto e consultora de impacto social, ressalta a necessidade de a��o emergencial para auxiliar: “Por ter contato com organiza��es sociais e comunidades, eu sei o quanto est� sendo dif�cil esse momento do coronav�rus para muitas fam�lias. Ent�o, a gente precisa fazer uma a��o para colocar comida na mesa de quem mais precisa e ajud�-los a sobreviver neste momento”.   

A opera��o de distribui��o tem o aux�lio de lideran�as comunit�rias, respons�veis por destinar e entregar �s fam�lias as doa��es. J�lio Fess�, l�der comunit�rio do Morro do Papagaio, na Regi�o Centro-Sul, explica que j� havia um cadastro das fam�lias com necessidade de assist�ncia, mas que, com a chegada do coronav�rus, houve a necessidade de ampliar os integrantes desse cadastro. “Este trabalho � de suma import�ncia, porque muitas pessoas aqui dentro da comunidade est�o desempregadas ou s�o aut�nomas e agora v�o ficar em casa”, explica Fess�. 

As cestas b�sicas, al�m de alimentos, como arroz, feij�o, macarr�o, cont�m itens de higiene, para que os beneficiados possam tamb�m se defender da amea�a do v�rus. Higienizar com frequ�ncia as m�os est� entre as principais recomenda��es da Organiza��o Mundial de Sa�de. Todas as cestas s�o higienizadas desde a montagem at� a entrega, numa precau��o para tentar diminuir a propaga��o da COVID-19.

A primeira distribui��o ocorreu no Aglomerado da Serra, a maior favela de Minas Gerais, na Regi�o Leste de BH, cinco dias ap�s o lan�amento da campanha. Entretanto, j� foram realizadas entregas em mais de 12 localidades como o Morro do Papagaio, Alto Vera Cruz e Dom Bosco, al�m da Casa Bem-me-Quer, do Comit� Mineiro das Causas Ind�genas, Associa��o Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicl�veis, Cio da Terra – Coletivo de Mulheres Migrantes.