
O Sindicato dos M�dicos de Minas Gerais (Sinmedmg) pedir� interdi��o do �nico servi�o p�blico de atendimento de urg�ncia e emerg�ncia em Lagoa da Prata, caso n�o seja garantida a integridade f�sica dos profissionais de sa�de e pacientes.
A entidade encaminhou documento � prefeitura exigindo condi��es dignas de trabalho e seguran�a adequada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do munic�pio.
A entidade encaminhou documento � prefeitura exigindo condi��es dignas de trabalho e seguran�a adequada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do munic�pio.
Uma m�dica e outros servidores foram agredidos, na sexta-feira (28), por um casal que aguardava atendimento na unidade e reagiu com gravata, socos e pontap�s, quando comunicado que apenas a paciente poderia ficar na parte interna da unidade.
Segundo o sindicato, n�o h� servi�o de seguran�a permanente no local. O acompanhamento de pacientes est� suspenso como medida preventiva durante a pandemia do coronavirus. O protocolo � para todos os servi�os de sa�de do pa�s.
Segundo o sindicato, n�o h� servi�o de seguran�a permanente no local. O acompanhamento de pacientes est� suspenso como medida preventiva durante a pandemia do coronavirus. O protocolo � para todos os servi�os de sa�de do pa�s.
O diretor de mobiliza��o do Sinmed-MG, Cristiano Tulio, disse que "um casal jovem (em torno de 30 anos) entrou na unidade, sem registro de prontu�rio, sem qualquer restri��o de acesso, e se dirigiu ao local assistencial, onde outros pacientes eram atendidos, exigindo aten��o imediata." Os agressores foram contidos por um funcion�rio e a guarda municipal foi acionada. Depois de atendida, a mulher foi conduzida � delegacia local junto com o marido.
A UPA � a �nica unidade de atendimento de urg�ncia e emerg�ncia da cidade de 52.711 habitantes (proje��o do IBGE para 2020). O munic�pio tem um hospital privado. Cristiano diz que o controle de entrada na UPA � prec�rio. "Apenas um port�o de acesso, que fica aberto, e um s� funcion�rio administrativo, que faz o controle do fluxo e providencia o prontu�rio. N�o h� equipes de acolhimento para procedimentos de qualifica��o de risco, o que aumenta a fila e tempo de espera."
A UPA � a �nica unidade de atendimento de urg�ncia e emerg�ncia da cidade de 52.711 habitantes (proje��o do IBGE para 2020). O munic�pio tem um hospital privado. Cristiano diz que o controle de entrada na UPA � prec�rio. "Apenas um port�o de acesso, que fica aberto, e um s� funcion�rio administrativo, que faz o controle do fluxo e providencia o prontu�rio. N�o h� equipes de acolhimento para procedimentos de qualifica��o de risco, o que aumenta a fila e tempo de espera."
Cristiano conta que a profissional de medicina agredida, formada em 2018, suspendeu sua resid�ncia m�dica em Belo Horizonte para refor�ar as equipes de sua cidade, em momento de pandemia. Ela sofreu ferimentos por v�rias partes do corpo e "mesmo depois de tudo que passou, ainda foi escalada para o plant�o no dia seguinte (s�bado 29/8), e somente foi afastada ap�s interven��o do sindicato. Queremos que ela fique afastada, com remunera��o mantida, e tenha atendimento psicol�gico. O sindicato est� oferecendo apoio jur�dico."
O dirigente sindical chama a aten��o para o aumento significativo de atendimentos relacionados a quest�es respirat�rias e suspeitas do coronav�rus. Esses casos ocupam leitos de enfermarias e UTIs, al�m da demanda reprimida de casos de acompanhamento de doen�as graves, como oncologia ou cr�nicas (diabetes, renais, card�acos), cujo controle ficou prejudicado nesse per�odo e que, diante de agravamento de sintomas, os pacientes recorrem as unidades de emerg�ncia.
A sobrecarga de trabalho tamb�m � apontada como um fator de tens�o, associada ao alto risco de contamina��o dos profissionais de sa�de e o afastamento e remanejamento de pessoal diante de qualquer suspeita da COVID-19. "A rotatividade � alta, e aos primeiros sintomas, o profissional tem que ser afastado entre sete e 14 dias. O Brasil � apontado com o segundo maior registro de contamina��o, mas � o primeiro em mortes de m�dicos e t�cnicos de enfermagem contaminados pela doen�a."
Cristiano ressalta a import�ncia de se refor�ar a seguran�a dos profissionais de sa�de neste momento, principalmente em unidades de urg�ncia e emerg�ncia. "Trata-se de um ambiente de tens�o, onde as pessoas se dirigem procurando agilidade no acolhimento. Com a pandemia, a tens�o � ainda maior, tanto de quem procura quanto dos profissionais no atendimento, que est�o sob alto risco de contamina��o." O m�dico adverte ser necess�ria a presen�a de profissionais qualificados e treinados para mediar e evitar situa��es de conflito e agress�es.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) considerou que "situa��es como a registrada em Lagoa da Prata, s�o inadmiss�veis" e cobrou provid�ncias das autoridades para refor�ar a seguran�a e a melhora de condi��es de trabalho nas unidades de sa�de do estado. Alerta para problemas como falta de infraestrutura, baixo n�mero de profissionais e aumento da demanda por atendimento nos servi�os do Sistema �nico de Sa�de (SUS) "t�m contribu�do para o surgimento de um ambiente tenso, em especial nas UPAS e prontossocorros, prop�cio ao surgimento de conflitos."
Em abril, o Conselho Federal de Medicina (CFM) lan�ou campanha nacional a respeito da viol�ncia contra m�dicos, pedindo �s autoridades provid�ncias urgentes para prevenir e combater situa��es de viol�ncia contra m�dicos em hospitais, pronto socorros e postos de sa�de, especialmente, na rede p�blica.
Prefeitura
Procurada, a Prefeitura de Lagoa da Prata n�o respondeu aos questionamentos da reportagem e n�o indicou uma fonte que falasse sobre a situa��o da sa�de no munic�pio e quais as medidas para garantir a seguran�a dos profissionais e pacientes na UPA e demais unidades.
Em nota, a assessoria de comunica��o informou que a prefeitura "torna p�blica sua manifesta��o de rep�dio a toda e qualquer forma de viol�ncia. Em rela��o ao epis�dio de agress�o a uma m�dica, ocorrido na �ltima sexta-feira, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do munic�pio, a Secretaria Municipal de Sa�de esclarece que medidas administrativas j� est�o sendo tomadas."
Em nota, a assessoria de comunica��o informou que a prefeitura "torna p�blica sua manifesta��o de rep�dio a toda e qualquer forma de viol�ncia. Em rela��o ao epis�dio de agress�o a uma m�dica, ocorrido na �ltima sexta-feira, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do munic�pio, a Secretaria Municipal de Sa�de esclarece que medidas administrativas j� est�o sendo tomadas."
Diz ainda a nota que em rela��o a poss�veis medidas judiciais, "a Secretaria Municipal de Sa�de se coloca � disposi��o das autoridades competentes para contribuir com a apura��o das responsabilidades sobre o ocorrido."
No �ltimo boletim epidemiol�gico, divulgado ontem pelo Comit� Municipal de Enfrentamento � COVID-19, o munic�pio tem 899 casos suspeitos, 589 confirmados, 2.212 testaram negativos e 13 �bitos confirmados.