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Estado de Minas

Minas tem aumento de 56% nas queimadas florestais em maio

Com a chegada dos meses mais secos, inc�ndios de grandes propor��es j� chamam a aten��o no estado, como os ocorridos na Serra do Curral e em uma usina de Uberaba


30/06/2020 08:16 - atualizado 30/06/2020 08:27

(foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)
(foto: Corpo de Bombeiros/Divulga��o)


Nesta ter�a-feira, mais um inc�ndio de grandes propor��es mobilizou militares do Corpo de Bombeiros em Minas Gerais. Durante a madrugada, o fogo consumiu 29 hectares do canavial de uma usina na zona rural de Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, e tamb�m chegou a parte de uma mata da regi�o que ainda ser� mensurada. Na capital mineira, 50 hectares de vegeta��o da Serra do Curral, na Regi�o Centro-Sul, foram destru�dos pelo fogo entre a tarde de domingo e madrugada de ontem. Os desastres alertam para os meses de seca que est�o por vir em Minas Gerais, justamente em um cen�rio de crescimento das ocorr�ncias desse tipo no estado. De acordo com os bombeiros, houve registro de 56% mais inc�ndios florestais em maio deste ano no comparativo com o mesmo per�odo de 2019.

Em Uberaba, al�m dos bombeiros, a pr�pria usina auxiliou o combate com um caminh�o-pipa. A suspeita � de que o inc�ndio seja de origem humana. O tenente-coronel Anderson Passos, comandante do Corpo de Bombeiros de Uberaba, informou ao Estado de Minas que o risco de queimadas no munic�pio j� � muito alto. A situa��o pode ser acompanhada por meio de uma p�gina do 8º Batalh�o do Corpo de Bombeiros. O gr�fico mostra um crescimento a partir de maio. O pico costuma ocorrer em setembro. 

“O Corpo de Bombeiros Militar recomenda que, para que o dano ambiental seja menor, � fundamental que a primeira pessoa que avistar o inc�ndio telefone para o 193. A palha seca queima mais de 70 metros em hora, ent�o a rapidez � ainda mais importante nesses casos”, pontuou. O militar tamb�m destaca que, al�m de afetar o meio ambiente, o fogo pode ser prejudicial � sa�de, uma vez que o ar tipicamente seco desta �poca do ano fica mais polu�do pela fuligem e fuma�a. 

At� domingo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) j� havia detectado 787 focos de calor em Minas Gerais neste ano. Desses, 262 (33%) foram mapeados no m�s de junho. O dado, apesar de expressivo, est� aqu�m da m�dia hist�rica do estado para o m�s: 328.

Novas estrat�gias contra o fogo


“H� muito tempo, a Serra do Curral n�o queimava desse jeito.” Essa � a defini��o do tenente Andr� Dutra, do Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad), para a guerra enfrentada pela corpora��o no maci�o da Serra do Espinha�o, terminada s� na madrugada de ontem. Ele comandou a ocorr�ncia.

A situa��o poderia ter sido pior n�o fossem as melhorias implementadas pela corpora��o no combate a inc�ndios neste ano. Foram dois upgrades: um na �rea de planejamento e outro ligado ao maquin�rio. Nessa �ltima frente, a evolu��o � sentida a partir de duas viaturas rec�m-adquiridas pela corpora��o, ideais para infiltra��o em locais de dif�cil acesso, sem pavimenta��o, exatamente o cen�rio enfrentado na Serra do Curral: o ve�culo Agrale Marru�.

Atuação no maciço do Espinhaço acende alerta dos bombeiros para alta das ocorrências com o tempo seco nesta época do ano(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Atua��o no maci�o do Espinha�o acende alerta dos bombeiros para alta das ocorr�ncias com o tempo seco nesta �poca do ano (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


“� uma unidade especializada em combate de inc�ndio noturno, que � uma situa��o extremamente delicada e perigosa”, afirma o tenente Andr� Dutra. A partir desse tipo de viatura, os militares conseguem se aproximar dos focos de calor em terrenos inclinados, caracter�sticos dos inc�ndios florestais.

Outra melhoria incorporada pelo Corpo de Bombeiros na temporada de inc�ndios deste ano se volta para a metodologia. Desde janeiro, a corpora��o adota a Opera��o Azimute: um acompanhamento realizado diretamente com as unidades de preserva��o ambiental para verificar, entre outras coisas, o maquin�rio dispon�vel em cada parque e o n�mero de brigadistas. O trabalho acontece, sobretudo, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.

Nesse cen�rio, os militares realizam visitas t�cnicas para apurar essas informa��es e ter mais conhecimento, por exemplo, sobre as rotas de acesso a cada mata e os pontos para capta��o de �gua. Zonas para pouso de aeronaves tamb�m s�o mapeadas. Tudo isso, posteriormente, fica dispon�vel para consulta dos bombeiros especializados em inc�ndios ambientais.

De acordo com o tenente Andr� Dutra, essas informa��es, al�m da contribui��o de funcion�rios do Hospital da Baleia, foram fundamentais para o combate na Serra do Curral. “Devido � grande propor��o do inc�ndio em um relevo acentuado, esses dados contribu�ram para montarmos o que a gente chama de Sistema de Comando em Opera��es (SCO), que � uma doutrina trazida dos Estados Unidos e muito usada na Calif�rnia (estado onde os inc�ndios s�o comuns). � ideal para gest�o de cat�strofes naturais, porque � o c�rebro da ocorr�ncia”, explica o militar.

A ocorr�ncia na Serra do Curral terminou �s 3h de ontem e contou com esfor�os de militares do Bemad, do Pelot�o de Combate a Inc�ndio Florestal e do 1º Batalh�o do Corpo de Bombeiros, respons�vel pela �rea. Na manh� de ontem, os bombeiros retornaram ao local para verificar se havia mais focos de calor e medir o tamanho da �rea queimada. Eles usaram um drone, que detectou os 50 hectares danificados. O per�metro destru�do tem cerca de cinco quil�metros.

Apelo


Uma das maiores preocupa��es dos bombeiros durante o combate ao inc�ndio na Serra do Curral era impedir que as chamas chegassem �s depend�ncias do Hospital da Baleia, do Parque das Mangabeiras e do Bairro Saudade, no Leste da capital. Para se ter uma ideia da proximidade, algumas viaturas da corpora��o chegaram a estacionar no Baleia.



Ontem, em nota, o hospital fez um apelo para que a popula��o n�o fa�a inc�ndios na Serra do Curral. “A maioria dos pacientes pertence ao grupo de risco, pois tratam de doen�a cr�nicas. A rica flora e fauna da Mata do Baleia, composta por 184 esp�cies de p�ssaros e diversas nascentes de �gua, � ideal para a recupera��o da sa�de dos pacientes e bem-estar dos mesmos”, informou a unidade m�dica.

Os bombeiros ainda procuram por suspeitos de terem ateado fogo na mata. Isso porque 99% dos inc�ndios florestais, conforme a corpora��o, decorrem de a��es criminosas. At� aqui, ningu�m foi identificado. Caso haja testemunhas, o Corpo de Bombeiros pede � popula��o que acione a pol�cia por meio do disque-den�ncia 181.

E o domingo n�o foi de trabalho apenas na Serra do Curral para os bombeiros. Em Ituiutaba, no Tri�ngulo Mineiro, militares combateram dois inc�ndios no per�metro urbano na cidade, em lotes vagos. No total, uma �rea em torno de 2 mil metros quadrados foi queimada e foram usados cerca de 1 mil litros de �gua.


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