Ap�s 36 horas de a��o de reintegra��o, acampamento do MST pega fogo e gera pol�mica

A a��o de reintegra��o de posse na �rea do acampamento Quilombo Campo Grande, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), localizado em uma �rea no entorno da sede da antiga Usina Ariadn�polis, em Campo do Meio, no Sul de Minas Gerais, j� dura mais 36 horas. A �rea foi incendiada na tarde desta quinta-feira (13).

Manifestantes registraram o inc�ndio e a confus�o no local. Nas imagens compartilhadas nas redes sociais, uma grande coluna de fogo consome parte da mata seca. “Estamos vivendo um verdadeiro cen�rio de guerra. J� s�o mais de 36 horas resistindo � reintegra��o de posse. O fogo foi ateado por jagun�os dos fazendeiros para encurralar os manifestantes. A PM permitiu o inc�ndio”, afirma Kallen K�tia da Cruz Oliveira, engenheira agr�noma do movimento.

 

Mais de 150 policiais militares est�o empenhados no caso. “A gente estava negociando com os manifestantes quando as chamas se alastraram rapidamente pelo mato seco. A PM n�o tem nenhum envolvimento com o inc�ndio”, afirma a tenente Sara Augusta.

 

Diante da repercuss�o do caso, a Pol�cia Militar fez uma transmiss�o ao vivo pela TVPMMG para debater o assunto. “N�s fomos acusados de colocar fogo na vegeta��o. Mas as imagens s�o claras. Um homem a cavalo, que participa da manifesta��o, aparece no v�deo e, assim que ele passa, o rastro da fuma�a come�a. Esse fogo vai em dire��o aos militares colocando em risco a vida desses militares”, afirma o coronel Rocha, da 18ª Regi�o.

 

De acordo com a PM, alguns militares precisaram ser socorridos. “Isso foi uma tentativa de homic�dio. O fogo foi colocado pr�ximo � �rea onde a linha de conten��o da PM estava montada. Tr�s militares intoxicados foram socorridos para o pronto-socorro da regi�o. Gra�as a Deus, eles passam bem. Uma oficial de justi�a ficou abalada e teve que ser retirada do local. Al�m de colocar em risco os moradores da fazenda”, explica o coronel.

 

Pela caracter�stica do local, o inc�ndio ainda n�o foi combatido. “N�s tivemos que recuar, mas os manifestantes est�o resistindo � ordem”, completa o militar.

 

Fora da compet�ncia do Executivo 

 

Em nota, o governo do estado de Minas Gerais explica que foi planejada uma a��o pac�fica. “Nos planejamos um trabalho sem necessidade do emprego de for�a e seguindo todos os protocolos de seguran�a estipulados para o per�odo da pandemia da COVID-19, para preservar a seguran�a de todos os envolvidos na a��o”, trecho da nota.  

 

O governo tamb�m explica que n�o tem compet�ncia para suspender uma ordem judicial. O conflito fundi�rio ocorre desde o final da d�cada de 1990, em virtude da fal�ncia da Usina Ariadn�polis A��car e �lcool S/A. “Esta compet�ncia � exclusiva do Poder Judici�rio. A ordem de reintegra��o de posse da gleba da Fazenda Ariadn�polis � oriunda de processo judicial transcorrido. Seu eventual descumprimento � crime de desobedi�ncia tipificado no C�digo Penal”, explica a nota do estado.

 

As fam�lias v�m sendo realocadas em locais disponibilizados pela Prefeitura de Campo do Meio. “Ontem, retiramos tr�s fam�lias que foram levadas para um local provis�rio. Mas n�s recebemos a informa��o de que parte das fam�lias retornou � manifesta��o”, informa tenente Sara. 

  

Manifestantes gravaram mais v�deos na tarde de hoje, e �udios foram compartilhados nas redes sociais e WhatsApp. “Atualizando a situa��o no local: o comando da PM j� deu dois avisos e agora vem a tropa de choque. N�s seguimos na resist�ncia”, diz �udio compartilhado.

 

A Pol�cia Militar tamb�m debateu o assunto na transmiss�o ao vivo. “V�rias fake-news est�o sendo compartilhadas. A PM faz quest�o de esclarecer o assunto e ressalta que os militares est�o fazendo de tudo para levar seguran�a a todos”, finaliza.