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Estado de Minas REABERTURA DE LOJAS

Vendas, medo e desrespeito: a nova rotina dos comerciantes de BH

Lojistas celebram boa procura na primeira semana da reabertura do com�rcio na capital, mas relatam 'teimosia' de clientes que n�o usam m�scara. Setor de beleza enfrenta receio da freguesia


29/05/2020 11:33 - atualizado 29/05/2020 21:47

Lojas de enxovais aproveitam queda nas temperaturas para esquentar vendas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Lojas de enxovais aproveitam queda nas temperaturas para esquentar vendas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Depois de mais de dois meses com as portas fechadas, parte dos comerciantes de Belo Horizonte puderam receber clientes, seguindo as normas sanit�rias estabelecidas pelo munic�pio. A procura nesta primeira semana, de acordo com lojistas consultados pelo Estado de Minas, atendeu as expectativas. Contudo, setores de beleza, como barbearias, ainda sentem o receio das pessoas em buscar os servi�os. Em alguns casos, o medo dos clientes se transforma em desrespeito, como a insist�ncia em n�o usar a m�scara dentro dos estabelecimentos.

Com a queda nas temperaturas, devido � proximidade da chegada do inverno, as vendas nas lojas de enxovais esquentam. � o caso da Enxovais Monte Santo. Com oito lojas em Belo Horizonte, a empresa foi uma das que reabriu as portas nesta semana. A propriet�ria Viviane Moreira, 42, concentrou suas vendas, no tempo em que ficou de portas fechadas, no com�rcio virtual, com bons �ndices de itens vendidos. Mas quando voltou a funcionar de maneira presencial, ela se surpreendeu com o movimento.

“A gente percebe que h� uma demanda reprimida. Os clientes ficaram 60 dias sem fazer compra. Nos 60 dias em que ficamos fechados, nossa loja virtual funcionou e cresceu bastante as vendas, atendemos muitos clientes por l�. Mas � claro que cliente de roupa de cama quer pegar na toalha, quer ver se � macia. Quem n�o optou comprar pelo virtual, aguardou para comprar na loja. Abrimos �s 11h, que � o hor�rio permitido, na segunda-feira, com fila em algumas lojas. Estamos com todo o cuidado”, disse Viviane.

Gislaine Vitor é gerente de uma das lojas da Enxovais Monte Santo(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Gislaine Vitor � gerente de uma das lojas da Enxovais Monte Santo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Com a alta procura, a expectativa da empres�ria para o futuro em rela��o ao n�mero de vendas � extremamente positiva, caso n�o haja lockdown em Belo Horizonte.

“Eu tenho expectativa que v� continuar com um movimento bom. O frio para a gente � muito bom. Esquenta as vendas nossas. Em breve volta ao normal antigo, com o volume de faturamento antigo, o mesmo que a gente faturava antes (da pandemia). Eu acredito”, destacou.

Sinal verde, tamb�m, no mercado de ve�culos. No tempo em que ficou de portas fechadas, Rodrigo Eliazar, 43, dono da Autop Ve�culos, tamb�m utilizou o meio on-line para realizar atendimentos remotos, como confer�ncia e entrega de carros. Ap�s a reabertura do estabelecimento, o empres�rio j� constatou um aumento superior a 50% no movimento na loja.

“Como a gente tem uma loja que tem uma vitrine boa e grande, tivemos realmente uma melhora consider�vel no movimento, apesar de a gente vir trabalhando bem com a quest�o da internet, an�ncios e trabalhando via Whatsapp, com atendimento remoto e fazendo s� agendamentos para confer�ncia de carros e entrega, a loja com as portas abertas melhorou bem o movimento. N�o est� no mesmo volume que a gente tinha antes da pandemia, mas o fluxo de loja melhorou mais de 50% do que estava”, declarou.

