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Estado de Minas COVID-19

Tr�nsito de BH permanece intenso mesmo com recuo na reabertura do com�rcio

Volta do isolamento tem menor impacto no tr�nsito de Belo Horizonte do que quando a medida foi adotada pela PBH no in�cio da COVID-19


postado em 04/07/2020 04:00 / atualizado em 04/07/2020 13:12

Movimento na Rua São Paulo, no Centro de Belo Horizonte, ontem, mostra mais desrespeito ao isolamento(foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A. PRESS)
Movimento na Rua S�o Paulo, no Centro de Belo Horizonte, ontem, mostra mais desrespeito ao isolamento (foto: ED�SIO FERREIRA/EM/D.A. PRESS)

 
A retomada do isolamento em Belo Horizonte, restringindo as atividades, inclusive do com�rcio, ao n�vel essencial devido � pandemia da COVID-19 teve menor impacto do que quando a medida foi decretada, em 20 de mar�o. Isso mostra uma menor ades�o da popula��o, apesar de mais pessoas contaminadas e �bitos pelo novo coronav�rus. No per�odo inicial, o decreto de isolamento radical passou a valer no dia 20 daquele m�s e durou 66 dias, at� 25 de maio, quando a primeira flexibiliza��o ocorreu. A resposta da popula��o medida pelo volume de congestionamentos da ferramenta de navega��o e tr�nsito Waze, do Grupo Google, mostrou um fluxo que representa 27,6% do normal, ou seja, pr�-pandemia. J� a m�dia de tr�fego verificada entre 30 de junho e 1º de julho, quando BH retornou � situa��o de abrir apenas o essencial, o tr�fego ficou mais alto, em 32,6%. Especialistas dizem que isso reflete o medo de aglomera��es no transporte p�blico e a degrada��o do esp�rito de colaborar da popula��o.

Quando primeiramente foi decretado que apenas as atividades essenciais poderiam funcionar, em mar�o, o tr�fego atingiu seu menor patamar da pandemia, com m�dia de 22% do volume normal de ve�culos nas ruas. Mas, quanto mais tempo a popula��o foi deixada em regime de afastamento social, pior esses �ndices se tornaram, com abril registrando 24,7% e maio, 33,2%. Ou seja, a ades�o atual, de 32,6%, est� no mesmo patamar do �ltimo e pior m�s em termos de ades�o ao isolamento m�ximo j� enfrentado pela capital mineira.

Como a reportagem do Estado de Minas vem mostrando desde maio, os piores �ndices de engarrafamentos s�o aos s�bados e domingos, o que mostra que muitas pessoas est�o saindo para lazer em vez de ficar em casa afastadas do contato interpessoal e auxiliando no bloqueio � dissemina��o do novo coronav�rus. Para ter uma ideia, os domingos seguiram escala crescente, com mar�o registrando m�dia de 42,5% de um dia normal, abril, de 45,25%, maio, 58,4%, e junho com um salto impressionante que chegou a superar os n�veis pr�-pandemia, com m�dia de 101,8% do volume anterior � circula��o do novo coronav�rus em BH. Com movimento de 74,1% do corriqueiro, os s�bados de junho tamb�m tiveram grande incremento de carros ante mar�o (28%), abril (28,5%) e maio (41,2%).

Esse aumento no movimento de pessoas, muitas sem usar m�scaras  e ignorando procedimentos como o distanciamento, a n�o forma��o de aglomera��es e a higiene das m�os, corpo e roupas, levou a COVID-19 a �ndices graves. Quando a primeira flexibiliza��o ocorreu, em 25 de maio, por exemplo, permitindo que algumas atividades e o com�rcio voltassem a operar moderadamente, o n�mero de mortos em BH era de 42 e o de casos confirmados chegava a 1.392. Em 29 de junho, v�spera da retomada do fechamento de atividades e sua restri��o ao essencial, as mortes j� eram 130 e os casos positivos acumulavam 5.310 pacientes.

Indicadores

Em conjunto com os especialistas do Comit� de Enfrentamento � Epidemia da COVID-19 na capital mineira, o prefeito Alexandre Kalil decidiu ent�o retroceder � forma mais r�gida de distanciamento para tentar frear a COVID-19. No processo de tomada de decis�o, foram analisados tr�s indicadores principais: o n�mero m�dio de transmiss�o por infectado (R0) e as taxas de ocupa��o de UTIs e leitos de enfermaria espec�ficos para pacientes com a doen�a, que j� estavam beirando 90%, o que poderia levar a um colapso no sistema de sa�de.

