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Estado de Minas

Moradores de Nova Lima t�m dificuldade para aderir ao uso obrigat�rio das m�scaras

No dia em que decreto come�ou a valer na cidade, muita gente estava sem a m�scara. Reportagem n�o constatou nenhum tipo de fiscaliza��o


postado em 16/04/2020 14:47 / atualizado em 16/04/2020 16:55

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
No primeiro dia do uso obrigat�rio de m�scaras de prote��o contra o coronav�rus na cidade de Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, a ades�o da popula��o pelas ruas � apenas parcial, por�m com mais pessoas usando o equipamento do que os que ignoraram o decreto 10.008/2020, editado pela prefeitura municipal. Como tamb�m estabeleceu a determina��o, que vedou a utiliza��o de �reas p�blicas de uso comum na cidade, a Pra�a Bernardino de Lima, na regi�o central, estava vazia e fechada com uma fita.

No ponto de �nibus pr�ximo dali, um grupo de amigas esperava pelo coletivo sem usar a prote��o. Gr�vida de seis meses, Ana Carolina Gonzaga, de 18 anos, estava com a m�scara abaixada, sem cobrir o nariz e a boca. "Eu tirei porque estava me sufocando", explicou. Foi a mesma alega��o da zeladora Beatriz Cristina Santos Rocha, 45 anos, que estava com o equipamento guardado na bolsa. "Quando o �nibus chegar, eu coloco, mas tiro assim que eu descer", relata.

No mesmo local, devidamente mascarado, o t�cnico em seguran�a do trabalho aposentado Elisson Jos� dos Santos, 69 anos, comentou que falta divulga��o da forma correta de usar o equipamento, al�m de fiscaliza��o. "Um morador de rua dificilmente vai ter no��o de como usar e nem dinheiro para comprar", opina. Rodamos por uma hora em v�rios bairros de Nova Lima e n�o identificamos qualquer fiscaliza��o.

Em nota, a Prefeitura de Nova Lima informou que a fiscaliza��o do uso de m�scara na cidade, bem como das demais disposi��es publicadas no decreto 10.008/2020, � exercida pela Vigil�ncia Sanit�ria, Divis�o de Fiscaliza��o de Atividades Urbanas (Dfau), Fiscaliza��o de Meio Ambiente, Procon Municipal, Guarda Civil Municipal e demais �rg�os detentores de poder de pol�cia, com o apoio das autoridades estaduais.

J� os estabelecimentos comerciais, de forma geral, cumprem � risca as determina��es do decreto. Em um supermercado no bairro Retiro, Lorena Cristina da Silva Cardeal, 29 anos, controla a entrada e higieniza as m�os dos clientes com �lcool. "Come�amos ontem, sem m�scara n�o pode entrar", conta a funcion�ria, que em uma hora precisou barrar a entrada de tr�s clientes sem m�scara, que voltaram para casa aborrecidos. Ao adentrar o supermercado de m�scara, a professora Regina C�lia Ara�jo, 57 anos, garantiu que era a primeira vez que saia de casa em um m�s. "Tenho feito as compras online", conta.

Uma farm�cia no mesmo bairro n�o tinha m�scaras dispon�veis para a venda. De acordo com a farmac�utica L�via Soares, 36 anos, o produto est� em falta h� dois meses. "Alguns fornecedores at� t�m, mas precisa comprar em grande quantidade e a um pre�o muito alto. Fica impratic�vel", explica. Como a procura � alta e o momento exige prote��o, L�via autorizou que uma funcion�ria divulgasse para os clientes da drogaria as m�scaras de tecido que est� produzindo, vendidas diretamente por R$ 5. A farmac�utica conta que tamb�m manteve o pre�o do �lcool gel anterior ao da pandemia, reduzindo sua margem de lucro.

Em outra drogaria da cidade, pertencente a uma grande rede, tamb�m s� havia m�scaras de tecido, vendidas por R$ 16,90. O pre�o assustou o aposentado Wellington Rocha Ferreira, 43 anos, que desistiu de comprar. "Estou precisando de m�scara s� para entrar no banco. Eu sou crente, n�o acredito que essa doen�a vai pegar em mim", afirmou. A gerente da mesma drogaria disse que faltam m�scaras cir�rgicas h� mais de um m�s. "Antes, quando s� podia ter seis clientes dentro da loja, estava dando fila. Agora, como a loja � bem grande, pode entrar 80 e n�o tem mais fila", explica. Dentro da drogaria, as filas para o balc�o de atendimento, caixa eletr�nico e caixa estavam demarcadas a cada dois metros.

Em uma ag�ncia do banco Ita�, um funcion�rio estava dispon�vel para organizar a fila, incumb�ncia sob responsabilidade dos estabelecimentos comerciais, al�m de pretar informa��es ao p�blico. Havia duas filas formadas, uma para os caixas eletr�nicos, esta com marca��o a cada dois metros no ch�o, e outra para adentrar a ag�ncia, sem qualquer demarca��o. A gerente da ag�ncia, Aline Oliveira, 36 anos, conta que tem sido dif�cil organizar os clientes. "No caixa eletr�nico entram quatro clientes de cada vez, e, mesmo com terminais sobrando, eles ficam um do lado do outro. Aqui na fila nem sempre eles respeitam a orienta��o de dar dist�ncia e � complicado eu vir aqui toda hora. Tamb�m me sinto muito exposta fazendo isso", explica.

Na fila do banco, o pedreiro Michel Willian, 28 anos, garante que n�o recebeu qualquer informa��o sobre espa�amento. "Eu estou de m�scara e tentando ficar afastado dos outros, mas t� dif�cil", disse Michel, que na caminhada at� o banco observou que a maioria das pessoas estava de m�scara.


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