Idosa de 84 anos se recupera do coronav�rus em casa no Sul de Minas

Dona Dulce Coelho, de 84 anos, j� est� bem, em fase final de recupera��o da COVID-19. A idosa foi o primeiro caso confirmado em Pouso Alegre de contamina��o pelo novo coronav�rus. A aposentada at� gravou um v�deo para agradecer a familiares e amigos pelas ora��es que fizerem nesses �ltimos dias para a recupera��o dela.

“Eu quero agradecer a todos amigos, parentes, filhos, netos, noras, genros... s�o todos dedicados, com tanto carinho. S� posso pedir a Deus para recompensar esse carinho, essa ternura. Deus aben�oe a fam�lia de cada um que rezou, pelo menos, uma Ave Maria por mim. Foi muito sucesso essa Ave Maria. Sei que Nossa Senhora est� muito presente na nossa vida. Muito obrigada por tudo. Deus aben�oe a todos”, diz no v�deo.

A reportagem do Terra do Mandu conversou por telefone com a filha de Dulce. A m�dica Carmen Coelho Rezende deixou o marido e os filhos momentaneamente e se mudou nesse per�odo para o apartamento da m�e desde quando surgiram os primeiros sintomas. Outra filha, que mora no mesmo local, tamb�m est� isolada no apartamento.

Carmen contou que nesta quinta-feira (2) a m�e j� voltou a se alimentar normalmente. Antes estava limitada a sopas. Desde domingo ela j� n�o apresenta mais quadro de febre.

Apesar de j� estar se sentindo bem, Dulce via ficar mais alguns dias em isolamento. “A gente conta 21 dias do in�cio dos sintomas. Vamos mant�-la reclusa por 30 dias por um excesso de cuidado”, conta a filha.

Segundo a filha, dona Dulce pode ter sido contaminada pelo coronav�rus durante um passeio �s cidades do Circuito das �guas, no Sul de Minas. Entre os dias 4 e 8 de mar�o ela passou por Caxambu e S�o Louren�oe e ainda visitou Baependi.

Os primeiros sintomas surgiram nos dias 19 e 20, quando come�ou a reclamar de cansa�o, mas as filhas acharam que era apenas ansiedade. O sinal de alerta foi ligado j� no dia 22, diante de febre de 38 graus. Os exames de tomografia feitos no dia 23 mostraram les�es nos pulm�es e o material foi coletado para novos exames mais completos sobre a COVID-19.

“Do dia 23 em diante, ap�s a tomografia, mesmo sem o teste positivo da COVID-19, n�s viemos para o apartamento dela. Eu e minha irm� que mora com ela nos internamos aqui, de porta trancada e n�o sa�mos at� hoje”, conta a m�dica.

Aos 84 anos, Dulce � uma pessoa de vida saud�vel. Ela faz academia de muscula��o e hidrogin�stica e dirige pela cidade. E nunca fumou. �nico problema de sa�de � a hipertens�o. “Mesmo com tudo isso, a resposta imune do idoso n�o � a mesma. Os sintomas come�aram devagarzinho, mas eles se agravaram a ponto de eu achar que ela precisava mesmo ir para o hospital”, lembra a filha.

Para cuidar da m�e, a m�dica levou alguns aparelhos hospitalares para o apartamento que auxiliaram para garantir oxig�nio � idosa. Ela recebia suporte a dist�ncia de colegas m�dicos especialistas em diversas �reas. “Mas, a todo momento, estive preparada para correr com ela em situa��o de amea�a de crise de respirat�ria aguda”.

Agora, idosa est� bem, 14 dias ap�s os primeiros sintomas. A febre come�ou a desaparecer no �ltimo domingo. J� s�o dois dias sem sinal febril. “De ontem para c�, voltou a querer se alimentar, voltou a querer sair da cama, voltou a querer comer comida, em vez de sopinha. Est� bem animadinha de novo”, comemora a filha.

As filhas de Dulce tomaram todos os cuidados para n�o se contaminar, usando m�scaras e paramentos m�dicos na momento de atender a m�e. Elas est�o bem, sem apresentar nenhum sintoma da doen�a, mas v�o fazer os exames antes de retornar �s rotinas de contato com os demais familiares.

Dulce tem sete filhos e 14 netos, est�o espalhados pelo Brasil e em outros pa�ses. Nesses dias de isolamento e com o diagn�stico da COVID-19, ela recebeu centenas de mensagens e v�deos de ora��o.

“Tem sido muito emocionante a uni�o toda. Tem ainda os amigos e demais parentes pela corrente que fizeram. Temos muita certeza do valor disso tudo na recupera��o dela”, diz a filha.

Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o coronav�rus � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus: qual � a diferen�a entre isolamento e quarentena?