
O infectologista Una� Tupinamb�s, que integra o comit� de enfrentamento � COVID-19 de Belo Horizonte, � mais um a pedir a suspens�o do despejo do acampamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, no Sul de Minas Gerais. A a��o de reintegra��o de posse come�ou na quarta-feira.
“� um absurdo esta a��o no meio da pandemia da COVID-19, colocando n�o s� em risco as mais de 400 fam�lias que estavam em isolamento protetivo, mas toda a comunidade do Sul de Minas, bem como todos os agentes envolvidos nessa a��o. Este ato vai contra todas as normas sanit�rias de isolamento para enfrentamento da COVID”, comentou.
Infectologista pede suspens�o de despejo de acampamento no Sul de Minashttps://t.co/iC7s3KDWUy
— Estado de Minas (@em_com) August 14, 2020
(V�deo: divulga��o MST) pic.twitter.com/ygkxCCMPbT
Tamb�m nesta manh�, o MST fechou as duas pistas da BR-116, em frente ao Assentamento Oziel Alves Pereira, em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. A manifesta��o aconteceu como forma de protestar contra a ordem de despejo em Campo do Meio.
Por volta de 7h, v�rios integrantes da entidade fizeram uma barreira com pneus velhos e galhos de �rvore que foram incendiados para impedir o tr�nsito. A paralisa��o durou aproximadamente duas horas e provocou longas filas de caminh�es na rodovia, nos dois sentidos. As pistas s� foram liberadas com a chegada da Pol�cia Militar (PM), Bombeiros e Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF).
Persiste o impasse no Sul

Ontem, um inc�ndio numa mata vizinha motivou acusa��es de ambas as partes e ampliou a tens�o. Enquanto a PM atribu�a o fogo � a��o dos sem-terra, esses culpavam fazendeiros da regi�o e acusavam complac�ncia policial. O MST informou que entrou com a��o no Superior Tribunal de Justi�a (STJ) para impedir o despejo.
Nas imagens compartilhadas nas redes sociais, uma grande coluna de fogo consome parte da mata seca. “Estamos vivendo um verdadeiro cen�rio de guerra. J� s�o mais de 36 horas resistindo � reintegra��o de posse. O fogo foi ateado por jagun�os dos fazendeiros para encurralar os manifestantes. A PM permitiu o inc�ndio”, afirma Kallen K�tia da Cruz Oliveira, engenheira-agr�noma do movimento.
A corpora��o nega. “As imagens s�o claras. Um homem a cavalo, que participa da manifesta��o, aparece no v�deo e assim que ele passa o rastro da fuma�a come�a. Esse fogo vai em dire��o aos militares, colocando em risco a vida desses militares”, diz o coronel Nelson Rocha, da 18ª Regi�o. Tr�s militares, intoxicados, conforme a PM, foram socorridos num pronto-socorro local.
Em nota, o governo do estado sustenta que foi planejada uma interven��o pac�fica. “Planejamos um trabalho sem necessidade do emprego de for�a e seguindo todos os protocolos de seguran�a estipulados para o per�odo da pandemia da COVID-19, para preservar a seguran�a de todos os envolvidos na a��o”, diz o comunicado.
O governo alega cumprir uma ordem judicial e que chegou a solicitar � Justi�a sua suspens�o, sem sucesso. Manifestantes gravaram mais v�deos na tarde de ontem e �udios foram compartilhados. “Atualizando a situa��o no local: o comando da PM j� deu dois avisos e agora vem a tropa de choque. N�s seguimos na resist�ncia”, diz um dos �udios.
Escola derrubada
Segundo o MST, a escola que havia no local, desocupada na quarta-feira, teria sido derrubada ontem. Ap�s convoca��o de mobiliza��o pelas redes sociais por parte do MST, a hashtag #ZemaCovarde ficou em primeiro lugar dos trending topics – a lista de assuntos mais comentados no Twitter – no Brasil.
O conflito fundi�rio na Fazenda Ariadn�polis ocorre desde o final da d�cada de 1990, em virtude da fal�ncia da empresa Usina Ariadn�polis A��car e �lcool, que n�o teria indenizado os trabalhadores demitidos. Isso teria motivado a ocupa��o a partir de 2002, embora as primeiras fam�lias tenham se mudado para a �rea cinco anos antes, quando as opera��es da empresa j� estavam suspensas.