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Estado de Minas COVID-19

As idas e vindas nos primeiros 100 dias da pandemia em Belo Horizonte

Com medidas mais r�gidas no come�o, prefeitura enfrentou resist�ncia dos que pediam a flexibiliza��o. Executivo cedeu, mas agora a amea�a � de lockdown


25/06/2020 06:00 - atualizado 25/06/2020 07:34

O prefeito Alexandre Kalil com o Comitê de Enfrentamento à Epidemia de COVID-19 em Belo Horizonte. Ameaça de lockdown na capital
O prefeito Alexandre Kalil com o Comit� de Enfrentamento � Epidemia de COVID-19 em Belo Horizonte. Amea�a de lockdown na capital (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 29/5/20)


Belo Horizonte completa hoje 100 dias de restri��es no funcionamento do com�rcio, em fun��o da pandemia do novo coronav�rus. O per�odo foi marcado por notifica��es a estabelecimentos que insistiam em quebrar a quarentena, embates entre defensores de uma maior abertura das lojas e o prefeito Alexandre Kalil (PSD), al�m de idas e vindas em decis�es sobre a retomada da economia na capital. O fato � que a normalidade do restabelecimento de todos os servi�os ainda est� longe de acontecer. Kalil agora amea�a decretar lockdown para enfrentar o novo coronav�rus

O primeiro decreto sobre o fechamento de alguns setores do com�rcio foi assinado por Kalil no dia 18 de mar�o. Naquela ocasi�o, bares, shoppings, casas de shows, boates, casas de festas e eventos, academias, entre outros, tiveram que fechar as portas. A decis�o come�ou a valer no dia 20 daquele m�s. Regras foram estabelecidas para restaurantes, que puderam atender a clientela via delivery e da porta para fora do espa�o.

J� em 8 de abril, o prefeito endureceu ainda mais o isolamento social em BH, assinando o decreto que suspendeu o alvar� de funcionamento dos estabelecimentos n�o essenciais. Somente com�rcios de car�ter fundamental, como supermercados, farm�cias, ag�ncias banc�rias, sacol�es, a�ougues, entre outros, puderam funcionar.

As medidas provocaram insatisfa��o em alguns moradores da capital, sobretudo os donos de com�rcio e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que passaram a promover diversas carreatas pelas ruas de Belo Horizonte pedindo a flexibiliza��o do funcionamento das lojas. Em um dos protestos, a Guarda Municipal chegou a multar 50 ve�culos por estacionar irregularmente na porta da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Os manifestantes tamb�m se reuniram em algumas oportunidades na porta do pr�dio onde mora Kalil, no Bairro de Lourdes, na Regi�o Centro-Sul.

J� em 4 de maio, o prefeito anunciou a inten��o de flexibilizar o isolamento social, retomando o funcionamento de parte do com�rcio de Belo Horizonte a partir de 25 de maio. A condicionante para que a a��o pudesse ser tomada foi que a popula��o deveria respeitar as regras de distanciamento social, saindo de casa apenas para o essencial. No dia 22 do mesmo m�s, a prefeitura anunciou que iniciaria a reabertura gradual do com�rcio n�o essencial a partir do dia 25. Shoppings populares, com�rcios varejistas e sal�es de beleza puderam retomar os trabalhos, com regras definidas e hor�rios de funcionamento determinados pelo Executivo municipal.

Seis fases foram divididas pela PBH para a retomada da economia da capital, entre lockdown e reabertura m�xima (veja todas no fim da mat�ria), levando em conta indicadores epidemiol�gicos e infraestruturais do sistema de sa�de de BH, como a velocidade de cont�gio e a ocupa��o dos leitos de UTI e enfermaria para pacientes com COVID-19.

Kalil, ent�o, passou a ser pressionado pelo setor de bares e restaurantes. A Associa��o Brasileiras de Bares e Restaurantes chegou a cobrar um plano da prefeitura para a reabertura dos estabelecimentos, que est�o fechados at� a presente data.

Na semana seguinte, no dia 29, a PBH decidiu n�o seguir com a retomada da economia na capital, dando um novo passo no dia 5 deste m�s, quando anunciou a abertura de mais setores do com�rcio, englobando 91,9% dos empregos em BH. A decis�o come�ou a valer no dia 8. Lojas de artigos esportivos, com�rcio de cal�ados, de bebidas, de objetos de arte e decora��o, entre outros, puderam voltar a funcionar. Por causa do aumento nos casos da COVID-19 n�o s� em Belo Horizonte, Kalil anunciou nas duas �ltimas semanas que n�o  avan�aria na retomada da economia da capital, que parou na Fase 2.

Cen�rio preocupante e risco de fechamento total


Em entrevista � r�dio Bandeirantes na ter�a, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil adiantou que n�o avan�ar� na reabertura do com�rcio em BH e chegou a amea�ar decretar lockdown diante da explos�o de casos e mortes por COVID-19 na capital mineira.

“A popula��o que n�o � consciente, que n�o sabe o que � morrer sem ar, tem que saber que ela pode morrer sem ar por falta de respiradores ou de m�dicos. Temos um excelente sistema de sa�de, todos sabem disso. Estamos numa luta tremenda e vamos continuar lutando. N�o tem nada vencido. O quadro vai piorar e pode subir. N�s nem cogitamos abertura nesta semana. N�o temos a menor possibilidade de nenhuma abertura”, disse Kalil.


Na �ltima sexta, o prefeito j� havia falado da possibilidade de decretar lockdown, caso a popula��o n�o respeitasse as medidas de isolamento social. “Se os churrascos continuarem, n�o teremos problemas em fechar a cidade”, afirmou.

A principal preocupa��o da PBH � com a taxa de ocupa��o de UTIs, que bateu recorde nesta pandemia pela segunda vez consecutiva. De acordo com o boletim epidemiol�gico divulgado nessa ter�a, 86% das unidades de terapia intensiva da capital mineira estavam com pacientes, superando os 85% divulgados no dia anterior.

Quem toma as decis�es?


Em 17 de mar�o, Alexandre Kalil assinou o decreto que criou o Comit� de Enfrentamento � Epidemia da COVID-19. O grupo � respons�vel por orientar sobre as medidas de combate ao coronav�rus na capital, incluindo as decis�es sobre o funcionamento do com�rcio na cidade. O Comit� � coordenado pelo secret�rio municipal de Sa�de, Jackson Machado Pinto, e integrado pelos infectologistas Carlos Starling, Una� Tupinamb�s e Estev�o Urbano Silva.

Fases de reabertura


A prefeitura distinguiu os poss�veis n�veis de abertura do com�rcio em seis etapas. As quatro �ltimas se referem a cen�rios em que os estabelecimentos considerados n�o essenciais podem funcionar:

Lockdown – N�vel m�ximo de fechamento, cogitado caso haja piora expressiva nos indicadores epidemiol�gicos de BH;

Fase 0 – Cen�rio implementado em 18 de mar�o, em que apenas com�rcios essenciais podiam funcionar;

Fase 1 – Cen�rio implementado em 25 de maio, com reabertura de sal�es de beleza (exceto cl�nicas de est�tica), shoppings populares e com�rcios varejistas;

Fase 2 – Cen�rio que se iniciou em 8 de junho;

Fase 3 – Cen�rio com maior abertura que a etapa anterior. Ser� implementado caso os �ndices epidemiol�gicos e estruturais sejam favor�veis;

Fase 4 – Cen�rio de reabertura m�xima do com�rcio, que s� ser� implementado caso os �ndices epidemiol�gicos e estruturais sejam favor�veis.



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