Nos �ltimos dois meses, Rodrigo conta que constatou uma queda de 50% na procura por ve�culos. Agora, ele busca equilibrar os n�meros. “Nos �ltimos dois meses a procura caiu em torno de 50%,  agora que estamos tentando retomar pelo menos 50% do que caiu, para a gente ficar na m�dia.”

A Avenida Pedro II, na Regi�o Noroeste de BH, � bastante procurada por pessoas que buscam componentes para ve�culos. � l� que est� localizada a Autope�as 3 Irm�os. Durante o decreto do prefeito Alexandre Kalil (PSD), a loja funcionou com restri��o. Agora, com a reabertura de parte do com�rcio na capital, a procura de clientes aumentou em 30%. Durante os �ltimos dois meses, o estabelecimento tamb�m apostou na internet para seguir comercializando produtos.

“A gente j� vinha fazendo um trabalho muito grande nisso a�. No pr�prio site a pessoa j� clica no atendimento via Whatsapp e tem uma pessoa s� por conta desse tipo de atendimento. Tem o motoqueiro que faz a entrega. Quando precisamos de uma moto adicional, temos parceria com uma empresa terceirizada que faz o servi�o. Observamos, tamb�m, que conseguimos entregar em cidades vizinhas, como Pedro Leopoldo e Vespasiano. Instagram tamb�m tem um retorno muito legal”, relatou a gerente Patr�cia Maria Ara�jo, 38.

Quem tamb�m celebra o retorno de parte das atividades em Belo Horizonte � o setor de m�veis. Nos dois primeiros dias de reabertura, a Glamour Interiores, localizada na Avenida Silviano Brand�o, p�lo do setor na capital, constatou um movimento acima do esperado, ficando dentro do previsto no restante da semana. Apesar disso, a gerente Aline Santos, 43, prefere esperar para ter an�lises mais concretas.

“A gente ainda est� muito no in�cio, tentando formar uma opini�o de como ser� os resultados. Ainda est� muito cedo para fazer uma observa��o maior. Tem que ver o fim de semana e a segunda semana. Quando outros tipos de com�rcio reabrirem ver como estar� o movimento aqui. Estamos tentando entender como ser�”, ponderou.

Receio


Apesar da reativa��o de parte dos setores da economia em BH, nem todos tiveram resultados satisfat�rios neste primeiro momento. � o caso da Barbearia O Bom Kbelo. O propriet�rio Luiz Carlos, 37, sente que parte dos clientes est�o receosos em procurar os servi�os do estabelecimento, mas que espera uma melhora no movimento nos pr�ximos 30 dias.

“Com essa reabertura, quem est� vindo s�o os clientes que est�o saindo de casa e est�o um pouco com medo. Est� chegando cliente aqui que tinha tr�s meses que n�o cortava cabelo. Como n�s estamos divulgando que estamos funcionando, as pessoas est�o come�ando a marcar. Temos um sistema de agendamento. Agora est�o come�ando a procurar. Mas n�o � o que era a barbearia. Eu sabia que seria um per�odo de readapta��o”, destacou.

Barbearia O Bom Kbelo tem recebido poucos clientes neste início de reabertura, por causa do receio da freguesia(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Barbearia O Bom Kbelo tem recebido poucos clientes neste in�cio de reabertura, por causa do receio da freguesia (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Luiz tamb�m conta que a agenda do primeiro fim de semana p�s-reabertura est� ocupada em menos da metade. A barbearia conta com quatro profissionais. Com a queda vertiginosa da receita, o propriet�rio se pauta pela lealdade para manter a equipe.

“At� conversamos e vamos tentar segurar. Como n�s somos quatro, vamos tentar segurar mais por quest�o de lealdade, para ajudar o outro. Porque p�blico e servi�o, n�o ter�. Vamos ter que nos adaptar � queda”, concluiu.

