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Estado de Minas COVID-19

Vendas de equipamentos para malhar em casa ganham for�a na pandemia

Compra de aparelhos de gin�stica aumentou durante o isolamento e, mesmo quem preferiu economizar, apelou at� para saco de arroz para manter a forma


30/08/2020 04:00 - atualizado 30/08/2020 07:44

Consumidores como Maria Cristina Rezande, que adquiriu vários produtos para manter condicionamento, garantiram a boa forma de empresas de venda de insumos para malhação (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Consumidores como Maria Cristina Rezande, que adquiriu v�rios produtos para manter condicionamento, garantiram a boa forma de empresas de venda de insumos para malha��o (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Enquanto muitos setores tentam sobreviver ou recuperar a forma depois do baque causado pela pandemia de COVID-19, inclusive as pr�prias academias, o ramo de equipamentos para gin�stica n�o tem do que reclamar. Com os espa�os oficiais de malha��o fechados, muitas empresas conseguiram aumentar o faturamento ou, no m�nimo, o mantiveram est�vel gra�as ao investimento de pessoas em halteres, anilhas, barras, caneleiras, esta��es de exerc�cios, esteiras e bicicletas ergom�tricas, cones, colchonetes, apoios para flex�es, cordas, entre outros aparatos. E a corrida de pessoas tentando preservar a forma dentro de casa se reflete na falta de material nas lojas, inclusive as virtuais.


“A demanda aumentou muito, diria que 80%. Tive de contratar funcion�rios para dar conta das encomendas”, afirma Andr� Sampaio, propriet�rio da Anilhas de Minas, sediada em Cl�udio, no Centro-Oeste mineiro. Especializada em artigos para muscula��o e crossfit, a empresa foi na contram�o da maioria e aumentou o quadro de trabalhadores, passando de 12 para 17. E a tend�ncia, na opini�o do empres�rio, n�o muda, mesmo com reabertura de academias em praticamente todo o estado.

“Muita gente n�o vai voltar para a academia t�o cedo, pois o receio de contamina��o pelo novo coronav�rus � grande. E h� aqueles que descobriram a praticidade de malhar em casa, preferindo investir em equipamentos pr�prios e sem risco de cont�gio”, avalia Sampaio, que tem pedido at� 40 dias para fazer entregas, dependendo do volume.

Itens com grande procura

  

  • halteres
  • anilhas
  • barras
  • caneleiras
  • esta��es de exerc�cios
  • esteiras e bicicletas ergom�tricas
  • cones
  • colchonetes
  • apoios para flex�es
  • cordas

 


No caso da BH Fitness, que atua na venda de equipamentos para muscula��o, o crescimento dos neg�cios n�o foi t�o grande. Mas o propriet�rio, Gustavo Sim�es, n�o tem do que reclamar. At� porque, j� estava adaptado a trabalhar no mercado virtual, n�o dependendo de pessoas nas lojas f�sicas.

“H� quatro anos, decidimos nos concentrar no mundo digital e, por isso, sofri muito pouco nesta pandemia. O que ocorreu foi uma invers�o do perfil dos clientes. Antes, 80% eram profissionais, como grandes redes fitness ou academias de clubes e condom�nios. Agora, quase 80% dos pedidos s�o de pessoas f�sicas”, explica.

Se cada encomenda n�o � t�o grande quanto antes, ele ganha no volume. “De 12 contatos mensais antes da pandemia, passamos a 350. Ainda bem que a internet nos permite ter uma estrutura bem mais enxuta”, diz Sim�es, que mant�m tr�s funcion�rios fixos e contrata prestadores de servi�o para cuidar de log�stica, montagem e assist�ncia t�cnica dos equipamentos.

A demanda est� t�o grande que tem afetado at� mesmo o mercado de usados. O dono da BH Fitness aponta falta de cobre, material fundamental para rebobinar motores de esteiras ergom�tricas, por exemplo. “Alguns pre�os subiram demais. E h� fornecedores pedindo at� 120 dias, dependendo do material, para entregar insumos.”

