
Relacionada � infec��o pelo coronav�rus, a S�ndrome Inflamat�ria Multissist�mica Pedi�trica (SIM-P), j� causou 10 mortes no pa�s. Nessa quarta-feira (26) a Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) emitiu uma nota t�cnica determinando a notifica��o imediata obrigat�ria de casos suspeitos. Minas Gerais j� registra 16 notifica��es da s�ndrome, sendo oito casos confirmados.
A SIM-P pode levar � casos graves de insufici�ncia respirat�ria, card�aca e doen�a renal aguda. Os sintomas da doen�a incluem febre, manchas vermelhas na pele, conjuntivite, e edemas em p�s e m�os.
O filho de Amanda apresentou todos os sintomas da SIM-P. “Ele estava com conjuntivite, com os p�s e m�os inchadas e com as coron�rias inflamadas”, lembra Amanda. Ap�s dois dias internado na enfermaria, a crian�a foi transferida para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI).
“A inflama��o no cora��o n�o estava melhorando. No CTI ele come�ou a tomar imunoglobulina, al�m do �cido acetil salic�lico. Em tr�s dias, j� estava melhor”, relata a m�e da crian�a.
O garoto ficou, ao todo, 13 dias internado.
A m�e explica que a crian�a continua com sequelas da doen�a. “N�s estamos fazendo acompanhamento com cardiologista. Ele ainda est� tomando medicamentos”, diz. “N�o imaginava que isso poderia acontecer com ele. Ele sempre foi saud�vel.”
A m�dica especialista em cuidado intensivo neonatal e pedi�trico, Alessandra Sinhoroto, explica que algumas comorbidades podem levar � casos mais graves da COVID-19: “Crian�as e adolescentes com sequelas neurol�gicas, insufici�ncia renal e respirat�ria s�o mais suscet�veis � complica��es”.
“Temos diagnosticado tamb�m casos de encefalite relacionados ao coronav�rus”, relata a especialista. Al�m dos sintomas agudos, a COVID-19 ainda pode gerar sequelas a m�dio e longo prazo: “Alguns pacientes v�o ter que fazer tratamentos por 6 meses ou mais ap�s a alta”.
Casos em adolescentes
Adolescentes tamb�m podem desenvolver casos graves da COVID-19. A filha de 13 anos de Hermes Ant�nio Siqueira continua fazendo tratamento com anticoagulantes mesmo ap�s se curar do novo coronav�rus.
Hermes conta que a filha possui insufici�ncia renal cr�nica desde crian�a: “Por causa da condi��o dela, desde o in�cio da pandemia, ela ficou isolada em s�tio da fam�lia”.
Por�m, a saudade da fam�lia apertou, e a jovem decidiu visitar os pais em Belo Horizonte. “Ela acabou pegando. Come�ou com diarreia, v�mito, ela ficou inchada”, lembra Hermes.
A garota passou sete dias na UTI devido a um caso grave de trombose.
“Ela est� bem, mas vai ter que fazer um tratamento longo com anticoagulantes. Al�m disso, ainda n�o consegue sentir cheiro e nem gosto”, diz o pai da adolescente.
Cuidados importantes
� comum ouvir nas ruas que crian�as e adolescentes s�o mais resistentes � COVID-19. N�o � raro ver crian�as caminhando sem m�scara ao lado dos pais, e adolescentes se expondo ao v�rus em festas e outras aglomera��es.
O epidemiologista Una� Tupinamb�s alerta para os riscos que a exposi��o de crian�as e adolescentes ao novo v�rus podem trazer: “Os casos graves nessas faixas et�rias s�o menos comuns, mas crian�as e jovens podem se infectar tanto quanto adultos e idosos”.
O especialista ainda lembra que a popula��o mais jovem age como um importante vetor na dissemina��o do v�rus. “Eles podem transmitir a doen�a para os pais e av�s, que s�o mais suscet�veis a complica��es”, explica.
“Crian�as e adolescentes devem tomar os mesmos cuidados que o resto da popula��o. O uso de m�scaras e do �lcool em gel deve ser rotina para eles tamb�m”, diz o m�dico.
O epidemiologista alerta, por�m, que m�scaras n�o devem ser usadas por crian�as menores de 2 anos.