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Estado de Minas CORONAV�RUS

Veja como a COVID-19 se espalhou por MG e chegou a cidades sem UTI

Mapa animado mostra avan�o do coronav�rus no estado. Dos 853 munic�pios mineiros, 397 (46,5%) t�m casos confirmados. N�mero real, por�m, deve ser bem maior


postado em 27/05/2020 04:00 / atualizado em 27/05/2020 14:18

Mapa mostra como coronavírus se propagou em Minas Gerais(foto: Reprodução)
Mapa mostra como coronav�rus se propagou em Minas Gerais (foto: Reprodu��o)
H� dois meses, as pacatas ruas de Salto da Divisa, no Jequitinhonha, se tornaram ainda menos movimentadas. Assim como em grandes centros urbanos, a cidadezinha de 7 mil habitantes tamb�m implementou medidas de isolamento social. Por l�, por�m, o objetivo n�o era diminuir a velocidade de dissemina��o da COVID-19, mas impedir que o coronav�rus chegasse. Afinal, um paciente que precisasse de leitos de UTI teria que percorrer 376 quil�metros at� Te�filo Otoni, numa viagem de aproximadamente cinco horas. Outra op��o seria buscar ajuda fora de Minas Gerais, em munic�pios baianos.

Apesar do esfor�o da popula��o e das medidas tomadas pelo poder p�blico, o v�rus chegou a um morador de Salto da Divisa, segundo a Secretaria Estadual de Sa�de (SES). De acordo com boletim divulgado diariamente pela administra��o local, n�o h� registros de infec��o na cidade. Ou seja, o paciente foi testado e iniciou o tratamento em outro munic�pio. E � assim que tem sido em v�rias cidades mineiras.

S�o centenas de munic�pios sem leitos de UTI ou respiradores mec�nicos, fundamentais para o tratamento de casos graves de COVID-19. E o v�rus j� chegou l�. At� essa ter�a-feira, 397 das 853 cidades de Minas Gerais (46,5%) tinham casos confirmados da doen�a (veja evolu��o no gr�fico abaixo).


E o n�mero real deve ser bem maior, j� que o baixo �ndice de testagem segue como um dos principais problemas no enfrentamento � pandemia no estado. At� 11 de maio, 822 das 853 cidades mineiras (96,3%) tinham registrado casos suspeitos da doen�a. Eram mais de 114 mil suspeitas de infec��o. Dias depois, a SES parou de divulgar esses n�meros, que cresceram desde ent�o.

Desde o dia 5 de abril, as dez regi�es de planejamento de Minas Gerais tinham cidades com pelo menos um caso confirmado de coronav�rus. Atualmente, a parte Central do estado � a mais atingida, com 3.007 infectados (40% do total). Em seguida, aparecem a Zona da Mata (15,4%) e o Tri�ngulo (11,4%).

Veja no mapa animado abaixo como a COVID-19 se propagou no estado:



O processo de interioriza��o do v�rus causa alerta em especialistas e administradores p�blicos. Apesar de geralmente terem menor densidade populacional - o que diminui o potencial de propaga��o da doen�a -, essas cidadezinhas preocupam justamente por n�o terem sistemas de sa�de com infraestrutura adequada para suportar os reflexos de uma pandemia. 

“Uberl�ndia, Montes Claros e Juiz de Fora t�m certa estrutura hospitalar. No entanto, algumas cidades menores n�o possuem essa rede hospitalar com leitos e respiradores. Essas regi�es que t�m estruturas hospitalares um pouco mais fragilizadas n�o est�o preparadas para enfrentar esta grande crise. A gente tem que jogar toda a nossa energia na preven��o: evitar a doen�a para evitar uma explos�o de casos em cidades que n�o t�m estrutura hospitalar robusta”, analisa o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Una� Tupinamb�s.

Segundo an�lise do projeto Coronav�rus-MG com base em dados p�blicos, 196 cidades mineiras integram regi�es de sa�de sem nenhum leito de UTI at� o fim de abril. Das 89 unidades administrativas sanit�rias de Minas, 29 (um ter�o) n�o possuem a estrutura necess�ria para atendimentos mais complexos de pacientes com COVID-19. Nos �ltimos meses, o governo estadual refor�ou investimentos na �rea, mas a interioriza��o do v�rus a localidades com infraestrutura pior ainda preocupa.