Alta nas vendas

 

A procura por produtos tem sido t�o intensa que nem mesmo grandes redes de material esportivo escaparam das prateleiras vazias. Na Decathlon, empresa francesa que tem 35 lojas f�sicas em oito estados no Brasil, nem mesmo no site h� halteres e anilhas dispon�veis.

Naldo Torres, de 80 anos, e Maria Luíza, de 79: aulas virtuais três vezes por semana(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Naldo Torres, de 80 anos, e Maria Lu�za, de 79: aulas virtuais tr�s vezes por semana (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


Na loja f�sica, as prateleiras do setor de muscula��o est�o bem mais vazias que antes. “Logo depois que reabrimos, n�o tinha nem um halter. Com as academias fechadas, muita gente resolveu malhar em casa mesmo e se equipou para isso”, disse um vendedor, indagado por um consumidor interessado em pesos de 10 quilos. H� cerca de 10 dias, havia apenas os chamados kettlebell, que s�o bolas unidas a uma argola, sempre acima de 16 quilos cada.

Em outras lojas pela internet os halteres e as anilhas at� est�o dispon�veis. Os pre�os, por�m, subiram at� 20%, mostrando que o mercado est� mesmo aquecido.

Quem n�o tem peso, levanta saco de arroz

O distanciamento social e as academias fechadas em virtude da pandemia de COVID-19 n�o impediram que muitos tentassem manter a forma com sua pr�pria rotina de exerc�cios f�sicos. Em casa ou em �reas p�blicas, os viciados em endorfina deram um jeito de continuar em atividade, mesmo que muitas vezes tivessem de fazer adapta��es e tamb�m investimento.

No primeiro caso se encaixa o casal Maria Luiza, de 79 anos, e Naldo Torres, de 80. Acostumados � vida ativa, nesse per�odo de restri��es eles recorreram a aulas via celular com um educador f�sico particular, tr�s vezes por semana. Na escassez de equipamentos, at� sacos de arroz fizeram as vezes de peso.

Leonardo Barreto decidiu usar a Praça de Santa Tereza para praticar com adeptos(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Leonardo Barreto decidiu usar a Pra�a de Santa Tereza para praticar com adeptos (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


“Quem n�o tem c�o ca�a com gato. O importante � n�o ficar parado”, afirma Maria Luiza, que na impossibilidade de ir �s ruas, tem usado a �rea comum do edif�cio onde mora, no Bairro Funcion�rios, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, para caminhar.
Mas o casal evita a academia do local, mesmo que esteja aberta. “N�o vamos l�. Os mais jovens s�o perigosos nesse sentido, pois tomam menos cuidado nesta pandemia. � importante que a pessoa, se for � academia, tome todos os cuidados: m�scara, �lcool em gel, ficar longe...”, enumera.

Exercitar a m�o no bolso

A administradora de empresas Maria Cristina Rezende dos Santos chegou a ficar parada no come�o da pandemia. Mas, como viu que a situa��o iria perdurar, decidiu investir na aquisi��o de equipamentos para malhar em casa, gastando at� o momento cerca de R$ 700.

“Desde junho, estou malhando em casa. Meu treinador me orientou sobre as lojas e o que eu precisava comprar para come�ar. E, � medida que vou progredindo, adquiro outros produtos”, explica ela, que recebe o educador f�sico Gustavo Vilas Boas uma vez por semana para aulas presenciais. Em outros tr�s dias, malha sozinha, seguindo o roteiro tra�ado pelo profissional. “Quando tenho alguma d�vida, basta ligar para ele.”

Com a rotina estabelecida, ela n�o sabe se voltar� a frequentar uma academia, ainda que elas retomem o funcionamento nesta segunda-feira, em Belo Horizonte. “Moro em uma casa e aqui posso malhar ao ar livre, olhando para o c�u, o que n�o poss�vel na academia. Al�m disso, tenho uma irm� com s�ndrome de Down que vive comigo. Ela � do grupo de risco, ent�o, tenho de ter mais cuidado”, justifica.

