
A expectativa dos respons�veis pela iniciativa � que, com o estudo indicando a efici�ncia na hidroxicloroquina no tratamento inicial da COVID-19, a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) mude de postura e venha aprovar o medicamento para o combate a doen�a, pois, atualmente, a entidade n�o indica o rem�dio contra o coronav�rus, sob o argumento de n�o existe evid�ncia cient�fica de bons resultados em nenhuma fase da doen�a respirat�ria, o que fomenta pol�mica.
Al�m do Brasil, a pesquisa ser� realizada simultaneamente em pa�ses como Estados Unidos, Canad� e �frica do Sul. Receber�o os testes do medicamento 10 cidades brasileiras, sendo uma delas Araraquara, no interior paulista e as outras nove de Minas Gerais: al�m da capital, Betim, Brumadinho, Confins, Nova Lima e Vespasiano, na Regi�o Metropolitana; Sete Lagoas (regi�o Central), Governador Valadares (Leste do estado) e Montes Claros, no Norte de Minas.
Al�m da hidroxicloroquina, o estudo visa avaliar tamb�m o antiviral lopinavir/ritonavir no tratamento contra o coronavirus. O experimento � coordenado no Brasil pelo professor Gilmar Reis, PhD em Cardiologia, do curso de Medicina da Pontif�cia Universidade Cat�lica de Minas Gerais (PUC Minas). A perspectiva � que os resultados sejam obtidos at� dezembro.
No Brasil, ser�o submetidos aos testes sobre a efic�cia da hidroxicloroquina 1.967 pacientes com os sintomas leves da COVID-19. Trezentos e vinte e dois deles ser�o avaliados em Montes Claros (409,34 mil habitantes), onde o professor Gilmar Reis apresentou os objetivos do estudo em uma reuni�o com m�dicos, acad�micos de medicina e representantes de hospitais. At� ent�o, a cidade teve 1.263 casos e confirmadas 22 mortes por coronavirus, com 802 pacientes curados.
De acordo com a secret�ria municipal de Sa�de de Montes Claros, Dulce Pimenta, o estudo ser� feito junto a pacientes atendidos na aten��o b�sica que tiveram sintomas leves e testarem positivo para o coronav�rus. Ela explica que os volunt�rios responder�o um question�rio e aqueles que assinarem um termo autorizando o uso da hidroxicloroquina e do lopinavir/rRitonavi ser�o monitoradas, recebendo um eletrocardiograma port�til, para a medi��o da frequ�ncia card�aca tr�s vezes ao dia. O acompanhamento ser� feito porque um dos riscos apontados no uso da hidroxicloroquina � a acelera��o dos batimentos do cora��o, sobretudo em pessoas idosas.
Os volunt�rios receber�o tamb�m um ox�metro de dedo (para medir o n�vel de oxig�nio no corpo).
“Temos consci�ncia dos efeitos colaterais das drogas e tratar com o apoio e organiza��o de uma pesquisa � mais tranquilo, uma vez que temos uma estrutura montada para monitorar o paciente diariamente, realizar eletrocardiogramas e verificar as condi��es cl�nicas. Teremos uma equipe dispon�vel 24 horas por dia”, assegura a m�dica de fam�lia e comunidade Ana Paula Figueiredo Guimar�es de Almeida, coordenadora da pesquisa no munic�pio de Montes Claros.
Segundo Ana Paula, os volunt�rios ser�o submetidos ao teste para o coronavirus (RT-PCR) gratuitamente. “Assim que chegar o resultad, se for positivo, o paciente receber� uma visita do m�dico da equipe, ser� novamente esclarecido e, se aceitar permanecer na pesquisa, receber� o medicamento”, informa a coordernadora.
Ela destaca que os pacientes ser�o monitorados pela equipe m�dica durante 10 dias. Ap�s os 10 dias de acompanhamento, ser� realizado contato telef�nico ap�s 14, 28, 56 e 90 dias do t�rmino, para avaliar os poss�veis efeitos colaterais a longo prazo, explica Ana Paula.
PESQUISA SER� DETERMINANTE PARA A HIDROXICLOROQUINA
Na avalia��o da secret�ria de sa�de de Montes Claros, a pesquisa que envolve as 10 cidades mineiras ser� uma prova de fogo para saber se est�o certos os que defendem o uso da hidroxicloroquina no tratamento dos casos leves da COVID-19 ou os que se op�em ao receitu�rio do medicamento, pelo fato de ainda n�o existir evid�ncia cient�fica dos seus efeitos, seguindo o argumento da Organiza��o Mundial de Sa�de.
“A OMS n�o indica um protocolo (para o uso da hidroxicloroquina) porque n�o existe ainda um estudo baseado em evid�ncia que possa indicar este ou outro medicamento (para o tratamento da COVID-19). Por isso, v�rias pesquisas est�o em andamento”, afirma. “Havendo uma comprova��o de que existe uma efic�cia de que a (hidroxicloroquina) tem um resultado diferenciado, a�, a OMS vai indicar ou n�o (o uso do medicamento)."