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Estado de Minas CORONAV�RUS

Infec��es aumentam em pelo menos 12 capitais que fizeram reabertura; BH est� na lista

V�rios prefeitos optaram por flexibilizar as medidas de isolamento para minimizar os impactos negativos na economia


postado em 05/07/2020 16:00 / atualizado em 05/07/2020 19:46

Belo Horizonte foi uma das cidades que abriram a economia, mas prefeito Alexandre Kalil voltou atrás depois que o sistema de saúde ficou em colapso(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Belo Horizonte foi uma das cidades que abriram a economia, mas prefeito Alexandre Kalil voltou atr�s depois que o sistema de sa�de ficou em colapso (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

O n�mero de casos de COVID-19 subiu em ao menos 12 capitais brasileiras que deram in�cio ao processo de retomada das atividades econ�micas. Com o avan�o da pandemia e consequentemente o aumento da press�o sobre o sistema de sa�de, algumas cidades j� decidiram, nos �ltimos dias, recuar da flexibiliza��o e adotar medidas mais restritivas contra o coronav�rus.

 

Para fazer a an�lise, o Estad�o levantou quantos casos foram registrados diariamente pelas capitais desde o in�cio da pandemia, em mar�o, com base em informa��es reunidas pela plataforma colaborativa Brasil.io. A reportagem comparou a m�dia do fim de junho com a do momento em que a reabertura foi implementada em cada cidade, independentemente do grau de libera��o, que varia de um local para outro.

O levantamento aponta que, ap�s o retorno de atividades n�o essenciais, houve aumento da m�dia de infectados por dia em S�o Paulo, Belo Horizonte e Vit�ria, no Sudeste. No Sul, as tr�s capitais tamb�m est�o com mais casos: Curitiba, Florian�polis e Porto Alegre. Outras cidades que sofreram alta foram Bras�lia, Campo Grande e Cuiab�, no Centro-Oeste, al�m de Salvador e Jo�o Pessoa, no Nordeste, e de Palmas, na Regi�o Norte.

O aumento da covid-19 n�o � uniforme entre as capitais. Em S�o Paulo, cujo plano de reabertura gradual foi implementado pelo governador Jo�o Doria (PSDB) no in�cio de junho, o n�mero de casos di�rios subiu 15%, varia��o que n�o levou ao aumento das interna��es. J� em Bras�lia, onde o governador Ibaneis Rocha (MDB) reabriu o com�rcio no fim de maio, os casos quintuplicaram ao longo do m�s passado.

Foram consideradas na an�lise 18 das 27 capitais brasileiras. Nos locais descartados, ou ainda n�o h� plano de retomada dos setores econ�micos ou as a��es come�aram h� menos de duas semanas, tempo considerado necess�rio por especialistas para avaliar poss�veis impactos das medidas.

Respons�vel por conduzir um estudo nacional sobre a propaga��o da doen�a, o epidemiologista Pedro Hallal, reitor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), afirma que o avan�o notado nas capitais "� muito natural". "A hora de flexibilizar � quando a curva estiver na descendente. Quando flexibiliza na ascendente, o problema cresce", explica. "Se a gente impedir o contato entre quem tem o v�rus e quem est� pronto para receber, conseguimos colocar a curva para baixo e assim d� para come�ar a reabrir."

Em Bras�lia, quando o com�rcio foi reaberto havia 300 casos di�rios. Um m�s depois, a m�dia est� em 1,5 mil novos diagn�sticos a cada 24 horas. Mesmo diante da guinada, Ibaneis afirmou nesta semana, ao Estad�o, que as restri��es "n�o servem mais para nada" e assinou decreto liberando totalmente o com�rcio, a ind�stria e o retorno �s aulas presenciais.

Recuos


Outro epis�dio emblem�tico � o de Belo Horizonte, mas l� o prefeito Alexandre Kalil (PSD) optou por abrir m�o da flexibiliza��o e voltou a permitir apenas servi�os essenciais. O recuo aconteceu ap�s o n�mero de casos di�rios saltar de 30, com isolamento social, para 150 com a reabertura em maio de shoppings populares, atividades varejistas e sal�es de beleza. Em Minas, a taxa de ocupa��o de UTI bateu em 88% na semana passada.

"Logo no in�cio, a prefeitura rapidamente se articulou para fazer distanciamento social e a curva foi crescendo bem devagarinho. Veio a reabertura e vimos escalada da curva, com ocupa��o significativa da rede p�blica de sa�de", diz a virologista Giliane de Souza Trindade, da Universidade Federal de Minas (UFMG). "Se n�o foi o relaxamento, o que mais poderia ter sido? O clima n�o mudou. A libera��o � o �nico fator que destoa, n�o h� outra explica��o."

Recuo tamb�m foi adotado em Porto Alegre, onde os casos dispararam um m�s depois da libera��o de diversos estabelecimentos, de com�rcios a igrejas. L�, a m�dia, que era de cinco casos, hoje est� em mais de cem novos por dia. Em um m�s, o �ndice de interna��es em UTI cresceu 227% e atingiu o recorde de 141 pessoas internadas no in�cio da semana passada.


