
O pior do atual momento � que ainda n�o come�amos a recolher os cacos, estamos ainda trancados em casa esperando o resto se despeda�ar. Essa fase “limbo” � horr�vel, pois n�o podemos lamentar pelo que n�o foi feito ou pelo que fizemos de errado, e n�o podemos nem sequer nos planejar para depois que tudo isso passar, porque os n�meros n�o nos dizem quando isso vai ocorrer.
Quando tudo come�ou, ainda n�o tinha em mente como seria dif�cil. Minha fam�lia, inclusive, pediu para que eu voltasse para o Brasil, mas escolhi ficar, porque me sinto segura aqui. E, mesmo ouvindo “o sistema de sa�de italiano vai entrar em colapso”, � dif�cil entender o que isso significa, n�o conseguimos fazer uma foto desse cen�rio. Adiantaram a formatura de enfermeiros e m�dicos, pediram a ajuda a m�dicos de outras regi�es para atender a Lombardia, m�dicos aposentados se voluntariaram, chegaram refor�os de outros pa�ses, transformaram enormes locais de eventos em hospitais, receberam doa��es e compraram tudo o que puderam, como respiradores, m�scaras e roupas hospitalares. E nem assim conseguem atender tanta gente. Mesmo n�o contabilizando todos os mortos e doentes, os n�meros s�o preocupantes. Mesmo com toda a for�a-tarefa, n�o encontramos ainda um �ndice de paz.
"Podemos passear com o cachorro, andar no bairro para nos exercitar, por�m, desacompanhados. Temos medo de ser multados e somos vigiados o tempo todo por policiais"

As ruas est�o muito vazias, os carros empoeirados, s� gente nos supermercados, l� dentro s� se compram produtos essenciais, prateleiras dos n�o essenciais est�o bloqueadas. Podemos passear com o cachorro, andar no bairro para nos exercitar, por�m, desacompanhados. Temos medo de ser multados e somos vigiados o tempo todo por policiais.

Li��es
Acho que n�o voltarei mais a ser a mesma. Hoje vi que n�o precisamos ir ao supermercado toda semana, n�o desperdi�o mais comida, uso tudo com muito planejamento, uso melhor meu tempo, convivo melhor com minha fam�lia, como e durmo melhor. Temos menos barulho, menos polui��o, tem mais vida nos parques e animais por toda parte. Os vizinhos se olham e conversam. Eu falei pela primeira vez com meu vizinho, e olha que moro aqui h� tr�s anos. Estamos voltando nossos olhos para o pr�ximo de uma forma �nica. � cansativo, estranho e triste ficar isolado, mas tem seu lado positivo.
"N�o nos cansamos da conviv�ncia 24 horas por dia durante os sete dias da semana. Mas, mesmo assim, temos l� nossos problemas"
Agora j� n�o tenho medo mais, aprendi a me proteger e a proteger os demais. Acredito que essa foi a forma que encontraram de frear o problema e estou disposta a colaborar, por mim e pelos outros, principalmente pelo pa�s que me acolheu e que eu quero que se cure, o mais r�pido poss�vel. O sentimento � de tristeza e de impot�ncia por todas as perdas, seja de vidas ou materiais, mas temos que continuar fazendo o que podemos.

Pensei, ent�o, em espalhar not�cias boas, contar um pouco como essa situa��o estava nos transformando positivamente. Acredito mesmo que tudo tenha seu lado bom e o seu lado n�o t�o bom assim. Yin e yang. E foi a� que criei a #oladobomdocoronavirus, na qual as pessoas poderiam postar e seguir a hashtag, que todos os dias seriam alimentadas com um pouco de not�cias boas. As pessoas aderiram, com posts de m�sica, crian�as fazendo artes manuais e not�cias de cura, muita coisa linda.
"Quero me lembrar disso tudo, pois este momento est� me tornando um eu que eu quero para o mundo: mais consciente, mais coletiva, menos ego�sta, menos consumista, mais minimalista, mais presente e menos ansiosa com o futuro"
O trabalho foi feito. Esse foi para mim o maior aprendizado: o bem se faz com o bem, mesmo diante da incredulidade.
Quero me lembrar disso tudo, pois este momento est� me tornando um eu que eu quero para o mundo: mais consciente, mais coletiva, menos ego�sta, menos consumista, mais minimalista, mais presente e menos ansiosa sobre o que o futuro me reserva.
O que � o coronav�rus?
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o coronav�rus � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.
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