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Estado de Minas ZONA DA MATA

Com 16 mortos por COVID-19, Juiz de Fora reabre com�rcio, sem consenso

Comerciantes e popula��o divergem sobre volta gradual da atividade na cidade, segunda colocada em �bitos pelo novo coronav�rus em Minas Gerais


postado em 18/05/2020 18:26 / atualizado em 19/05/2020 16:54

Cidade-polo da Zona da Mata mineira, Juiz de Fora iniciou a reabertura gradual do comércio(foto: Marcos Alfredo/Esp. EM/D.A Press)
Cidade-polo da Zona da Mata mineira, Juiz de Fora iniciou a reabertura gradual do com�rcio (foto: Marcos Alfredo/Esp. EM/D.A Press)
A semana come�a com reabertura gradual do com�rcio em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Decreto municipal divulgado no s�bado promoveu a ades�o da cidade ao programa do governo estadual Minas Consciente, um protocolo de regras criado, segundo o governador Romeu Zema, para orientar os prefeitos dispostos a flexibilizar o isolamento social.

N�o h� consenso entre comerciantes e a popula��o sobre o retorno das atividades econ�micas, j� que Juiz de Fora � cidade-polo da Zona da Mata e ocupa o segundo lugar no estado em casos confirmados de contamina��o pela COVID-19.

De acordo com boletim epidemiol�gico desta segunda, divulgado pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES), o munic�pio de 600 mil habitantes registra 396 pessoas infectadas e 16 mortes, s� perdendo para Belo Horizonte, com 1.158 casos confirmados e 31 mortes.

O programa MinasConsciente � dividido em quatro fases e Juiz de Fora est� na chamada onda verde – considerada a de servi�os essenciais nos setores de agropecu�ria; alimentos; banco e seguro; cadeia produtiva; constru��o civil; f�brica e siderurgia; sa�de; telecomunica��o; transporte e tratamento de �gua. Al�m de supermercados – que j� estavam liberados –, o novo decreto autoriza o funcionamento do com�rcio varejista de latic�nios, doces e balas.

Tamb�m est�o liberados nesta nova etapa bares, lanchonetes e restaurantes, que devem dar prefer�ncia � entrega no sistema de delivery ou � retirada no balc�o. Caso o estabelecimento forne�a consumo no local, tem de respeitar limite de funcionamento at� �s 19h e n�o pode haver nenhum tipo de entretenimento no local.

“Acho essa reabertura inoportuna, estamos numa crescente de casos e a cidade � a segunda no ranking do estado. Eu temo pela minha fam�lia”, disse o m�sico Thiago Miranda. Com 16 anos de carreira, mesmo dependendo do funcionamento de bares para se apresentar, ele n�o concorda com a volta das atividades. Thiago ressalta que � dif�cil, nessa atividade, manter a dist�ncia social e seguir as regras para evitar cont�gio.

Na opini�o do consumidor Daniel Ademar, de 48 anos, a volta do com�rcio � essencial. “Tomara que volte tudo, cada um diz uma coisa sobre o coronav�rus, �s vezes parecem que os n�meros n�o correspondem � realidade. Eu sou a favor de liberar tudo”, afirma.

Comerciante fala em atenuar preju�zo

Propriet�rio de um bar h� 35 anos, Paulo Roberto, 59, reabriu o estabelecimento ontem, ap�s dois meses de portas fechadas. Ele conta que ainda n�o pagou o aluguel relativo ao per�odo de fechamento, pois aguarda uma renegocia��o com o propriet�rio da loja.

“Estou com um preju�zo de aproximadamente R$ 35 mil, ent�o, esse decreto vai dar uma aliviada. Vou tentar vender o que tenho de estoque aqui. Nunca passei por isso antes”, reclama o comerciante, que n�o tem outra fonte de renda.

Amaury Edgar reabriu bar com 34 anos de atuação insatisfeito devido à limitação de horário de funcionamento até 19h(foto: Marcos Alfredo/Esp. EM/D.A Press)
Amaury Edgar reabriu bar com 34 anos de atua��o insatisfeito devido � limita��o de hor�rio de funcionamento at� 19h (foto: Marcos Alfredo/Esp. EM/D.A Press)
Questionado sobre os altos n�meros de casos de contamina��o da doen�a respirat�ria, Paulo Roberto afirma que n�o tem outro jeito. “Temos que tentar, ningu�m sabe como isso vai ficar”.

Amaury Edgar, 54, tamb�m reabriu o bar, que ocupa quatro lojas e tem 34 anos de opera��o. “Nossa, foi um baque pra mim, nem no plano Collor, nos anos 1990, eu passei tanto aperto. Outra coisa: acho que poder�amos funcionar at� 20h. A pessoa que chega aqui quer se sentar, tomar uma cerveja e comer um tira-gosto ap�s o trabalho. O decreto estabelece para fecharmos �s 19h, mas � muito cedo”, ressalta Amaury, que n�o usa o sistema de delivery porque alega n�o conseguir competir com os pre�os de supermercados.

O comerciante deixou de movimentar cerca de R$ 30 mil durante os 60 dias nos quais o bar n�o funcionou. Ele mant�m um funcion�rio e o outro ingressou no programa de aux�lio emergencial do Minist�rio da Economia.

A cabeleireira Rosana Fernandes não pode retornar ao trabalho, mas não reclamou porque teme a escalada da contaminação(foto: Marcos Alfredo/Esp. EM/D.A Press)
A cabeleireira Rosana Fernandes n�o pode retornar ao trabalho, mas n�o reclamou porque teme a escalada da contamina��o (foto: Marcos Alfredo/Esp. EM/D.A Press)
Rosana Fernandes � cabeleira h� mais de 15 anos e nos �ltimos dois anos herdou do pai o sal�o de cabeleireiro que est� fechado desde 16 de mar�o. Ela recorreu aos R$ 600 distribu�dos pelo governo. Embora n�o tenha sido contemplada para voltar � atividade nesta etapa, a cabeleireira discorda da reabertura do com�rcio, porque, segundo ela, a situa��o vai piorar devido aos n�meros de casos de contamina��o que est�o subindo e n�o se sabe quando atingir�o o pico na cidade.  “Estou sem trabalhar, mas n�o concordo com a reabertura.”

Dono de uma padaria com 25 anos de atividade, Max Viana contabiliza queda de 25% no faturamento do neg�cio, que n�o fechou as portas, pois estava autorizado a funcionar desde que seguisse as normas de desinfec��o e distanciamento estabelecidas em decreto municipal anterior. “O governo tinha que ter fechado tudo, por 30 dias antes, no Brasil todo; s� assim teria resultado efetivo no combate a pandemia”, opina.
 


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