Cen�rio atual

Apesar da subnotifica��o em decorr�ncia dos baixos �ndices de testagem, o sistema de sa�de mineiro tem dado conta da demanda de pacientes com COVID-19. O SUS de Minas Gerais conta com 12.298 leitos cl�nicos, 2.676 leitos de UTI e 4.564 respiradores, segundo dados do �ltimo dia 24. Consideradas todas as enfermidades, as taxas de ocupa��o dos leitos cl�nicos e de UTI eram, respectivamente, de 67,3% e 65,9%.

Os n�meros tecnicamente positivos - especialmente se comparados a outros estados brasileiros - d�o f�lego extra ao sistema de sa�de mineiro. O avan�o do v�rus ao interior, por�m, deve aumentar a demanda de transfer�ncia de pacientes para cidades com melhor estrutura. A ‘migra��o’ de infectados, ent�o, pode sobrecarregar outros munic�pios.

“Nas unidades b�sicas de sa�de, normalmente h� um cadastro e o atendimento � georreferenciado, sendo poss�vel controlar melhor o atendimento apenas de pessoas do munic�pio. Mas nas unidades de urg�ncia n�o existe esse controle, todos t�m direito de ser atendidos em qualquer unidade de urg�ncia do Brasil. Dessa forma, apesar de haver regula��o da demanda de outros munic�pios, n�o � poss�vel regular a demanda espont�nea de pacientes de outros munic�pios que busquem diretamente as unidades de urg�ncia em munic�pios vizinhos”, explica o diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, Ant�nio Toledo J�nior.


Press�o na capital?

O avan�o do v�rus na Regi�o Metropolitana e no interior de Minas Gerais pode significar um problema para Belo Horizonte, que aparentemente tem conseguido controlar o avan�o da doen�a at� aqui. A capital, que iniciou a reabertura do com�rcio na �ltima segunda-feira, pode ter o sistema de sa�de pressionado pela migra��o de pacientes advindos de outras partes do estado, especialmente aquelas que n�o tiverem boa estrutura hospitalar.

A demanda de quem n�o vive em BH j� come�ou a ser percebida. At� essa ter�a-feira, tinham sido feitas 2.120 solicita��es de interna��o na capital por suspeita de COVID-19, segundo dados da Secretaria Municipal de Sa�de. Desse total, 363 (17,1%) partiram de pessoas que moram em outras cidades mineiras ou outros estados.

Apesar da demanda de v�rias partes do Brasil, � na Regi�o Metropolitana que est� a maior preocupa��o nesse sentido. Das 34 cidades que comp�em a Grande BH, 30 j� confirmaram casos de coronav�rus. Os cinco munic�pios que mais demandam da capital interna��es por COVID-19 s�o Sabar� (15,7% dos pacientes "importados"), Santa Luzia (13,5%), Vespasiano (8,5%), Ribeir�o das Neves (7,7%) e Caet� (5,0%). As demais solicita��es partiram de moradores de outros 51 munic�pios.

Cenário da COVID-19 em Minas Gerais(foto: Soraia Piva/EM/D.A Press)
Cen�rio da COVID-19 em Minas Gerais (foto: Soraia Piva/EM/D.A Press)

Desde maio, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) tem mostrado preocupa��o com o avan�o do v�rus no interior e a consequente migra��o de pacientes para BH. “Ajudando o interior, estar�o protegendo BH. Deixo meu recado para o interior que a situa��o est� ficando perigosa. BH n�o tem a menor condi��o de aguentar todo o estado numa situa��o de piora dessa pandemia”, alertou, no �ltimo dia 5.

Segundo dados de domingo, BH tinha taxas de ocupa��o de leitos de UTI e de enfermaria em 77% e 65%, respectivamente. Na avalia��o da prefeitura, os n�meros permitem flexibiliza��o do isolamento social e demonstram que a cidade tem capacidade de suportar um eventual aumento no n�mero de casos.

A preocupa��o com as outras cidades, por�m, fez com que BH instalasse barreiras sanit�rias para fiscalizar pessoas que chegam � capital. H� ainda um plano emergencial para melhorar a estrutura do sistema de sa�de em caso de necessidade.

“Temos um plano emergencial para quase dobrar o n�mero de leitos tanto de CTI, quanto de enfermaria, caso haja necessidade. Isso em apenas sete dias. No entanto, a gente fica preocupado com essa press�o que pode vir a ter do interior, da Regi�o Metropolitana, para Belo Horizonte. A gente conta com a colabora��o, � claro, da popula��o da Regi�o Metropolitana e de toda Minas Gerais para evitar, para prevenir a infec��o”, pontua Una� Tupinamb�s, que integra o Comit� de Enfrentamento � Epidemia de COVID-19 da capital.


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