
Um dos propriet�rios consultados pela reportagem foi Rodrigo Lima, que � dono da Barbearia Mustache, localizada no Bairro Fern�o Dias, na Regi�o Nordeste de Belo Horizonte. Ele aprovou a decis�o do governo, mas viu a medida com certa preocupa��o, uma vez que a ades�o ao isolamento social vem caindo.
“N�s, do segmento de barbearia, vimos o decreto de ontem como uma boa iniciativa do governo federal, mas os governos estaduais e as prefeituras precisam analisar a quest�o da pandemia em cada cidade. A nossa cidade de Belo Horizonte est� come�ando a se preparar para uma reabertura do com�rcio. Estamos vendo com bons olhos uma iniciativa de reabertura do com�rcio. Mas tamb�m preocupa, porque muitas pessoas n�o respeitam as regras de seguran�a da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS)”, afirmou.
A reabertura citada por Rodrigo � uma medida citada pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que pretende flexibilizar o funcionamento do com�rcio a partir do dia 25 de maio, dependendo da velocidade de cont�gio do coronav�rus at� l�. O empres�rio, no entanto, n�o esconde a ansiedade em poder voltar a retomar os neg�cios, que est�o parados desde mar�o. A receita caiu 70%. Os outros 30% foram compensados por clientes que pagaram adiantado por um voucher, que pode ser utilizado na reabertura da barbearia.
“A gente vai aguardar o posicionamento do governo de Minas e da Prefeitura de Belo Horizonte. H� a expectativa da reabertura gradual a partir do dia 25 de maio. Pode ser bom ou pode ser ruim. Depende mais da popula��o, que n�o est� respeitando o isolamento. A gente fica ansioso pela nossa receita, n�o s� para o nosso segmento, como outros segmentos tamb�m”, disse.
Adriana �vila � dona de uma esmalteria, que, al�m de realizar servi�os de manicure e pedicure, tamb�m faz depila��o e henna. Para Adriana, as atividades listadas por Bolsonaro n�o s�o essenciais, principalmente no caso dela, que executa fun��es que necessitam de um contato direto com a clientela.
“Eu acho que ele � louco (risos). Porque eu n�o acho que sal�o de beleza seja um servi�o essencial, o mesmo vale para academias. Neste per�odo de pandemia, o ideal � que todos fiquemos em casa, fazendo a nossa parte”, opinou.
Adriana conta que est� com o seu estabelecimento fechado, na regi�o do Bairro Floresta, desde o dia 20 de mar�o, data em que o decreto assinado por Alexandre Kalil come�ou a entrar em vigor. Desde ent�o, as receitas despencaram. Mesmo assim, ela defende o isolamento social.
“Se eu falar para voc� que n�o queria trabalhar, � mentira, porque queria muito estar com o meu estabelecimento aberto, atendendo normal, mas � risco para mim e para minhas clientes. Por mim mesmo, por ter filho pequeno em casa, eu fico com muito medo de sair na rua e trazer alguma coisa para casa. Se for olhar pelo financeiro, est� sendo bem dif�cil, mas eu acho que a gente pode aguentar mais um pouco, fazendo a nossa parte. Quanto antes fazer a nossa parte, ficar em casa, mais r�pido a pandemia passa e a gente pode voltar”, ressaltou.
Fl�vio Henrique � propriet�rio da Academia Fit3, no bairro �gua Branca, em Contagem, na Grande BH, As portas do seu estabelecimento est�o fechadas desde o dia 19 de mar�o. Ele, assim como Adriana, n�o concorda com Bolsonaro sobre academia ser considerada um servi�o essencial. Al�m disso, o empres�rio v� uma inviabilidade financeira para retomar os neg�cios nesta �poca do ano.

A solu��o para amenizar a queda de receitas tem sido locar equipamentos e itens para que as pessoas pratiquem atividades f�sicas em casa. Fl�vio conta que j� n�o tem materiais para locar e que pensa em adquirir mais produtos para disponibilizar aos clientes. Apesar disso, o futuro ainda � incerto.
“Estamos vendo uma crescente em pessoas que querem fazer atividade f�sica, que s�o sedent�rias, s� que n�o sabemos se isso vai converter em clientes para a gente, principalmente em fun��o da crise econ�mica”, concluiu.
Entre as atividades listadas como ‘essenciais’ por Bolsonaro, j� tinham os servi�os de constru��o civil e de atividades industriais, al�m de ind�strias qu�micas e petroqu�micas de mat�rias primas ou produtos de sa�de, higiene, alimentos e bebidas e produ��o, transporte, entre outros.