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Estado de Minas

Turismo em Minas se adapta ao 'novo normal' imposto pelo coronav�rus

Destinos tradicionais adotam novos protocolos de acesso dentro e fora das acomoda��es. Em Caet�, na Grande BH, at� perfil do cliente mudou


20/08/2020 06:00 - atualizado 20/08/2020 07:32

No resort Tauá, o maior de Caeté, atividades de recreação infantil agora só são oferecidas ao ar livre e com, no máximo seis crianças
No resort Tau�, o maior de Caet�, atividades de recrea��o infantil agora s� s�o oferecidas ao ar livre e com, no m�ximo seis crian�as (foto: Tau�/Divulga��o)


Cinco meses depois da chegada do novo coronav�rus em Minas Gerais, destinos tur�sticos do estado se reorganizam e adaptam a novos protocolos de recep��o e demandas de visitantes. Controle de acessso a �reas de hot�is, pousadas, pontos de interesse e at� aos pr�prios munic�pios que os abrigam fazem parte do card�pio. Santana do Riacho, na Serra do Cip�, Regi�o Central de Minas, por exemplo, divulgou ontem calend�rio de abertura gradual, que come�a amanh� e se estende at� novembro, quando os campings estar�o liberados. Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul do estado, lan�a m�o de ferramenta on-line para controlar fluxo e ocupa��o no setor. E at� mesmo o perfil do p�blico est� mudando em alguns locais, com substitui��o de clientes corporativos por fam�lias.

Esse � o caso de Caet�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e a 50 quil�metros da capital mineira, onde os hot�is-fazenda e pousadas t�m oferecido ref�gio a quem busca fugir do estresse causado pela pandemia e o longo per�odo de isolamento social.  Foi o que percebeu a dona do Canela de Ema, parque voltado para a pr�tica esportiva na �rea rural de Caet�, Rosa Maria Corr�a. Antes, o local recebia muitas reservas de empresas e excurs�es de escolas e agora tem sido procurado por fam�lias e grupos de amigos.

“As pessoas est�o impedidas nas cidades, de desfrutar do lazer, por estar tudo fechado, e n�o est�o mais aguentando ficar dentro de casa. Por isso, a procura por atividades junto � natureza. Aqui no parque, elas t�m a sensa��o de liberdade”, pontua Rosa. O parque oferece pr�ticas como arvorismo, trilhas, rapel, escalada, canoagem, tirolesa. Rosa optou por n�o abrir a hospedaria de quartos, pois os protocolos seriam diferentes para esse tipo de situa��o. Os que querem pernoitar montam barracas e acampam em um local apropriado.

Aviso chama a atenção para a obrigatoriedade do uso de máscaras em área comum de pousada
Aviso chama a aten��o para a obrigatoriedade do uso de m�scaras em �rea comum de pousada (foto: Pousada Santu�rio/Divulga��o)
A Pousada Santu�rio, situada no Distrito de Penedia, em Caet�, tamb�m optou por funcionar apenas nos fins de semana. O dono, Alexandre Marco de Moura Oliveira, comemora o fato de estar com as reservas lotadas apesar de operar com a metade de sua capacidade. Ele conta que, ap�s a sa�da do turista, o quarto fica trancado por tr�s dias e s� depois disso � higienizado e esterilizado. “Seguimos as normas de seguran�a para proteger n�o s� as fam�lias que v�m aqui mas tamb�m os funcion�rios. Modificamos toda a nossa estrutura para atender as novas recomenda��es. As pessoas procuram lazer e sossego, mas tamb�m querem seguran�a”, ressalta Alexandre.

A fam�lia de Bruno Khouri que o diga. H� uma semana, ele, a esposa e os dois filhos, de 3 e 5 anos, passaram o fim de semana em um hotel-fazenda em Caet�. Eles moram em Nova Lima e se deslocaram de carro cerca de 45 quil�metros. “Foi a op��o mais pr�xima e segura. Com a pandemia, sem chance de escolher um lugar longe, para onde a gente tenha que pegar avi�o. Optamos por uma viagem curta que desse �s crian�as liberdade para brincar ao ar livre.”

J� a fam�lia do Cl�udio Gon�alves de Oliveira, residente em BH, � composta por adolescentes, mas tamb�m tentou fugir do estresse da pandemia . Ao todo, 12 parentes viajaram juntos. “Chegamos a um ponto em que est�vamos como uma panela de press�o. Ter passado o fim de semana entre �rvores, animais e ao ar livre revitalizou a gente”, conta Cl�udio, que acampou em parque com a filha, Laura, de 17, a namorada, Giulliana, e a enteada, Valentina, de 20, e outros parentes.

