
Uma das maiores preocupa��es no in�cio da pandemia do novo coronav�rus se voltava � popula��o em situa��o de rua. At� esta quarta-feira (24), 182 pessoas nessa condi��o e com confirma��o ou suspeita de COVID-19 foram acolhidas pela Prefeitura de Belo Horizonte no Sesc Venda Nova, localizado na regi�o de mesmo nome, no Bairro Novo Let�cia.
O n�mero foi apresentado nesta quarta de maneira in�dita pelo Executivo municipal. Os dados est�o no boletim epidemiol�gico da Secretaria municipal de Sa�de.
Conforme o levantamento, apenas 25 (13,7%) das 182 pessoas acolhidas no Sesc continuam nas depend�ncias da estrutura localizada em Venda Nova.
Outros 107 j� tiveram alta e 44 sa�ram para acompanhamento por outros servi�os. Seis foram encaminhados ao servi�o de urg�ncia de sa�de por conta de complica��es em seus quadros cl�nicos.
De acordo com a prefeitura, dos 182 moradores em situa��o de rua auxiliados pelo Sesc, 33 receberam diagn�stico positivo para a infec��o causada pelo novo coronav�rus. O equivalente a 18,1% do contingente total.
Quando come�ou a oferecer o servi�o, em 6 de abril, a prefeitura informou que disponibilizaria no Sesc Venda Nova 300 vagas para acolhimento de moradores em situa��o de rua sintom�ticos.
Portanto, desde ent�o, pouco mais de 60% da oferta na estrutura foi demandada, mesmo considerando que todos os 182 pacientes frequentaram o Sesc ao mesmo tempo, o que dificilmente ocorreu.
O servi�o � oferecido de forma compartilhada entre as �reas de sa�de e assist�ncia social da prefeitura.
Cabe ao Sesc a disponibiliza��o de estrutura f�sica, hospedagem, enxovais e capas de colch�o. O investimento � de R$ 3 milh�es.
O protocolo da prefeitura para proteger essas pessoas na pandemia � b�sico: o morador em situa��o de rua que apresentar suspeita � encaminhado � unidade b�sica de sa�de mais pr�xima, ou pronto-socorro.
Se os sintomas significarem necessidade de quarentena domiciliar, o Sesc Venda Nova entra na jogada e recebe essas pessoas.
Recomenda��es e cr�tica
O especialista Andr� Luiz de Freitas Dias, coordenador do Projeto Polos de Cidadania, vinculado � Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no entanto, criticou a solu��o encontrada pela prefeitura em entrevista concedida ao Estado de Minas em abril.
“S�o 300 vagas e a prefeitura j� nos disse que podem chegar a 1 mil. O ideal � que, pela pr�pria natureza da pandemia, n�o se concentre muitas pessoas em um �nico ponto. � necess�rio voc� distribuir a popula��o nos diferentes espa�os geogr�ficos”, pontua.
A parceria entre o Sesc e a prefeitura aconteceu depois que o Executivo municipal recebeu uma recomenda��o jur�dica das defensorias p�blicas de Minas Gerais e da Uni�o e dos minist�rios p�blicos do Trabalho e Federal.
As autoridades pediam ao governo a cria��o de um Plano de Conting�ncia Emergencial Intersetorial para proteger essa parcela da popula��o.
Solicitavam, ainda, a intensifica��o das pol�ticas de enfrentamento �s drogas durante a pandemia.
Sobretudo, pela possibilidade de compartilhamento de seringas e cachimbos pelos moradores em situa��o de rua, o que seria ponto chave para a prolifera��o do novo coronav�rus.