
Este permaneceu na porta do centro comercial at� as 19h, hor�rio em que a v�tima encerrou expediente. Durante esse tempo, os dois chegaram a almo�ar juntos, sendo que o rapaz, pelo longo tempo em que ficou esperando a ex-companheira, gerou suspeitas de quem trabalhava pr�ximo.
Com isso, a Pol�cia Militar foi acionada, mas nada de il�cito foi encontrado com ele. Quando Elis�ngela deixou o local de trabalho, eles tentaram pegar um �nibus, por�m, sem sucesso. Ent�o, utillizaram um aplicativo de transporte para irem ao apartamento da v�tima, de onde haviam sa�do no in�cio do dia.
C�meras indicam que eles chegaram por volta de 19h40. Duas horas depois, o suspeito foi flagrado saindo sozinho, carregando malas. “Nesse per�odo, de acordo com informa��es do suspeito, eles chegaram a pedir lanches, tomaram banho, tiveram rela��es sexuais, e ao final disso tudo a v�tima resolveu manifestar o seu interesse de findar o relacionamento. Ele, provavelmente inconformado - porque durante o depoimento ele negou envolvimento na morte da v�tima - pega o pesco�o dela e a mata asfixiada. Um meio cruel. Vendo a situa��o do corpo, ele resolveu, friamente, ocultar o cad�ver. Abriu a geladeira, tirou todas as grades, pegou o corpo dela e colocou. Ele passou durex em volta da geladeira para a porta n�o abrir e virou para for�ar na parede. Deixou a geladeira ligada”, contou a delegada.
O suspeito, ent�o, entrou em contato para um parente busc�-lo. Sua inten��o, de acordo com Ingrid Estevam, era ir para Sete Lagoas. A delegada acredita que ele n�o pensava em se apresentar �s autoridades, uma vez que ele havia passado por v�rios lugares entre quarta e s�bado, dia em que foi localizado pela Pol�cia Civil na casa de uma tia em Sabar�.
“Foi encontrada a blusa que ele utilizou no dia do crime, que mostra nas imagens, e ele se manteve em sil�ncio, mas negou o crime. Formalmente ele negou tudo, o que me chama a aten��o, porque normalmente autores de feminic�dio chegam e confessam”, disse Ingrid, que deve ouvir o homem novamente nos pr�ximos dias.
Ele responder� por feminic�dio duplamente qualificado por meio cruel, al�m da oculta��o de cad�ver.
Mudan�a de comportamento
A investiga��o da Pol�cia Civil aponta que Elis�ngela e o suspeito se conheceram em mar�o deste ano, por meio de um aplicativo de conversas. Os dois faziam parte de um grupo voltado para um bate-papo comum, mas come�aram a conversar em particular. O di�logo tomou um rumo �ntimo, a ponto de o rapaz terminar o casamento e se mudar para Belo Horizonte.
No come�o do relacionamento presencial, Elis�ngela ganhou presentes do suspeito. O comportamento dele, no entanto, mudou pouco tempo depois, uma vez que testemunhas disseram que a presen�a dele no trabalho da v�tima era constante. Ele, tamb�m, tinha o costume de pernoitar no apartamento dela.
Elis�ngela chegou a fazer um boletim de ocorr�ncia contra o homem, relatando medo depois de ser amea�ada por ele. O suspeito chegou a confiscar um chip de telefone dela para ter acesso a dados, como conversas.
Descoberta do corpo
A falta de Elis�ngela no trabalho n�o foi sentida no dia 9, 24 horas ap�s sua morte, uma vez que o trabalho dela era em regime de 12x36. Somente no dia 10 a gerente do estabelecimento tentou contato com a v�tima por meio de um aplicativo, mas quem estava respondendo era o principal suspeito do crime se passando pela mulher, dizendo que estava no interior cuidando da av� e que n�o poderia ir trabalhar.
Mas foi a atitude do ex-marido que ajudou na localiza��o do corpo de Elis�ngela. Ele tentou enviar encomendas � ela, mas como ningu�m atendeu, os objetos foram devolvidos. Desconfiado, ele foi ao apartamento da ex-companheira na quarta passada e ouviu dos vizinhos que n�o havia movimenta��o no im�vel. A principal caracter�stica da mulher era colocar som alto quando estava em casa.
O ex-marido, ent�o, contratou um chaveiro para abrir a porta do apartamento. Ent�o, encontrou o corpo de Elis�ngela na geladeira.
“Se ele (ex-namorado, principal suspeito do crime) deixasse fora da geladeira, o cheiro ia exalar e rapidamente o corpo seria encontrado. S� que ele matou no dia 8 e o corpo s� foi encontrado no dia 15, porque o ex-marido teve essa iniciativa. Se ele n�o tivesse encaminhado nada, n�o ia ter essa descoberta”, concluiu a delegada.
Como denunciar?
Al�m da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher, v�timas tamb�m podem fazer as den�ncias sem sair de casa, por meio da Delegacia Virtual e pelo aplicativo MG Mulher, que d� suporte �s v�timas por meio da operacionaliza��o de uma rede de apoio, servi�os e r�pido contato em caso de viola��o de direitos.