Em meio � falta de insumos e log�stica para testar pacientes com sintomas de COVID-19, universidades mineiras v�m atuando como parceiras da Funda��o Ezequiel Dias (Funed) no combate � pandemia no estado. H� quatro institui��es de ensino superior que t�m trabalhado na an�lise de amostras de pacientes. Dos 11.386 testes realizados por Minas desde a chegada da doen�a, boa parte passou ou vai passar pelas m�os de alunos e professores desses laborat�rios.
Integram essa parceria com a Secretaria de Estado de Sa�de as universidades federal de Minas Gerais (UFMG), Vi�osa (UFV) e dos Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Al�m delas, a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) foi selecionada para colaborar com as an�lises.
A parceria entre o �rg�o estadual e as universidades foi divulgada no �ltimo dia 2. Na ocasi�o, a Funed publicou a habilita��o de 19 laborat�rios aptos a realizar o diagn�stico para identificar a COVID-19 (universidades ou n�o). Na ocasi�o, a funda��o chegou a estimar que a amplia��o da rede ajudaria na an�lise de 1.800 amostras por dia.
O exame � do tipo RT-PCR, que utiliza biologia nuclear e, levando em conta o RNA do v�rus transformado em DNA, permite detectar se h� presen�a vir�tica nas secre��es do paciente.
A acelera��o das an�lises tamb�m contribui para que a administra��o p�blica tenha uma vis�o mais real da situa��o da pandemia no estado. Quanto mais testes realizados e examinados, mais os balan�os da Secretaria de Estado e do Minist�rio da Sa�de estar�o fi�is � realidade. Esse processo de testagem em larga escala foi uma das a��es positivas feitas por Singapura, Coreia do Sul e Alemanha, pa�ses que ganharam destaque no combate ao coronav�rus.
Desde 20 de mar�o, quando foi habilitada, a UFMG realiza uma m�dia di�ria de 180 an�lises de testes. A parceria deu t�o certo que, nas �ltimas semanas, a Funed passou a diminuir o ritmo de testes enviados, j� que a fila come�ou a se reduzir bastante, chegando a uma propor��o em que o pr�prio �rg�o consegue atender.
No entanto, de acordo com o professor e coordenador de um dos laborat�rios, Fl�vio Guimar�es Fonseca, at� este momento a universidade est� custeando todas as despesas com os testes. “A gente precisa trabalhar com reagentes, mas n�o recebemos nenhum do estado e nem de outra fonte. Os insumos com que trabalhamos hoje s�o de recursos pr�prios. O que h� � a promessa da secretaria de compensar esse dinheiro j� desembolsado e tamb�m comprar reagentes que est�o por vir”, explica.
Vi�osa As outras universidades s� come�aram os trabalhos nos �ltimos dias, j� que tiveram de oferecer treinamentos de seguran�a aos volunt�rios, al�m de aguardar pela chegada de insumos. A UFV conta com seis laborat�rios atualmente dedicados a an�lises de testes e come�ou os trabalhos no �ltimo dia 16, ainda com insumos comprados pela pr�pria universidade. Na ocasi�o, 40 alunos e professores de p�s-gradua��o, mestrado e doutorado analisavam cerca de quatro amostras por dia, vindas de unidades de sa�de do pr�prio munic�pio e de cidades ao redor.
Nesta quinta-feira (23), ap�s analisar os procedimentos da universidade, a Funed emitiu um parecer atestando que os testes realizados est�o 100% em concord�ncia com os que foram feitos nos demais laborat�rios.
O fato foi comemorado pelo ministro da Educa��o, Abraham Weintraub, que publicou a not�cia em suas redes sociais: “A Universidade Federal de Vi�osa (@ufvbr) conseguiu certifica��o para fazer testes do coronav�rus. Dos laborat�rios credenciados em Minas Gerais para a realiza��o dos testes, 6 s�o da UFV, segundo a reitoria”.
#Coronavirus | A Universidade Federal de Vi�osa (@ufvbr) conseguiu certifica��o para fazer testes do coronav�rus. Dos laborat�rios credenciados em Minas Gerais para a realiza��o dos testes, 6 s�o da UFV, segundo a reitoria.
%u2014 Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) April 23, 2020
A previs�o � de que a institui��o receba da Secretaria de Sa�de mais insumos nos pr�ximos dias. Com isso, de acordo com a professora respons�vel por um dos laborat�rios da universidade, Poliane Zerbine, a expectativa � de que a universidade examine 200 amostras por dia, vindas de v�rias regi�es do estado.
“Ainda temos condi��es e capacidade para aumentar um pouco isso e o reitor est� empenhado para conseguir os recursos necess�rios”, defendeu Zerbine.
Ainda falta insumo

A Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) iniciou os trabalhos ainda nesta segunda-feira (20) – a demora se deu devido a treinamentos necess�rios para garantir a seguran�a dos volunt�rios. Desde ent�o, a universidade trabalha com insumos pr�prios para a realiza��o de 200 testes di�rios, atendendo primeiramente amostras de casos mais graves.
A capacidade dever� ser ampliada com a aquisi��o de insumos com repasses financeiros no valor de R$ 925 mil oriundos do Minist�rio da Educa��o (MEC). Com isso, a universidade dever� analisar mais de 3 mil testes.
Unimontes Se as tr�s universidades mineiras j� conseguem examinar testes de COVID-19, a Unimontes esbarra na falta de insumos. De acordo com o professor Andr� Sena, pr�-reitor de p�s-gradua��o da Unimontes, os volunt�rios do laborat�rio da institui��o est�o na fase final de treinamento de biosseguran�a, mas j� se preocupam com a falta de insumos necess�rios para a realiza��o dos testes.
“Teve uma demanda muito grande no mundo inteiro por insumos. Ent�o, hoje voc� pode dar o dinheiro que quiser, que voc� n�o compra”, ressalta Sena. Conforme explica, al�m da administra��o p�blica, a universidade tamb�m tenta trazer insumos por meio de empresas privadas. “J� recebi telefonemas me informando que o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais e o governo federal tamb�m nos enviar�o equipamentos e reagentes em at� 30 dias”, acrescenta.
Inicialmente, a previs�o � de que sejam feitos 30 testes di�rios no laborat�rio da universidade, mas esse n�mero pode chegar a 100, conforme o desenvolvimento dos alunos. “Estamos concentrados em fazer um bom servi�o e n�o desservi�o”, defende o professor.
*Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Eduardo Murta