
Gabriel Ronan, Guilherme Peixoto e Jo�o V�tor Marques
Quase quatro meses se passaram desde a confirma��o do primeiro caso de coronav�rus em Belo Horizonte. Desde aquele 16 de mar�o, foram registrados 10.618 diagn�sticos positivos para a COVID-19 na capital mineira, dos quais 270 resultaram em mortes. Em meio � propaga��o acelerada da doen�a e � alta demanda por interna��es no sistema p�blico de sa�de, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) resolveu dar um alento aos comerciantes belo-horizontinos, que t�m pressionado pela reabertura dos servi�os considerados n�o essenciais. “A guerra n�o acabou, mas est� caminhando para acabar”, garantiu o chefe do Executivo municipal, embora ainda n�o haja datas definidas para a chegada de uma vacina no mercado nem para a flexibiliza��o das medidas de isolamento social na cidade.

Em transmiss�o ao vivo nas redes sociais no fim da tarde de ontem, Kalil previu uma melhora nos n�meros da cidade – reflexo da retomada de medidas mais r�gidas de isolamento a partir de 29 de junho, quando a capital recuou no processo de flexibiliza��o. “Volto, humildemente, a pedir desculpa para voc�s (empres�rios) e a dizer que n�o adianta a press�o. Nossos n�meros j� est�o melhorando. E v�o melhorar. Estamos muito preocupados com empregos e empres�rios”, assegurou.
Segundo os dados mais recentes divulgados pela PBH, 89% das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e 75% dos leitos de enfermaria espec�ficos para pacientes com COVID-19 na rede p�blica da cidade est�o ocupados. A expectativa da administra��o municipal � que o aumento no n�mero de equipamentos, previsto para os pr�ximos dias, fa�a as taxas ca�rem e propicie a retomada das atividades comerciais.
Por isso, Kalil tenta restabelecer o di�logo com o empresariado. Ap�s cancelar a reuni�o da �ltima semana com representantes do setor em fun��o dos n�meros desfavor�veis da pandemia, o prefeito anunciou que agendou um novo encontro para amanh� e indicou que a reabertura das lojas est� pr�xima. “Eu queria dizer para todos voc�s que o caminho foi muito longo, mas parece que n�s estamos chegando ao final. Ao final de um novo tempo, de uma nova era, que logicamente vai demorar a ser o normal que n�s todos conhecemos. Os protocolos est�o ficando prontos. Isso (fechamento do com�rcio) n�o � infinito”, disse.
Embora tenha sinalizado com a flexibiliza��o das medidas de isolamento social, Kalil voltou a dizer que n�o ceder� � press�o e indicou que s� reabrir� o com�rcio com aval dos especialistas do Comit� de Enfrentamento � Epidemia da COVID-19. “N�s n�o pensamos em outra coisa, a n�o ser abrir a cidade. � respeitar um pouco a ci�ncia e a l�gica”, afirmou, ao mencionar um exemplo internacional para defender que a reabertura n�o deve ser precipitada. “Copiamos o que o mundo inteiro est� fazendo, o que deu certo. Quem abriu antes da hora... A Fl�rida, nos EUA, por exemplo, ultrapassou Nova York, porque (autoridades) n�o aguentaram a press�o e mataram gente por press�o.”
CR�TICOS Em tom de desabafo, Kalil voltou a demonstrar descontentamento com os ataques que tem sofrido por manter fechado o com�rcio n�o essencial. “Cr�ticas e parasitas do v�rus, esse pessoal nojento que fica se aproveitando de mortos e de situa��es dram�ticas, isso n�o me afeta. O que me afeta � morte”, disse. Em outro momento, o prefeito minimizou parte dos questionamentos � gest�o da PBH. “Quero agradecer � popula��o de Belo Horizonte pelas mensagens. Sei exatamente o que � rob� e o que n�o �. N�s temos essa tecnologia”, afirmou, em refer�ncia �s mensagens que tem recebido nas redes sociais.
“Eu n�o fui eleito para agradar ningu�m. Fui eleito para cuidar da popula��o. Ningu�m sabe o que estou passando, ningu�m tem ideia do que eu estou passando. Agora, tem uma coisa que n�o vou levar para a minha vida, para as minhas costas, que � morte. E a morte est� cada vez mais perto. O doente agora � seu vizinho, seu amigo, � o conhecido do seu conhecido. E ela est� chegando muito pr�xima da gente”, concluiu.