
O Grupo Mulheres Guerreiras do HAC, Associa��o Sindical dos Trabalhadores em Hospitais (ASTHEMG e SINDPROS) e outros funcion�rios do Hospital Alberto Cavalcanti realizaram uma homenagem nesta quarta-feira (23), na entrada do hospital, lembrando da profissional de sa�de Maria Aparecida Andrade, tecnica de enfermagem do CTI do hospital, que morreu v�tima do coronav�rus.
A homenagem come�ou �s 10h e foi, acima de tudo, uma forma de protesto dos profissionais da sa�de, que pediram socorro pela situa��o que est�o passando. Na linha de frente do combate � COVID-19, os m�dicos, enfermeiros, tecnicos e fisioterapeutas do hosptital denunciaram a falta de EPI's (equipamento de prote��o individual), de testes preventivos nos funcion�rios e a falta da dispensa de trabalhadores com comorbidades de suas fun��es, que, segundo eles, permanecem correndo riscos no hospital por parte da Fhemig e do governo de Minas Gerais.
A t�cnica em enfermagem Jussara Duarte, que trabalha na CTI do HAC, mesmo setor de Maria Aparecida, relata desde quando a colega de trabalho foi diagnosticada com a COVID-19, e posteriormente, depois de seu falecimento, os funcion�rios do hospital t�m pedido desesperadamente os testes para a Fhemig, pois existe o risco de estarem contaminados e assintom�ticos, e transmitirem o v�rus para outros funcion�rios, pacientes e para suas familias ao chegarem em casa.
"Eu n�o volto mais pra casa, por que quando eu chego l� vejo meu filho mais novo e vejo meus pais mais velhos, que s�o do grupo de risco, e tenho muito medo de coloc�-los em risco" relata Jussara, que diz estar procurando outro lugar para ficar devido a sua incerteza causada pela falta de EPI's e testes.
Outra profissional da sa�de, Carmisina Marta de Oliveira, conta que na unidade do hospital n�o era encontrado a m�scara cir�rgica (�tem essencial na preven��o do coronav�rus, principalmente aos medicos e enfermeiros) e teve que trazer sua pr�pria de casa, al�m do uniforme, que, conforme relato deles, est�o sendo lavados em casa.
O Grupo tamb�m abordou a pauta sobre a dispensa dos funcion�rios que possuem comorbidades que as colocam no grupo de risco. Por isso, precisam receber a licen�a. Sonia Alves da Silva denunciou � imprensa que pessoas com mais de 60 anos e pessoas com diabetes continuam trabalhando no hospital, e mesmo afastados do CTI, ainda correm risco de cont�gio.
Profissionais da sa�de denunciam descaso da FHEMIG e do Governo e homenageiam funcion�ria v�tima do coronav�rushttps://t.co/Yyd84P2N4y#coronavirusBH #coronavirusMG #coronavirus #COVID19 #coronavirusBrasil pic.twitter.com/OvO1NSI2bL
%u2014 Estado de Minas (@em_com) April 23, 2020
"Me sinto desrespeitada demais, principalmente pelo documento que a Fhemig enviou me informando que eu estava sim apta a trabalhar, mesmo ap�s eu enviar o laudo m�dico informando que eu n�o poderia ter contato direto com pacientes e, se poss�vel, deveria ser afastada do hospital", declarou Sonia. Ela sofre de cardiopatia e ainda assim n�o teve sua licen�a aprovada, e seguiu trabalhando e permanecendo em risco no hospital.
O protesto terminou com todos os participantes balan�ando bal�es brancos, prestando homenagem a Mari Aparecida e cantando: "A Cida n�o vai passsar, por que est� dentro do meu cora��o", enquanto balan�avam a faixa com os dizeres "existem pessoas que s�o eternas dentro da gente, e voc�, Cida, ser� sempre lembrada por todos n�s do HAC." *Est�giario sob supervis�o do subeditor Daniel Seabra
A Fhemig informou em nota lamentar “com pesar o falecimento da servidora Maria Aparecida Andrade (que tamb�m atuava na UPA Ressaca). Ela apresentou os primeiros sintomas no dia 5 de abril e foi imediatamente afastada das atividades no Hospital Alberto Cavalcanti, orientada a permanecer em quarentena e a buscar atendimento m�dico”. Ainda segundo a Fhemig, os servidores que apresentam sintomas s�o afastados e encaminhados para exame no hospital de refer�ncia, nesses casos, o Eduardo de Menezes.
Fhemig nega acusa��es
A Fhemig informou em nota lamentar “com pesar o falecimento da servidora Maria Aparecida Andrade (que tamb�m atuava na UPA Ressaca). Ela apresentou os primeiros sintomas no dia 5 de abril e foi imediatamente afastada das atividades no Hospital Alberto Cavalcanti, orientada a permanecer em quarentena e a buscar atendimento m�dico”. Ainda segundo a Fhemig, os servidores que apresentam sintomas s�o afastados e encaminhados para exame no hospital de refer�ncia, nesses casos, o Eduardo de Menezes.
A funda��o informou ainda que no caso dos grupos de risco os servidores devem se autodeclarar para serem direcionados para teletrabalho ou “remanejados dentro da pr�pria unidade (ou da rede) para exercer fun��es que n�o t�m contato com pacientes. Em rela��o ao Hospital Alberto Cavalcanti, a Fhemig esclareceu que o hospital n�o � referenciado para atendimento aos casos do novo coronav�rus. “Tamb�m esclarecemos que, ap�s apura��o na unidade, constatamos que a servidora n�o possu�a hist�rico de cardiopatia ou hipertens�o, o que foi verificado nos exames peri�dicos anuais realizados”, diz a nota.
Sobre as acusa��es de falta de equipamentos de prote��o individual e testes, a Fhemig informou que “os exames para COVID-19 s�o realizados apenas em servidores sintom�ticos, na unidade de refer�ncia, Hospital Eduardo de Menezes” e uma vez confirmada a suspeita o servidor e colocado em quarentena. “N�o s�o realizados testes para pessoas assintom�ticas e n�o existe exame preventivo para COVID-19. A Fhemig cumpre o que est� previsto nos protocolos cl�nicos e nas orienta��es t�cnicas do Minist�rio da Sa�de e da Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais”.
Sobre os EPIs, a funda��o disse que todas as unidades da rede “est�o abastecidas com equipamentos de prote��o individual e seguem orienta��es de suas diretorias”, seguindo as determina��es e protocolos dos �rg�os estaduais e federais de sa�de. “No HAC est�o sendo fornecidos n�o somente os EPI's necess�rios e adequados para preven��o � COVID-19, como tamb�m foram doadas m�scaras de acr�lico/acetato que s�o usadas por cima da m�scara cir�rgica”, finalizou a Fhemig na nota.