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Estado de Minas

Ap�s inc�ndio, dono de sebo ao ar livre de BH recebe 10 mil doa��es em 4 dias

Odilon Tavares, que vende livros em cal�ada da Savassi, teve acervo de 5 mil obras queimado no s�bado (27), mas reergueu-se gra�as � solidariedade da popula��o


01/07/2020 16:09 - atualizado 10/08/2020 16:21

Após ter mais da metade do acervo destruído, livreiro Odilon Tavares reconstrói livraria a céu aberto(foto: Paulo Nogueira/Divulgação)
Ap�s ter mais da metade do acervo destru�do, livreiro Odilon Tavares reconstr�i livraria a c�u aberto (foto: Paulo Nogueira/Divulga��o)
"N�o tenho ideia de quem fez isso, pois n�o tenho inimigos”, diz Odilon Tavares, dono do sebo a c�u aberto instalado h� tr�s anos na cal�ada da Rua Gr�o Mogol, na regi�o da Savassi. O acervo de 5 mil obras amanheceu queimado no �ltimo s�bado (27). “S� sei que foi de prop�sito e que n�o � coisa de maloqueiro”, afirma o livreiro, com a perspic�cia de quem foi morador de rua e, portanto, conhece bem os personagens e tramas do cen�rio. 

O inc�ndio, que est� sob investiga��o da Pol�cia Civil, destruiu quase 3 mil livros. Ou seja, mais da metade do estoque do comerciante, que reunia de cl�ssicos da literatura a romances adolescentes - todos coletados no lixo de bairros nobres da Regi�o Centro-Sul da capital. A boa not�cia � que o esp�rito de solidariedade e o apre�o pela leitura prevaleceram sobre o vandalismo. Quatro dias ap�s o ataque, Odilon recebeu mais de dez mil doa��es e j� faz planos de retomar o neg�cio.

“Agora tenho mais que o dobro de livros que eu tinha antes. Fiquei muito satisfeito. A recupera��o foi muito mais r�pida do que eu pensava. Sinal de que h� muito mais pessoas boas no mundo do que ruins”, reflete o empreendedor. A grande quantidade de donativos � fruto de uma mobiliza��o nas redes sociais. Contada no Twitter e no Instagram, a hist�ria do livreiro comoveu os moradores de BH, que promoveram uma campanha para ajud�-lo a se reerguer.



Tavares elogia a qualidade dos volumes recebidos - romances, colet�neas de poesias, obras de autoajuda e best sellers: “A grande maioria est� em muito bom estado. Alguns livros s�o novos. Trouxeram para mim de tudo um pouco. Tem de Harry Potter a Machado de Assis por aqui”, relata. 

Quem quiser contribuir para a estante de Odilon basta comparecer ao ponto de vendas do dele, que fica na Rua Gr�o Mogol, esquina com Avenida do Contorno, no passeio da papelaria Kalunga. O vendedor fica por l� de 9h �s 20h. “Caso eu n�o esteja presente, meu amigo Hor�cio, que dorme ali, recebe para mim”, avisa. 

Duzentos livros por dia

Ex-catador de papel�o, Odilon Tavares, de 58 anos, � de Caranda�, na Regi�o Central de Minas. Ele estudou at� a quarta s�rie do Ensino Fundamental e conta que nunca leu um livro completo. As leituras costumam ficar pela metade pois, segundo o comerciante, as obras dos estilos pelas quais ele se interessa - religi�o, administra��o e marketing - s�o vendidas rapidamente. Os exemplares saem pelo pre�o m�dio de R$ 5. Num bom dia, o microempreendedor diz que chega a vender 200 volumes. A clientela � composta basicamente por pessoas que circulam na Regi�o Centro-Sul e por outros sebos. 

Casado, pai de duas filhas, Odilon morou na rua durante quase todo o ano passado, �poca em que esteve separado da mulher. A hist�ria dele, no entanto, acumula muitos outros per�odos “sem teto”. Ele relata que o inc�ndio n�o foi �nico epis�dio violento de sua trajet�ria como livreiro. “Teve uma �poca, quando eu estava dormindo na cal�ada, que queimaram meus pertences. Colch�o, cobertor, material de higiene. Me deixaram sem nada. Depois, me roubaram carrinhos e 5 mil livros. Sou um cara preparado para a vida. Essas coisas j� n�o afetam o meu psicol�gico”, filosofa. 



 


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