
Entre a tens�o pela expans�o do coronav�rus e o risco de desemprego, os milhares de aut�nomos que trabalham diariamente nas ruas de Belo Horizonte vivem situa��o dif�cil e impasse com o poder p�blico. Com mais um decreto que restringe a circula��o de pessoas na capital mineira, muitos perder�o arrecada��o nesse per�odo de pandemia com a diminui��o das vendas de balas, picol�s, pipocas, sucos, churros entre outros.
Atualmente, cerca de 2,3 mil aut�nomos atuam na cidade sem renda fixa e s�o dependentes da realiza��o de eventos e do movimento normal para garantirem seus sustentos. Muitos est�o sendo amparados pelo aux�lio emergencial de R$ 600 criado pelo governo federal no come�o do m�s, que deve beneficiar pelo menos 75 milh�es de pessoas em todo o Brasil.
Apesar disso, a quantia � vista como insuficiente para a classe viver com tranquilidade: “O benef�cio � muito pouco, j� que muitos conseguem ganhar muito mais no dia a dia. Poderia ser, pelo menos, um sal�rio m�nimo”, ressalta o coordenador do Movimento dos Trabalhadores em Logradouros p�blicos de Minas Gerais (MTLP), Jo�o Bosco Rodrigues, ex-vereador de Belo Horizonte.
Ele v� com preocupa��o a situa��o dos trabalhadores com a recess�o da economia provocada pelo COVID-19: “Toda a categoria est� sofrendo muito com esse isolamento. � um trabalho fr�gil, que dependente apenas da sua m�o de obra. Ao mesmo tempo, � um dilema colocar a vida em risco nesse per�odo de pandemia”.
Segundo o C�digo de Posturas de Belo Horizonte, seis categorias de vendedores ambulantes est�o aptas a vender suas mercadorias nos espa�os p�blicos da capital: engraxates, ve�culos de tra��o humana (carrinhos e picol�, churros e churraquinhos, etc), bancas de revistas, lavador de carros, feiras ao ar livre e deficientes visuais.
H� aqueles que insistem em trabalhar em meio ao movimento baixo. Mesmo presente no grupo de risco, o vendedor de picol�s Juraci Gon�alves Pereira, de 66 anos, n�o abandonou seu carrinho no per�odo de isolamento. Diariamente, ele percorre a regi�o hospitalar at� a pra�a da Assembleia, no Santo Agostinho, para incrementar sua venda. “Infelizmente, hoje n�o estamos vendemos quase nada. As ruas est�o vazias. O auxilio do governo vai nos ajudar um pouco”, afirma. Diferentemente do que as autoridades de sa�de defendem, ele abriu m�o de usar a prote��o contra a doen�a: “N�o uso m�scara, nem �lcool e nem nada. Seja o que Deus quiser”.
Cestas b�sicas
Outra solu��o que tem sido buscada pelas associa��es � procurar ajuda na prefeitura para a doa��o de cestas b�sicas. O presidente da Associa��o dos Pipoqueiros Microempreendedores de BH, Rog�rio Teixeira, tem feito reuni�es na prefeitura para tentar conseguir o benef�cio de forma mais f�cil. “Muitos trabalhadores est�o em casa. Quem n�o tem outra renda certamente passar� dificuldade. Temos que conseguir solu��es para melhorar a vida dessas pessoas”, afirma.
Desde 6 de abril, a prefeitura vem entregando 240 mil cestas e 57 mil kits de higiene � popula��o em vulnerabilidade social. A consulta de quem tem direito ao benef�cio � feita pela internet, por meio do portal da prefeitura. No site, a pessoa – usando o primeiro nome e o CPF do respons�vel pelo cadastro ou licenciamento de atividade informal – vai saber onde resgatar os alimentos e produtos, conforme escala definida previamente.