Desrespeito


Apesar da boa demanda em grande parte do com�rcio da capital, lojistas sentem o desrespeito de alguns clientes que insistem em entrar nos estabelecimentos sem o uso de m�scara. A utiliza��o do item de seguran�a � obrigat�ria em Belo Horizonte desde o dia 22 de abril, mas nem todos aderem. � o que conta a empres�ria Viviane Moreira.

“Ainda tem cliente tentando entrar na loja sem m�scara. � uma minoria, mas tem. A gente v� cliente brigando quando a gente fala “aguarda um pouco, pois precisamos de ter gente para te atender. N�o pode aglomerar”. A gente percebe que eles querem comprar, mas ainda tem gente que n�o est� entendendo a situa��o. Para a gente � �timo, que bom que estamos vendendo, precisamos recuperar, mas temos que preocupar tamb�m com nossos funcion�rios e clientes”, relatou.

A fala de Viviane vai de encontro com a da gerente Patr�cia Maria Ara�jo. Ela tamb�m sente o tom de reprova��o quando precisa solicitar o uso de m�scara por parte de alguns clientes. Para diminuir o atrito com quem tenta entrar na loja sem a utiliza��o do item, a Auto Pe�as 3 Irm�os chegou a disponibilizar algumas pe�as descart�veis.

“O que est� dificultando um pouco � que nem todas as pessoas est�o respeitando as normas de usar a m�scara. As vezes tem que ficar pedindo para o cliente usar e a pessoa acaba achando ruim com voc�. Tem que saber levar. At� trouxe umas m�scaras descart�veis para deixar aqui, para quem chegar e entregar. Nem todas as pessoas t�m a consci�ncia da import�ncia dos m�todos de seguran�a”, lamentou.

Patrícia disponibilizou máscaras para clientes que estiverem sem o uso do item(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Patr�cia disponibilizou m�scaras para clientes que estiverem sem o uso do item (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Cerca de 10 mil lojas tiveram autoriza��o da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para funcionar. O Executivo municipal dividiu a reabertura do com�rcio em seis fases. Nesta semana, passou a vigorar a Fase 1, em que algumas lojas n�o-essenciais puderam receber clientes. Se os �ndices de propaga��o da doen�a se mantiverem est�veis, a PBH pretende dar prosseguimento � reabertura nas pr�ximas semanas. Por�m, as fases 2, 3 e 4 s� ser�o colocadas em pr�tica se houver sinaliza��o positiva dos especialistas.

CDL celebra semana positiva

 

C�mara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) tamb�m refor�ou os resultados positivos da primeira semana de reabertura de parte do com�rcio na capital. O presidente Marcelo de Souza e Silva afirmou que alguns setores chegaram a registrar 60% de vendas em compara��o com o per�odo pr�-pandemia.

"O movimento foi super tranquilo. As pessoas n�o aglomeraram. Os consumidores entenderam essa forma de atendimento que tem que ser feito nesse momento, por causa da situa��o. Teve setores que registraram 60% de vendas, se comparado com o faturamento normal. Muito boa essa semana. A gente viu os estabelecimentos cumprindo alguns protocolos, como disponibiliza��o de �lcool gel, exigindo o uso da m�scara, protegendo os funcion�rios e clientes, higienizando os ambientes, n�o deixando aglomerar, cumprindo a quest�o da metragem de dist�ncia", disse Marcelo.

 

Sobre o fato de alguns clientes ainda estarem desrespeitando o decreto que obriga o uso da m�scara, o presidente da CDL garantiu que os lojistas est�o orientados a acionar a Pol�cia Militar em casos extremos de constrangimento.

"Conversamos isso com os comandantes da Pol�cia Militar e da Guarda Municipal, que se a pessoa insistir em entrar sem m�scara nos estabelecimentos, o comerciante est� orientado a chamar a pol�cia. Ele vai argumentar ao extremo, mas se houver extrapola��o, tem que chamar a pol�cia. Temos lei. A pessoa est� descumprindo legisla��o, tanto federal quanto municipal", concluiu. 


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