
Entre as v�rias a��es criminosas atribu�das aos “Irm�os Leite”, est� a “Chacina de Malacacheta”, ocorrida em 15 de janeiro de 1990, que resultou nas mortes de sete pessoas de uma fam�lia em uma fazenda no munic�pio do Vale do Mucuri.
Ad�lcio n�o somente encomendou o crime, praticado por oito pistoleiros, como tamb�m esteve no local do crime no dia da chacina.
Ele e outros integrantes da fam�lia foram personagem da cobertura policial do Estado de Minas e de outros jornais mineiros ao longo de d�cadas.
Ad�lcio esteve preso na Penitenciaria N�lson Hungria por cerca de 20 anos. Deixou a pris�o em 2013, gra�as a um indulto, por causa de sua idade. H� tr�s anos, foi viver em Lagoa Santa.
Na manh� da �ltima sexta-feira, quando deixava uma barbearia, no Bairro V�rzea, na cidade da Grande BH, Ad�lcio Leite foi morto depois de ser atingido por dois tiros - um no t�rax e outro no abd�men. Os disparos foram efetuados por um homem, que estava em um HB20 preto. A v�tima tentou sacar uma arma que carregava na cintura e foi alvejado antes de reagir. O assassino fugiu em seguida, em alta velocidade, sem deixar pistas.
Morte ao algoz
No in�cio da d�cada de 1980, ap�s uma s�rie de assassinatos de propriet�rios rurais e outros moradores de cidades do Vale do Mucuri, crimes motivados pela tomada de terras atribu�dos � fam�lia Leite, Ad�lcio Leite sofreu uma tentativa de homic�dio por um pistoleiro em uma emboscada. Chegou a ser alvejado e conseguiu escapar, matando o seu algoz, numa situa��o que se assemelhou a um filme de a��o.
De acordo com relatos de um antigo policial da regi�o, dois fazendeiros do Mucuri contrataram um pistoleiro para eliminar os integrantes da fam�lia Leite, sendo Ad�lcio “escolhido” como o primeiro a ser morto. O matador esperou o alvo perto de uma lagoa. Ao chegar ao local, o homem fez v�rios disparos em sua dire��o.
Ad�lcio foi atingido em uma das pernas e revidou: sacou uma arma e fez cinco disparos em dire��o do pistoleiro, sem acert�-lo. Na sequ�ncia, ele mergulhou na lagoa e afundou no meio de uma vegeta��o, junto ao barro e ao lodo.
De acordo com o relato do policial aposentado, o pistoleiro pensou que Ad�lcio estava morto e se aproximou do corpo para arrancar uma orelha, que seria usada como prova do “servi�o” para o recebimento do pagamento. Nesse instante, Ad�lcio se movimentou rapidamente e atirou na cabe�a do pistoleiro, que teve morte instant�nea.
Quarteto famoso
Os irm�os Leite eram temidos em Minas Gerais. O quarteto era formado por Ad�lcio, Z� Leite, o mais velho e mentor intelectual dos crimes, Al�rio – ambos morreram de morte natural –, e Toninho, o mais novo, que tamb�m morreu assassinado.
Eles eram famosos em Santa Maria do Sua�u�, a terra dos Leite, e eram acusados de diversos crimes. Mas logo ganhariam fama por servi�os de pistolagem em todo o Vale do Mucuri. Governador Valadares, Diamantina e Te�filo Otoni formavam um tri�ngulo e, dentro dele, os Leite agiam. Capelinha, �gua Boa, Malacacheta, em especial, ficaram conhecidas como palcos de seus crimes.
Em 1974, os Leite, com a participa��o de Ad�lcio, foram respons�veis pelo assassinato do ex-deputado estadual Wander Campos. O pol�tico tinha fama de pistoleiro. Chegou a ser preso por um dos crimes dos quais era acusado, ficando detido no DOPS.
Os irm�os Leite havia se aproximado dos militares, e, assim, conseguiam prote��o para seus crimes. Pouco tempo depois, tinham uma lista de quem deveria morrer. Eles tamb�m focaram conhecidos por realizarem chacinas para tomar terras por causa de pedras preciosas.
Os irm�os Leite havia se aproximado dos militares, e, assim, conseguiam prote��o para seus crimes. Pouco tempo depois, tinham uma lista de quem deveria morrer. Eles tamb�m focaram conhecidos por realizarem chacinas para tomar terras por causa de pedras preciosas.
Pris�o no Par�
Os irm�os Jos� e Ad�lcio Leite foram presos nove meses ap�s a chacina de Malacacheta, em outubro de 1990. Eles foram capturados por policiais civis mineiros em uma casa de praia, que seria de propriedade de um oficial da Pol�cia Militar do estado vizinho.
Em junho de 1993, Ad�lcio Nunes Leite fugiu do Departamento de Investiga��es (DI). Ele escapou ap�s convencer dois carcereiros a lhe concederem uma “saidinha” e lev�-lo at� uma casa no Bairro Santa Helena, em Contagem, onde usaria um telefone para trata de neg�cios.
Chegando ao local indicado, ele despistou os carceiros da escolta e fugiu em um carro, que j� o aguardava no fundo da casa. Na ocasi�o, a Pol�cia Mineira iniciou um servi�o de intelig�ncia e de levantamento de informa��es a fim de localizar e recapturar o fugitivo.
Depois de buscas em munic�pios de v�rios estados, Ad�lcio foi preso numa grande opera��o de uma equipe da Pol�cia Civil de Minas Gerais, que conseguiu localiz�-lo em uma fazenda no interior do Par�. A mulher dele estava no local e tamb�m foi presa.
A equipe policial chegou a usar um avi�o para ir at� o Par� para prender Ad�lcio Leite e transport�-lo de volta para Minas Geras. Na �poca, a a��o foi noticiada como uma “pris�o cinematogr�fica”.