
Pelo telefone, Gislane tenta contar seu desespero, mas fala com dificuldade, pois n�o consegue parar de chorar. “Eu j� n�o sei o que vou fazer. O consulado n�o ajuda em nada. Parece que n�o quer saber de n�s, brasileiros. J� fui v�rias vezes ao pr�dio onde fica o representante do governo brasileiro aqui em Lisboa e nem sequer sou recebida. Falam pra gente entrar no site e mandar mensagem, mas nem sequer respondem. E nem atendem ao telefone mais. J� n�o sei o que vou fazer”.
A situa��o dos 13 brasileiros que sobraram do �ltimo voo de repatriamento, na quinta-feira (30) tamb�m segue sem altera��o. Eles afirmam n�o ter recebido qualquer comunicado do governo brasileiro. “A gente est� aqui em Lisboa gra�as ao governo de Portugal, atrav�s de seu servi�o de assist�ncia social, que nos colocou, primeiro, num hostel, e agora nos trouxe desde ter�a-feira para o Inatel, uma esp�cie de col�nia de f�rias, onde dormimos e nos alimentamos”, conta o mineiro Edimir Alves, de 45 anos, ex-vereador de Frei Lagonegro, ao lado do bacharel de direito Ilker Batista, de 33.
Hungria
A situa��o n�o � diferente dos 28 brasileiros que esperam ser repatriados na Hungria. Segundo o engenheiro capixaba Victor Silveira de Amigo, de 28 anos, na segunda-feira (3), atendendo ao pedido feito pelo consulado brasileiro em Budapeste, foram encaminhadas as c�pias dos pretendentes � viagem de repatria��o, mas ele diz n�o ter recebido depois disso nenhum comunicado oficial. “Parece que se esqueceram da gente.”
Turquia
O �nico caso de resgate de brasileiros nesta semana ocorreu na Turquia, de onde um grupo de cerca de 40 brasileiros chegou na noite de ter�a-feira (5) ao Aeroporto de Cumbica, em S�o Paulo. Entre os resgatados, a dan�arina baiana Ramaiane Morais Sena, de 23 anos, que desembarcou nesta quarta-feira (6) em Salvador, onde far� a quarentena.
“Todos os brasileiros que se cadastraram no consulado do Brasil retornaram. Eles colocaram um �nibus que buscou todos, de cidade em cidade, e levou para Istambul. Eu estava em Ankara. Felizmente, estou em casa, feliz. Mas quero ver se, assim que passar essa pandemia, retorno para l�”, diz Ramaiane.