Durante os 108 dias da pandemia em BH monitorados pelo relat�rio do Waze, foram registrados picos (�ndices mais altos) e vales (resultados mais baixos) da s�rie hist�rica. Os dois dias com maior movimento foram 14 de junho, primeiro domingo ap�s o segundo an�ncio de flexibiliza��o das atividades, com 155% de um movimento normal pr�-pand�mico, e 21 de junho, com 120,7% do regular. J� o domingo seguinte, com o an�ncio de retrocesso ante a estat�sticas cr�ticas de casos, doentes, mortos e a falta de leitos, o movimento no domingo, dia 28 enfraqueceu e ficou em 74,7%. As datas de menor movimento foram 10 de abril, uma sexta-feira, com  9,7% do fluxo regular, e 21 de abril, uma ter�a-feira, com 9,8%.

IsolamentoX Flexibiliza��o 

3 Impactos das medidas no tr�fego de Belo Horizonte
17/3 (Decreto de Situa��o de Emerg�ncia em Sa�de P�blica) 
18/3 (Escolas suspendem as aulas)
20/3 (Isolamento – Fase 0 – apenas atividades essenciais)
25/5 (Fase 1 de flexibiliza��o – com�rcios e atividades abrem)
8/6 (Fase 2 de flexibiliza��o – sal�es de beleza e com�rcios populares)
29/6 (Retorno � fase 0 – apenas atividades essenciais)

Reflexos do isolamento no tr�nsito

16 a 19 de mar�o (pr�-isolamento)
51%: normal (antes da pandemia)
20 de mar�o a 24 de maio (isolamento fase 0)
27,6%: normal

25 de maio a 7 de junho (Fase 1 da flexibiliza��o)
40,1%: normal

8 de junho a 28 de junho (Fase 2 da flexibiliza��o)
65,5%: normal

30 de junho a 1º de julho (regress�o ao isolamento Fase 0)
32,6%: normal (mais alto que antes)
Fonte: Waze, PBH

Troca do �nibus por carro e moto

O aumento progressivo dos engarrafamentos em BH, mesmo quando medidas mais duras visando ao controle da COVID-19 fecham o com�rcio e outras atividades, pode ser explicado pelo fato de as pessoas tentarem evitar o transporte p�blico e suas tradicionais concentra��es de passageiros. “Estamos tendo um problema s�rio. As pessoas n�o querem ficar aglomeradas. Com isso, o crescimento do transporte individual por carros e motos tem sido grande. Mesmo quem tem carro, mas evitava us�-lo no dia a dia, preferindo o ve�culo para momentos de lazer, a partir de um determinado momento e com a tarifa alta est� usando a op��o privada e ampliando o tr�fego”, afirma o professor de transporte e tr�nsito da Universidade Fumec, M�rcio Aguiar.

Avaliando esse comportamento em BH, o especialista diz acreditar que toda vez que as atividades abertas recuarem, ser� normal perceber o tr�nsito se ampliando. “Mesmo com o com�rcio mais fechado, as pessoas permanecem ainda ativas e quando tiver uma reabertura voltam a circular de forma ainda maior. No p�s-pandemia, deve aumentar demais o transporte particular com esse costume tendo ficado. Isso reflete tamb�m um transporte p�blico ruim, caro e ineficiente”, afirma Aguiar.

Outro motivo que deve ser levado em conta at� para o planejamento de flexibiliza��o ou regress�o de isolamento, na avalia��o do professor da Fumec, � a disposi��o das pessoas em ficar isoladas que vai se esvaindo com o tempo se nada mais for feito. “As pessoas n�o aguentam isso. Aproveitam o fim de semana para visitar algu�m. Est�o saindo mais do isolamento e isso reflete nessa amplia��o de casos. H� um limite para contar apenas com a colabora��o das pessoas em ficar em casa”, pondera M�rcio Aguiar.

Por meio da BHTrans, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que os n�meros referentes � semana de 29 de junho a 3 de julho ainda est�o sendo contabilizados pela empresa de transporte e tr�nsito, que aguarda consolidar o movimento de ve�culos no Centro da capital mineira. “Os n�meros da movimenta��o do tr�fego s�o repassados ao Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte e servem de base e an�lise �s medidas que ser�o tomadas”, informou a BHTrans.


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