Norte e Nordeste


Fogem ao padr�o de aumento cidades do Norte e Nordeste que vivenciaram o pico da pandemia em maio e adotaram medidas r�gidas de isolamento na ocasi�o, s� retomando as atividades ap�s algum controle sobre a propaga��o. Nesses locais, a reabertura vigente h� mais de um m�s n�o mostra eleva��o nos novos casos. Ao contr�rio, h� redu��o dia a dia, segundo indica o levantamento.

� o caso de Manaus, S�o Lu�s, Recife e Fortaleza - exceto a primeira, em todas o governo local chegou a decretar bloqueio completo das atividades, o lockdown. Nas quatro cidades, os novos casos di�rios est�o em queda de mais de 50% em rela��o ao dia da reabertura. Na capital do Maranh�o, os 50 novos infectados representam redu��o de cerca de 80% ante os 300 infectados confirmados diariamente durante o pico de maio.

Outra capital com recuo na m�dia de infectados � Bel�m, que tamb�m chegou a ter lockdown e hoje tem redu��o de 24% de novos casos. O Rio, embora tenha visto alta de infec��es logo ap�s reabrir, fecha a lista de cidades que encerraram a �ltima semana com menos diagn�sticos de coronav�rus.

O m�dico Otavio Ranzani, epidemiologista da Universidade de S�o Paulo (USP) e do Instituto de Sa�de de Barcelona, explica que o marco de encerramento da primeira onda de infec��es se caracteriza pela diminui��o do n�vel de transmiss�o comunit�ria da doen�a. "Esse seria o principal par�metro. Tamb�m temos outras coisas indiretas, como diminui��o de interna��es e busca por atendimento de casos leves. A estrutura hospitalar deve estar organizada, com gest�o de leitos. Um problema de n�o terminar a primeira onda � surgir a segunda no meio, ou m�ltiplas extens�es da primeira", advertiu.

Para Ranzani, as capitais que mantiveram o isolamento at� uma supress�o maior da transmiss�o "parecem ter sido mais cautelosas, e agora conseguem obter melhores resultados da interven��o". "Esse padr�o segue muito o que a maioria das capitais europeias fez: reabrir somente quando a transmiss�o j� estava mais baixa por um tempo maior", explicou.

O epidemiologista v� o Brasil, a depender do foco por regi�o, em diferentes momentos da pandemia. "O Pa�s como um todo est� em diferentes fases e alguns Estados parecem estar, na verdade, em franca ascens�o."

SP e BH


A Secretaria Municipal da Sa�de de S�o Paulo n�o mencionou os dados de novos casos na cidade na resposta enviada � reportagem. Em junho, foram 67 mil confirma��es (60% a mais que em maio), maior patamar mensal da pandemia, mas uma acelera��o menor do que havia sido constatada em maio (160% maior que abril). A curva menos acentuada habilitaria a reabertura. A pasta disse ter observado queda no n�mero m�dio de pedidos de interna��o ap�s a retomada gradual das atividades.

"No dia 21 de maio, foram registradas 52 solicita��es. J� no dia 22 de junho, foram feitos 14 pedidos para interna��o em leito de UTI covid-19. No fim de abril, o n�mero de solicita��es di�rias para interna��es em leitos de UTI e enfermaria chegou a 350", destacou. "Esses dados, aliados ao aumento da oferta de vagas, resultou tamb�m na redu��o da ocupa��o de leitos de UTI covid-19 na cidade, a m�dia da taxa de ocupa��o de leitos de UTI covid (rede municipal) nos �ltimos 7 dias foi de 59%, ap�s ultrapassar 90% no m�s passado", acrescentou a pasta.

J� a Secretaria de Sa�de de BH, onde casos e interna��es est�o em alta, avalia que, "enquanto n�o surgir vacina", a cidade "ter� de conviver com reaberturas e fechamentos do com�rcio, dependendo dos n�veis de avalia��o". A pasta disse acompanhar tr�s indicadores para definir a reabertura gradual do com�rcio: ocupa��o de leitos de UTI covid, de enfermaria e taxa de transmiss�o. "Vale destacar que, segundo dados nacionais do coronav�rus no Minist�rio da Sa�de, entre as 17 cidades com mais de 1 milh�o de habitantes no Pa�s, BH (2,5 milh�es) � a que tem menos mortes (seis) por 100 mil habitantes."

A prefeitura de Curitiba informou que a cidade segue a tend�ncia da Regi�o Sul, em que a onda de casos chegou tardiamente. "Com o passar do tempo, a press�o econ�mica pesando e o cen�rio mais confort�vel nos indicadores, percebemos o relaxamento das medidas." Disse n�o ter havido nada de errado na reabertura e refor�ou que as estrat�gias levam em conta monitoramento di�rio da doen�a e da capacidade do sistema de sa�de.

A prefeitura de Porto Alegre anunciou anteontem que, a partir de amanh�, vai suspender atividades em igrejas, sal�es de beleza e academias, al�m de fechar o acesso a parques. O munic�pio tamb�m tem feito apelos para elevar a taxa de isolamento social.

 


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