
“Vamos ter que viver com esse v�rus por um tempo”, afirmou o infectologista Una� Tupinamb�s em uma live no canal Horizontes da Educa��o. Pela dificuldade de encontrar uma medica��o eficiente ou uma vacina, Tupinamb�s conta que a pandemia pode se prolongar por mais tempo do que o esperado.
Diferentemente do que ocorre em pa�ses como China, Reino Unido, Alemanha e Jap�o, a curva de cont�gio do Brasil continua crescendo. O n�mero de brasileiros infectados pelo novo coronav�rus est� em linha crescente. E o pa�s ainda n�o chegou ao pico . A live foi produzida pela Horizontes Educa��o e contou, al�m de Tupinamb�s, com a participa��o da virologista Amy L. MacNeill e do microbiologista Fl�vio Guimar�es.
Segundo Tupinamb�s, somente a vacina conseguiria parar a pandemia. Entretanto, pode demorar dois ou tr�s anos. “Outra op��o seria um antiviral. J� que n�o deixa a pessoa morrer e tamb�m n�o permite que passe o v�rus para frente”, comenta. Apesar dos estudos e das testagens, o infectologista afirma que a produ��o e a distribui��o pode demorar. “O problema vai ser o acesso por conta do produto. Nem mesmo a China tem a capacidade de produzir uma grande quantidade de vacinas”, explica.
Al�m da China e do Reino Unido, os Estados Unidos tamb�m est�o desenvolvendo um estudo para a vacina. A professora americana Amy L. MacNeill conta que pesquisadores norte-americanos est�o testando, em ratos, a possibilidade de um anticorpo eficaz. No estado do Colorado, as pesquisas est�o sendo presenciais nos laborat�rios de universidades.
Para ter mais controle da pandemia do novo coronav�rus, as medidas preventivas precisam ser seguidas. “Como a gente n�o tem vacina nem medicamentos, o que nos resta s�o as medidas n�o farmacol�gicas”, afirma Tupinamb�s. Essas a��es s�o distanciamento social, quarentena dos pacientes e seus contatos, uso massivo de m�scara pela popula��o, refor�o da higiene geral e o isolamento social. “O isolamento � a medida mais potente, por�m com muitos efeitos colaterais econ�micos e pessoais”, comenta o infectologista. Outro ponto bastante eficaz para controlar a transmiss�o do v�rus � o uso massivo das m�scaras pela popula��o.“Quando a pessoa coloca a m�scara, ela protege o outro”, comenta.
Apesar da dificuldade, o infectologista reconhece que o isolamento social, em Minas Gerais, pode estar trazendo resultados. “Aqui em Belo Horizonte, a gente deve continuar com essa tend�ncia. Esse tipo de abordagem que est� sendo feita aqui, parece estar funcionando. Mas, mais do que nunca, as pessoas devem respeitar”, comenta. Tupinamb�s explica que podemos come�ar a flexibilizar a quarentena, por�m devemos usar m�scaras, respeitar o distanciamento social e evitar aglomera��es. “N�o � o momento para festa mas temos que sair da ‘caverna’. N�o podemos ficar em casa esperando a vacina”, afirmou o infectologista.
Com base em orienta��es da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), o infectologista destacou os crit�rios mais importantes a serem considerados para afrouxar o isolamento social. O primeiro aspecto a ser considerado � o controle da transmiss�o do novo coronav�rus. “A transmiss�o n�o est� controlada nem em Minas, nem no Brasil”, relatou Tupinamb�s.
O segundo ponto � a capacidade do Sistema �nico de Sa�de (SUS) de detectar, testar, isolar e tratar as pessoas com COVID-19 e os seus contato mais pr�ximos. Al�m disso, � necess�rio um controle dos surtos. “A gente lembra do surto dos frigor�ficos, no Rio Grande do Sul, e em uma escola, em Barbacena”, pontuou.
S�o necess�rias medidas preventivas de controle de ambientes de trabalho, escola e outros lugares com grande aglomera��o. “Temos que propor uma sa�da das quatro paredes”, comenta o infectologista. Tupinamb�s ressalta que em ambientes como a Universidade Federal de Minas Gerais, com muita circula��o de ar, pode voltar a funcionar caso fique em ambientes abertos. Outro aspecto � manejo adequado de poss�veis novos casos importados.
O �ltimo ponto � a participa��o da sociedade. “A comunidade tem que estar informada e engajada com as medidas de higiene e as novas normas”, explica Tupinamb�s. Segundo o infectologista, as medidas preventivas devem continuar e serem discutidas. “Parece que a SARS-coV2 vai permanecer durante muito tempo entre a gente. E deve entrar para a nossa lista de doen�as respirat�rias”, explica.
Educa��o
Apesar de n�o n�o haver previs�o para a reabertura das escolas, Tupinamb�s explica que � necess�rio discutir a volta gradativa de estudantes �s aulas presenciais. “A gente pode estar trazendo mais malef�cios do que benef�cios para a sociedade”.
Na vis�o dele, as escolas devem dar prioridade para aqueles com maior vulnerabilidade social quanto �s aulas presenciais. Para Tupinamb�s, as escolas deveriam dividir as turmas para que se tenha menos alunos em uma sala.
Outra solu��o seria estabelecer hor�rios diferentes para entrada e sa�da.
Uma sugest�o � que as escolas conversem com os professores e funcion�rios e explique como ser� o “novo normal”. “O importante � educar a nossa popula��o”,afirmou.
Tupinamb�s ainda refor�ou a necessidade de um protocolo sanit�rio para reabrir as escolas. “� preciso manter o fluxo de limpeza do espa�o e dispor de f�cil acesso para a limpeza das m�os. Temos que propor o uso de protetores faciais em alunos mais novos”, explicou o infectologista".
Manifesta��es
A professora americana e virologista, Amy L. MacNeill, contou na transmiss�o ao vivo que ainda n�o se tem um estudo comprovando se os protestos podem aumentar os casos do novo coronav�rus no Estados Unidos. “Essas manifesta��es s�o extremamente necess�rias para a nossa sociedade, por�m eu tenho um certo medo do que isso pode fazer com a nossa curva”.
*Estagi�ria sob supervis�o de Marc�lio de Moraes