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Estado de Minas

Em BH, novos neg�cios superam o dobro das empresas fechadas; entenda

No auge da crise de sa�de, registros de microempreededores individuais na capital beiram 95 mil, contra 42 mil encerramentos


26/07/2020 06:00 - atualizado 26/07/2020 10:00

(foto: Kelly Amorim/Divulgação)
(foto: Kelly Amorim/Divulga��o)

"Eu me vi numa situa��o de querer continuar dando certo. Sou gestora dos meus neg�cios, mas tive que ir para o campo de guerra"

Sara Marques, que viu no delivery de malas personalizadas uma sa�da para se manter e prosperar no setor de moda

 

 

Na crise, uma oportunidade. Enquanto milhares de empresas encerram seus neg�cios e outras tantas batalham para sobreviver � tempestade, impressiona o n�mero de empreendedores que est�o enxergando novos fil�es no momento cr�tico do com�rcio, e remando contra a corrente da retra��o da economia. Dados colhidos pelo Servi�o Brasileiro de Apoio �s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) junto � Receita Federal mostram que entre janeiro e abril, em Belo Horizonte, 94.534 registros de microempreendedores individuais (MEIs) foram abertos, mais que o dobro do fechamento de empresas na capital, que encerrou o per�odo com 42.863 portas baixadas em definitivo.

 

O analista Breno Fernandes, do Sebrae, aponta tr�s prov�veis motivos para o movimento: pessoas que n�o conseguiram o aux�lio emergencial do governo federal; cria��o de rela��es entre empresa e empresa, como entregadores de aplicativos com CNPJ ativo; e, por �ltimo, mas n�o menos importante, pessoas que viram na crise uma oportunidade para se lan�ar no mundo dos neg�cios.

 

“Est�o surgindo novos neg�cios. Para pessoas que j� tinham alguma ideia e estavam esperando um momento ideal, de repente, a pandemia pode ter servido como uma luva. Mesmo diante de demiss�es, de encerramento de empresas, temos ainda uma reposi��o dessa cria��o de empregos”, avaliou Breno.

 

Um desses empreendedores dispostos a transformar sufoco em novos neg�cios � Hiego Miranda. Por quase dois anos e meio ele atuou no ramo de reboques, muito por influ�ncia da fam�lia, que tamb�m est� no segmento. Com a pandemia, entendeu que j� n�o era vi�vel permanecer no setor. Decidiu migrar para o com�rcio aliment�cio, e h� dois meses � dono de uma Hamburgueria Bulls, no Bairro Minascaixa, Regi�o de Venda Nova, na capital.

 

“Ningu�m deixa de comer. � um mercado que sempre tem procura, desde que voc� tenha qualidade e pre�o”, raciocinou. “Fui pesquisando, estudando, sempre com cautela, olhando aqui e ali, pedindo uma sugest�o ou outra, at� me concentrar nesse foco do hamb�rguer artesanal. � mais antigo, mas aqui em BH � algo que est� come�ando a fluir agora”, afirma ele. “Comecei a estudar, fiz curso, me aprimorei, conheci, e agora decidi abrir e fazer o delivery, de casa mesmo. Meu irm�o, minha m�e, minha namorada, todo mundo est� ajudando”, contou Hiego.

 

O movimento surpreendeu positivamente o propriet�rio da nova hamburgueria, o primeiro da fam�lia a investir no ramo aliment�cio. Al�m da ajuda dos parentes, conta com conhecidos da regi�o para fazer as entregas. Dessa forma, n�o precisa entrar em aplicativos, que costumam cobrar uma taxa do comerciante a cada pedido feito. “Conhe�o muitas pessoas aqui na regi�o de Venda Nova, ent�o tento n�o trabalhar com aplicativo”, disse. 

 

Malas prontas 


Quem tamb�m aproveitou a pandemia para se reinventar no mercado foi Sara Marques. Propriet�ria da Loja Talism�, de vestu�rio e artigos de moda em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, ela passou a investir em delivery para seguir comercializando produtos. Seu carro-chefe atualmente s�o malas personalizadas, que s�o deixadas nas casas de clientes para avalia��o.

 

“Quando veio a pandemia, eu me vi realmente numa situa��o de querer continuar dando certo. Ent�o, tive que arrega�ar as mangas. Sou gestora dos meus neg�cios, mas tive que ir para o campo de guerra. Hoje meu investimento � nas malas personalizadas. Comecei a levar, deix�-las nas casas. As pessoas olham a mercadoria, avaliam com calma, e no outro dia eu volto. O cliente acaba tendo a comodidade de receber, experimentar com calma e assim eu acabei vendendo mais”, explicou.

 

O sistema de entregas foi fundamental para o neg�cio seguir faturando. Em maio, o valor de vendas n�o chegou ao mesmo per�odo que no ano passado. Em junho, ela conseguiu igualar o faturamento do m�s em 2019. Neste m�s, j� conseguiu bater a meta que havia estipulado: 10% a mais do que faturou no ano passado.

 

“Em maio, vendi 10% menos que no ano passado. No m�s seguinte j� consegui empatar no valor de vendas. E, neste, at� ter�a eu j� tinha feito 14% a mais de vendas em rela��o a 2019. Na verdade, o caminho foi o delivery, levar para as pessoas, mesmo para o cliente que n�o seja cadastrado. Tive que me reinventar e agora � um projeto que vai ficar na loja”, afirmou. 

 

Com milhares de consumidores em casa, entregas viraram válvula de escape para diversos negócios(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 10/4/20)
Com milhares de consumidores em casa, entregas viraram v�lvula de escape para diversos neg�cios (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 10/4/20)


Internet e delivery: os “funcion�rios do m�s”


De acordo com a pesquisa feita pelo Sebrae, 43% das empresas ouvidas expandiram as vendas neste momento de pandemia usando a internet como principal ferramenta. J� 37% encontraram no delivery uma forma de maximizar o faturamento. Sara Marques, que investiu o nicho de malas customizada, aposta na dupla de sucesso, mas acredita tamb�m em outro fator: o atendimento personalizado.

 

“No meu setor de moda, as redes sociais � que mant�m o neg�cio. Todo dia fa�o postagem, divulgo o servi�o delivery. E invisto no tratamento humanizado, que � voc� n�o s� levar um produto, mas levar tamb�m um carinho. �s vezes encontramos algu�m que est� cheio de problemas, e a pessoa at� desabafa. Temos que ter esse tempo”, analisou.

 

Futuro


Os bons resultados colhidos mesmo durante a pandemia fazem com que comerciantes que se reinventaram na pandemia criem boas expectativas para o futuro. Hiego Miranda, que viu a crise esquentar a chapa de sua sonhada hamburgueria artesanal, j� projeta quando come�ar� a atender clientes de forma presencial, expandindo tamb�m as op��es de card�pio. “Assim que essa situa��o acabar, quero montar um espa�o em algum lugar, para crescer mais. E penso em mexer com outras coisas, n�o s� com o hamb�rguer artesanal, colocando uma pizzaria junto, por exemplo”, planeja.

 

J� Sara tem planos de ter um e-commerce, al�m da loja f�sica. “Minha expectativa � ter uma loja virtual, tamb�m. Porque n�o quero ficar s� aqui. Quero ter outras possibilidades. O servi�o de delivery vai continuar, e melhorar. J� estou pensando, por exemplo, em funcion�rios. Preciso de pessoa que dirija, que leve as malas para mim. Tenho uma expectativa muito boa, principalmente depois que tudo isso passar, para implementar outras ferramentas e outros servi�os e ter um faturamento melhor”, concluiu. 


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