Educadores físicos usam a tecnologia para se manter em contato próximo com clientes(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Educadores f�sicos usam a tecnologia para se manter em contato pr�ximo com clientes (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


Em contrapartida, o professor Ricardo Sim�es n�o v� a hora de retornar � academia. Na sexta-feira, vendo a porta de uma delas entreaberta para limpeza e adapta��es, j� queria se matricular. Descobriu que ter� de aguardar a ter�a-feira, quando o local estar� finalmente funcionando.

“N�o deviam ter deixado as academias tanto tempo fechadas; preocuparam-se com uma parte da sa�de, mas negligenciaram outra, a mental. � importante exercitar. Se forem obedecidos todos os procedimentos estabelecidos, n�o h� problema”, argumenta ele, que, durante a pandemia, correu em locais p�blicos, fez treinos funcionais em pra�as e nadou na piscina do pr�dio. “Estou com saudade de fazer muscula��o”, destaca.

Ao ar livre

J� no caso das lutas ou artes marciais, a busca por espa�os para os treinos foi um pouco mais complicada, mas n�o imposs�vel. � o que prova o professor de boxe, muay thai e capoeira Leonardo Barreto, que tem usado a Pra�a de Santa Tereza, na Regi�o Leste de BH, para praticar.

“Sempre fui disciplinado e quando fecharam as academias e come�aram a falar muito em doen�a nas m�dias, enxerguei a necessidade de continuarmos falando da sa�de por meio de pr�ticas esportivas. As pra�as sempre foram bons lugares para se praticar alguma atividade, tanto pela energia que t�m quanto por normalmente ser grandes e arejadas. Como n�o consigo ficar sem as pr�ticas, continuei. � medida que o tempo foi passando, chegaram mais pessoas com os mesmos sentimentos e assim se tornaram novos adeptos desse tipo de atividade ao ar livre”, explica.

Na tela do celular

Muita gente que comprou equipamento de gin�stica durante a quarentena resolveu se exercitar sozinha ou seguindo v�deos dispon�veis na internet. Outra op��o foram os aplicativos dispon�veis para smartphones, alguns desenvolvidos por grandes multinacionais de produtos esportivos, o que d� mais credibilidade �s plataformas.


Os educadores f�sicos, por�m, lembram que essas ajudas remotas facilitam a vida, mas precisam ser usadas com crit�rio. Segundo eles, o ideal � contratar um professor, mesmo para ter aulas remotas, pois os profissionais v�o corrigir posturas, mensurar cargas e repeti��es de acordo com cada pessoa e, assim, minimizar chance de les�es.


“� poss�vel ter excelentes resultados treinando em casa com halteres, caneleiras ou o pr�prio peso. Mas sempre com acompanhamento, pois � preciso treinar de forma correta. Cada pessoa tem uma necessidade”, diz Raquel Mendon�a de Carvalho, que tem 10 anos de experi�ncia na �rea.

Classificando os aplicativos como gen�ricos, ela alerta para o fato de a pessoa n�o atingir os objetivos e ainda correr o risco de se lesionar. “Alguns aplicativos s�o muito bons, mas as pessoas precisam ter bom senso. Quem nunca praticou e come�a, corre risco de se lesionar. E a� vai ter de ir a hospital em meio a uma situa��o de caos na sa�de. Por isso � importante buscar informa��es concretas e procurar respeitar os limites.”

“Estou dando aulas on-line, usando peso do corpo do aluno para obter resultados, usando el�sticos. S�o formas de driblar a falta de equipamentos, que est�o cada dia mais caros”, afirma Gustavo Fonseca, com experi�ncia de 14 anos no mercado.
Eles e outros profissionais t�m usado a tecnologia para driblar o distanciamento social necess�rio enquanto durar a pandemia. As aulas pelo telefone celular ou computador s�o cada vez mais adotadas, e n�o � necess�rio que os alunos gastem muito para se exercitar, garantem.


O que � o coronav�rus


Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?


Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 


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