Valentina, Laura, Giulliana e Cláudio curtem o fim de semana em parque dedicado a esportes radicais
Valentina, Laura, Giulliana e Cl�udio curtem o fim de semana em parque dedicado a esportes radicais (foto: Acervo pessoal)


Acostumado a ter a casa cheia durante todo o ano, o maior resort da regi�o de Caet�, o Tau�, est� funcionando com metade de sua capacidade. Com estrutura de 300 acomoda��es e 52 mil metros quadrados, o hotel teve que se adaptar para receber os h�spedes e tamb�m notou a mudan�a da demanda neste per�odo de pandemia. Antes, o local contava com o p�blico de conven��es e eventos empresariais, mas agora tem sido apenas familiar.

Segundo o setor de comunica��o do resort, a expectativa � chegar � casa dos 70% de ocupa��o neste m�s. Head de marketing do resort, Anna Paula Martins, garante que os espa�os fechados e �reas comuns est�o seguindo medidas de distanciamento social e sanit�rias. “Incentivamos o check in e check out on-line para evitar o contato do h�spede com a recepcionista. Ao chegar, ele recebe um kit lacrado com duas m�scaras para cada pessoa, �lcool em gel e a pulseira do quarto esterilizada. Al�m disso, para frequentar as �reas comuns, como restaurante, piscinas fechadas e sal�es de jogos, � necess�rio fazer agendamento, pois estamos controlando o fluxo nesses locais”, conta Anna.

Outra altera��o que tamb�m � de interesse das fam�lias s�o as atividades infantis. Agora o resort usa apenas as �reas abertas para a recrea��o e os grupos podem ter, no m�ximo, seis crian�as, mantendo o distanciamento entre elas. “Nossos funcion�rios passam pelo t�nel de desinfec��o ao entrar no hotel. Os quartos s�o desinfetados com oz�nio e todos os protocolos de seguran�a sanit�ria est�o sendo seguidos. N�o s� os funcion�rios, mas tamb�m estamos atentos aos h�spedes quanto ao cumprimento das medidas”, garante Anna.

Queda nacional


Com v�rios pontos tur�sticos fechados devido aos protocolos de distanciamento social, as atividades de turismo no Brasil sofreram uma forte queda neste ano em virtude do novo coronav�rus. O setor corresponde a 3,71% do PIB do pa�s, de acordo com o IBGE e, segundo a Confedera��o Nacional de Com�rcio, Servi�os, Bens e Turismo (CNC), j� acumula perdas de R$ 87,7 bilh�es desde que teve in�cio � pandemia. O Minist�rio do Turismo permitiu a reabertura do setor por meio do protocolo “Turismo Respons�vel Limpo e Seguro”, embora a decis�o final sobre o que funciona ou n�o caiba �s prefeituras municipais.

Volta programada na Serra do Cip�


Pelo calendário de Santana do Riacho, atrativos turísticos, como cachoeiras, só começam a reabrir em setembro
Pelo calend�rio de Santana do Riacho, atrativos tur�sticos, como cachoeiras, s� come�am a reabrir em setembro (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A Prefeitura de Santana do Riacho, na Serra do Cip�, Regi�o Central de Minas, anunciou ontem a reabertura gradual do munic�pio. Em novo decreto, o prefeito Andr� Ferreira Torres divulgou as regras da retomada das atividades econ�micas na cidade a partir de amanh�. O calend�rio varia de acordo com as atividades.

Estabelecimentos comerciais essenciais poder�o voltar a funcionar em hor�rio normal, inclusive aos fins de semana. J� os restaurantes est�o liberados para abrir das 11h �s 21h, com espa�amento e redu��o de mesas, entre outras medidas de seguran�a. O limite m�ximo de pessoas por mesa nos estabelecimentos ser� limitado a seis. Hospedagens que t�m mais de 10 apartamentos poder�o funcionar com 60% de sua capacidade, e os estabelecimentos com menos de 10 acomoda��es, com ocupa��o m�xima de 70%.

Os atrativos tur�sticos na Serra do Cip� come�am a abrir no primeiro dia de setembro, com funcionamento de segunda-feira a sexta-feira, entre as 8h e as 17h e devem permanecer fechados aos fins de semana at� o dia 20 do mesmo m�s. A partir da�, poder�o funcionar todos os dias. No restante do munic�pio, os atrativos come�am a funcionar em 5 de outubro, das 8h �s 17h, de segunda-feira a sexta-feira e continuam fechados nos fins de semana.

