(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas REINTEGRA��O

Infectologista pede suspens�o de despejo de acampamento no Sul de Minas

Una� Tupinamb�s diz que despejo fere normas sanit�rias de isolamento contra a COVID-19. Nesta manh�, moradores de assentamento em Governador Valadares fecharam rodovia para apoiar grupo de Campo do Meio


14/08/2020 12:11 - atualizado 14/08/2020 12:23

Vídeo de Unaí Tupinambás foi divulgado nesta sexta-feira(foto: Reprodução da internet/MST)
V�deo de Una� Tupinamb�s foi divulgado nesta sexta-feira (foto: Reprodu��o da internet/MST)

O infectologista Una� Tupinamb�s, que integra o comit� de enfrentamento � COVID-19 de Belo Horizonte, � mais um a pedir a suspens�o do despejo do acampamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, no Sul de Minas Gerais. A a��o de reintegra��o de posse come�ou na quarta-feira. 

O v�deo foi divulgado nesta sexta-feira pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), ligado ao acampamento que est� no terreno h� 22 anos.

“� um absurdo esta a��o no meio da pandemia da COVID-19, colocando n�o s� em risco as mais de 400 fam�lias que estavam em isolamento protetivo, mas toda a comunidade do Sul de Minas, bem como todos os agentes envolvidos nessa a��o. Este ato vai contra todas as normas sanit�rias de isolamento para enfrentamento da COVID”, comentou. 



Tamb�m nesta manh�, o MST fechou as duas pistas da BR-116, em frente ao Assentamento Oziel Alves Pereira, em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. A manifesta��o aconteceu como forma de protestar contra a ordem de despejo em Campo do Meio. 

Por volta de 7h, v�rios integrantes da entidade fizeram uma barreira com pneus velhos e galhos de �rvore que foram incendiados para impedir o tr�nsito. A paralisa��o durou aproximadamente duas horas e provocou longas filas de caminh�es na rodovia, nos dois sentidos. As pistas s� foram liberadas com a chegada da Pol�cia Militar (PM), Bombeiros e Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF).

Persiste o impasse no Sul


Terras da Fazenda Ariadnópolis foram ocupadas desde o começo dos anos 2000: polícia e manifestantes se culpam por fogo nos arredores (foto: MST/Twitter)
Terras da Fazenda Ariadn�polis foram ocupadas desde o come�o dos anos 2000: pol�cia e manifestantes se culpam por fogo nos arredores (foto: MST/Twitter)
A a��o de reintegra��o de posse na �rea do acampamento do MST, localizado em uma �rea no entorno da sede da antiga Usina Ariadn�polis, persistia ontem sob impasse. Cerca de 150 policiais militares tentam, desde quarta-feira, fazer o cumprimento de ordem judicial. No local, aproximadamente 450 fam�lias atuam na produ��o de caf�.

Ontem, um inc�ndio numa mata vizinha motivou acusa��es de ambas as partes e ampliou a tens�o. Enquanto a PM atribu�a o fogo � a��o dos sem-terra, esses culpavam fazendeiros da regi�o e acusavam complac�ncia policial. O MST informou que entrou com a��o no Superior Tribunal de Justi�a (STJ) para impedir o despejo.

Nas imagens compartilhadas nas redes sociais, uma grande coluna de fogo consome parte da mata seca. “Estamos vivendo um verdadeiro cen�rio de guerra. J� s�o mais de 36 horas resistindo � reintegra��o de posse. O fogo foi ateado por jagun�os dos fazendeiros para encurralar os manifestantes. A PM permitiu o inc�ndio”, afirma Kallen K�tia da Cruz Oliveira, engenheira-agr�noma do movimento.

A corpora��o nega. “As imagens s�o claras. Um homem a cavalo, que participa da manifesta��o, aparece no v�deo e assim que ele passa o rastro da fuma�a come�a. Esse fogo vai em dire��o aos militares, colocando em risco a vida desses militares”, diz o coronel Nelson Rocha, da 18ª Regi�o. Tr�s militares, intoxicados, conforme a PM, foram socorridos num pronto-socorro local.

Em nota, o governo do estado sustenta que foi planejada uma interven��o pac�fica. “Planejamos um trabalho sem necessidade do emprego de for�a e seguindo todos os protocolos de seguran�a estipulados para o per�odo da pandemia da COVID-19, para preservar a seguran�a de todos os envolvidos na a��o”, diz o comunicado.

O governo alega cumprir uma ordem judicial e que chegou a solicitar � Justi�a sua suspens�o, sem sucesso. Manifestantes gravaram mais v�deos na tarde de ontem e �udios foram compartilhados. “Atualizando a situa��o no local: o comando da PM j� deu dois avisos e agora vem a tropa de choque. N�s seguimos na resist�ncia”, diz um dos �udios.

Escola derrubada


Segundo o MST, a escola que havia no local, desocupada na quarta-feira, teria sido derrubada ontem. Ap�s convoca��o de mobiliza��o pelas redes sociais por parte do MST, a hashtag #ZemaCovarde ficou em primeiro lugar dos trending topics – a lista de assuntos mais comentados no Twitter – no Brasil.

O conflito fundi�rio na Fazenda Ariadn�polis ocorre desde o final da d�cada de 1990, em virtude da fal�ncia da empresa Usina Ariadn�polis A��car e �lcool, que n�o teria indenizado os trabalhadores demitidos. Isso teria motivado a ocupa��o a partir de 2002, embora as primeiras fam�lias tenham se mudado para a �rea cinco anos antes, quando as opera��es da empresa j� estavam suspensas.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)