
Um vazamento liberou dietilenoglicol nas cervejas produzidas pela Backer. Cinco meses depois, foi essa a conclus�o da Pol�cia Civil de Minas Gerais ao investigar os casos da s�ndrome nefroneural, doen�a provocada pela ingest�o da subst�ncia t�xica. Os resultados foram apresentados nesta ter�a-feira no audit�rio do Departamento de Tr�nsito (Detran), em Belo Horizonte.
Fl�vio Grossi explicou que a apura��o foi multiprofissional, envolvendo qu�micos, engenheiros e peritos. Primeiro, foi preciso entender como a cerveja � feita. “O malte � levado para um processo que leva o mosto. O mosto � resfriado e � levado por tubula��es ao tanque. O tanque � resfriado com l�quido anticongelante e, posteriomente, embalado para consumo. Ele resfria os tanques de forma que n�o haja vazamento: � uma grande geladeira chamada de chiller”, detalhou.
Delegado explica o vazamento
Vazamento em tanque contaminou cervejas da #Backer, diz Pol�cia Civilhttps://t.co/OxGQdAxZW9 pic.twitter.com/nFsw4yliNW
%u2014 Estado de Minas (@em_com) June 9, 2020
O vazamento que contaminou as cervejas foi identificado justamente no chiller. “O l�quido jorrava e se misturava com a cerveja”, informou. “Al�m do vazamento do chiller, havia outros pontos de vazamentos pela f�brica”. Em janeiro, a Pol�cia Civil j� havia constatado a presen�a do dietilenoglicol no chiller. Segundo Fl�vio Grossi, houve falha na solda do tanque, adquirido pela empresa no fim do ano passado.
Onze pessoas ser�o indiciadas por les�o corporal, homic�dio e intoxica��o, segundo a Pol�cia Civil.
Subst�ncias n�o poderiam ser usadas
Subst�ncias n�o poderiam ser usadas
“No in�cio das investiga��es, como n�s n�o podemos fechar hip�teses, havia at� a possibilidade de contamina��o dolosa para o aumento da produ��o, por exemplo, como havia tamb�m a possibilidade de contamina��o por sabotagem. Conseguimos concluir que na verdade ocorreram crimes culposos no que tange a contamina��o”, detalhou o delegado Fl�vio Grossi nesta ter�a-feira.
Ele explica que n�o � poss�vel responsabilizar os propriet�rios da cervejaria pela falha na solda do tanque, mas o ponto � o uso do dietileno ou monoetilenoglicol na produ��o. “Esse vazamento fisicamente ocorreu porque havia um furo no tanque no alinhamento da solda. A quest�o a se destacar n�o � a ocorr�ncia do vazamento: � o uso de uma subst�ncia t�xica dentro de uma planta fabril destinada a alimenta��o. Ela n�o poderia ocorrer”, enfatiza. “Bastaria uma simples leitura de tr�s linhas para saber que aqueles equipamentos deviam funcionar com anticongelantes n�o t�xicos, como �lcool”, disse o delegado.
No in�cio das investiga��es, a Backer informou que n�o usava dietilenoglicol na produ��o, mas o monoetilenoglicol, tamb�m t�xico. O produto era adquirido de um fornecedor. Durante as investiga��es, foi encontrado um tambor na �rea de descarte onde se lia “mono”, de 2018.
No entanto, dentro dele havia dietilenoglicol. Foram analisados 10 tambores com a subst�ncia, sendo que havia nove com mono e um com dietilenoglicol. “Havia um h�bito produtivo de uso daquela subst�ncia. Confesso que haveria uma necessidade de aferi��o quanto ao consumo daquele produto, porque existiam vazamentos. Eu demonstro visualmente em 2020 e comprovo matematicamente nos anos anteriores”, afirma Fl�vio Grossi. "O uso incorreto do equipamento usando substancia t�xica e o descontrole. Se algu�m interrompesse essas duas condutas, nada ocorreria", pontuou.
No entanto, dentro dele havia dietilenoglicol. Foram analisados 10 tambores com a subst�ncia, sendo que havia nove com mono e um com dietilenoglicol. “Havia um h�bito produtivo de uso daquela subst�ncia. Confesso que haveria uma necessidade de aferi��o quanto ao consumo daquele produto, porque existiam vazamentos. Eu demonstro visualmente em 2020 e comprovo matematicamente nos anos anteriores”, afirma Fl�vio Grossi. "O uso incorreto do equipamento usando substancia t�xica e o descontrole. Se algu�m interrompesse essas duas condutas, nada ocorreria", pontuou.
Veja a coletiva da Pol�cia Civil
Nota da Backer
Por meio de nota a assessoria da cervejaria mineira disse que “reafirma que ir� honrar com todas as suas responsabilidades junto � Justi�a, �s v�timas e aos consumidores”. Sobre o inqu�rito policial, a Backer informou que “t�o logo os advogados analisarem o relat�rio, a empresa se posicionar� publicamente”.