O mesmo calend�rio ser� adotado para os receptivos tur�sticos. As �reas de camping, por sua vez, est�o abertas a partir de 19 de novembro, inclusive nos fins de semana. At� ontem, 10 casos de COVID-19 haviam sido confirmados na Serra do Cip�.

Controle de visita on-line


Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas, desenvolveu um sistema para monitorar a entrada de turistas
Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas, desenvolveu um sistema para monitorar a entrada de turistas (foto: Prefeitura de Camanducaia/Divulga��o)
Distrito de Camanducaia, no Sul de Minas, Monte Verde � um dos destinos favoritos de inverno no estado, mas n�o quer perder o controle da entrada e p�r em risco a vida de ningu�m durante a pandemia do coronav�rus. Para isso, adotou um sistema on-line para monitorar a entrada de turistas, restringindo seu n�mero e a lota��o de hot�is e pousadas.

Tradicionalmente, o distrito atrai mais visitantes no per�odo entre maio e agosto, o mais frio, embora seja destino de turistas o ano inteiro. Segundo a Move, Ag�ncia de Desenvolvimento de Monte Verde e Regi�o, cerca de 800 mil pessoas visitam o cart�o-postal por ano. Mas, desde o in�cio da pandemia da COVID-19, o distrito estava com as atividades paralisadas. Em junho, por meio de um decreto municipal, a prefeitura iniciou a reabertura do turismo no munic�pio. Os hot�is, pousadas e casas de aluguel estavam autorizados a receber h�spedes com um limite de ocupa��o em 50%. Agora, para ter o controle desses visitantes, a Prefeitura de Camanducaia, em parceria com a Move, criou o “Cadastro Monte Verde Mais Segura”.

Segundo a ag�ncia, os estabelecimentos de hospedagem devem cadastrar as reservas com algumas informa��es do turista, como nome, placa do carro, quantidade de pessoas e as datas de check in e check out. Para entrar no distrito, al�m de medir a temperatura corporal, o visitante tem que informar o CPF para que a vigil�ncia possa checar no sistema. Segundo a secret�ria de Turismo de Camanducaia, Carolina Cerrato Tuller, a ferramenta eleva a seguran�a na retomada das atividades. “Fornece a n�s uma base de dados que nos permite garantir a retomada consciente e respons�vel do turismo”, afirma.

O sistema foi criado pela startup Mymento, que desenvolve tecnologias para automatizar processos nos destinos tur�sticos brasileiros. A presidente da Move, Rebecca Wagner, explica como vai ser colocada em pr�tica a nova tecnologia: “Com esse sistema, a prefeitura sabe em tempo real o que est� ocorrendo em Monte Verde e auxilia o trabalho das hospedagens. Logo na entrada, j� barramos, se necess�rio, e assim facilitamos o trabalho da vigil�ncia. A ideia � monitorar a quantidade de pessoas na cidade e a lota��o de hot�is e pousadas, que s� podem funcionar com at� 50% da capacidade total de unidades habitacionais”, disse.

Monte Verde est� servindo de modelo para outros destinos tur�sticos na regi�o, localizados na Serra da Mantiqueira. � o caso de Campos do Jord�o, S�o Tom� das Letras e S�o Jos� dos Campos. De acordo com a respons�vel por desenvolver o sistema, Johannes Noebels, a ferramenta pode ser utilizada em diversos destinos tur�sticos que precisam voltar com as atividades durante a pandemia. “Essa tecnologia � importante para controlar e centralizar as informa��es fundamentais para garantir a seguran�a. Se fossem feitos manualmente, esses registros criariam filas enormes na entrada das cidades”, explica. O sistema � utilizado apenas nos fins de semana, quando o n�mero de pessoas no distrito fica restrito. De segunda a quinta-feira, a entrada de turistas sem hospedagem � liberada. (Natasha Werneck, estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie) 

Governo cria protocolo para academias

Depois de intensa press�o dos empres�rios do setor, o governo de Minas criou um protocolo espec�fico para que as academias de gin�stica e ag�ncias de turismo reabram as portas, na Onda Amarela do programa Minas Consciente, criado para a retomada das atividades econ�micas durante a pandemia do coronav�rus. Antes, a ideia era que os servi�os s� fossem liberados para funcionar dentro da Onda Verde, que permite a libera��o das atividades n�o essenciais com alto risco de cont�gio. Atualmente, nove microrregi�es est�o na Onda Amarela. Nenhuma se encontra na Verde. Os protocolos ser�o mais r�gidos, com maior limita��o de ocupa��o por metragem de 10m², hor�rios agendados, fechamento para limpeza a cada duas horas, uso de profissionais para limpeza dos equipamentos, medi��o de temperatura, dist�ncia de tr�s metros a cada equipamento.



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