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Estado de Minas H�BITOS SOCIAIS

Belo Horizonte volta aos poucos � rotina

Belo-horizontinos lotam bares e pra�as e congestionamento indica movimento pr�ximo ao per�odo pr�-pandemia, repetindo cenas vistas desde a sexta-feira


07/09/2020 07:00 - atualizado 07/09/2020 08:27

Na Savassi, mesas voltaram a ficar cheias ontem e clientes ficaram sem máscara (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Na Savassi, mesas voltaram a ficar cheias ontem e clientes ficaram sem m�scara (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Balada de noite. De dia, passeio nas pra�as, na orla da Pampulha e almo�o com restaurantes cheios. O belo-horizontino retomou rapidamente os h�bitos sociais de antes da pandemia do novo coronav�rus (Sars-Cov-2). Segundo dados de congestionamentos do aplicativo Waze, desde que os bares puderam voltar a servir seus clientes, na �ltima sexta-feira, o movimento j� se aproxima de �ndices pr�-pand�micos. Na sexta-feira, por exemplo, a lentid�o de tr�fego foi 84% do normal para esse dia da semana, superando a m�dia das sextas-feiras de agosto, que eram as maiores, com 77,5%. No s�bado, o movimento tamb�m foi intenso, superior ao de ontem em recantos bo�mios do Buritis, da Savassi e da Cidade Nova, podendo estabelecer novo recorde de concentra��o de carros, um indicador de aglomera��es.
Nos estabelecimentos as pessoas cumpriram a maior parte dos requisitos de seguran�a exigidos pela Prefeitura de Belo Horizonte para evitar a dissemina��o da COVID-19, como o distanciamento m�nimo de dois metros entre as mesas e um metro entre ocupantes na mesma mesa. Mas o limite de quatro pessoas por mesa foi sumariamente esquecido em quase todos os estabelecimentos. A capacidade m�xima dos estabelecimentos n�o poderia ultrapassar a raz�o de uma pessoa a cada 5m² da �rea total, incluindo funcion�rios. Somente clientes sentados podem ser atendidos. As tvs tamb�m transmitiram jogos de futebol ao vivo, atividade que estava vedada. At� no Centro, os 10 bares da Avenida Amazonas, entre ruas Esp�rito Santo e Bahia voltaram a reviver a �poca das mesas cheias, m�sica e alegria, mas com regras mais restritivas.

No Buritis, na Regi�o Oeste, tradicionais cal�adas de bares voltaram a ser ocupadas por clientes nos arredores da Avenida M�rio Werneck. Na Pampulha, os restaurantes e bares da Avenida Fleming  receberam bom p�blico, mas sem aglomera��es fora do padr�o. Muitos estabelecimentos instalaram totens borrifadores de �lcool em gel nos acessos. As televis�es ligadas tamb�m transmitiram jogos de futebol, contrariando o preconizado pela PBH. “Ontem (s�bado), foi dia da balada mais pesada. Hoje � s� de leve mesmo, aproveitando para divertir e acordar bem tarde amanh�”, disse a publicit�ria Luciana Lima Garcia, de 27 anos, que saiu com as amigas para aproveitar a noite quente, mas agrad�vel.
 
 
Na orla da Pampulha as pessoas ignoraram o isolamento para aproveitar o domingo (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Na orla da Pampulha as pessoas ignoraram o isolamento para aproveitar o domingo (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)
 

Na lagoa

Durante o dia, na Lagoa da Pampulha, um dos principais pontos tur�sticos da capital, v�rias pessoas faziam atividades f�sicas ao ar livre, como corrida, ciclismo e caminhada. Outras apenas usavam o tempo para aproveitar o clima bom com a fam�lia. Os equipamentos de muscula��o estavam interditados, mas os bebedouros estavam dispon�veis. O movimento foi t�o grande que � noite as lixeiras do atrativo j� tinham transbordado de cocos e garrafinhas de �gua usadas pelos visitantes.
 
 Morador do Bairro Cai�ara, Ant�nio de Jesus Ferreira, de 63 anos, aproveitou para passear com a filha, Rebeca, de 15. “As coisas parecem estar melhorando. O com�rcio voltou a funcionar, voc� v� que a maioria das pessoas est� tomando os cuidados. E as pessoas, principalmente as crian�as, t�m essa necessidade de aproveitar um tempo bom como esse aqui na orla da Lagoa”, afirmou. J� na Pra�a da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul de BH, o cen�rio foi semelhante ao da Pampulha. A pra�a n�o estava t�o cheia quanto a orla da Pampulha, mas muitas pessoas faziam atividades f�sicas ou aproveitavam o espa�o para lazer.
 
 
Nos estabelecimentos do Buritis clima foi de balada e teve transmissão de futebol (foto: Túlio Santos/ EM/D.A.Press)
Nos estabelecimentos do Buritis clima foi de balada e teve transmiss�o de futebol (foto: T�lio Santos/ EM/D.A.Press)
 
A grande maioria parecia preocupada com a propaga��o da COVID-19 e tomava os cuidados necess�rios, como uso de m�scara de prote��o e a necessidade de manter o distanciamento. Por�m, ainda foi poss�vel perceber algumas pessoas sem m�scaras, tanto quando praticavam exerc�cios quanto nos momentos de lazer e relaxamento. A fiscaliza��o tamb�m estava presente. Al�m de Guarda Municipal, agentes da BHTrans e da prefeitura estavam mobilizados.

BH tem um avan�o ininterrupto da retomada das atividades comerciais desde o in�cio de agosto, quando estabelecimentos comerciais considerados n�o essenciais come�aram a abrir as portas, desde que sigam os protocolos estabelecidos. Nessa semana, bares e restaurantes puderam abrir at� 22h em certos dias e vender bebidas alco�licas, outro momento que indica o avan�o da flexibiliza��o na capital. 

Cautela no card�pio do almo�o

A regra � clara. E r�gida para o bem de todos. Est� l�, no Di�rio Oficial do Munic�pio (DOM), publicado pela prefeitura. Para restaurante funcionar, em tempos de pandemia do novo coronav�rus, � preciso respeitar o hor�rio, protocolo de higieniza��o e espa�amento correto entre mesas e cadeiras, seja dentro do sal�o ou em espa�os p�blicos, como cal�adas ou parklets. Foi neste esquema que ontem, na v�spera de feriado da Independ�ncia, em dia de muito sol e calor, a identidade mineira de confraternizar em bares e restaurantes come�ou a ser resgatada. Gerentes e gar�ons estavam animados, muitos com saudades de antigos clientes – que j� se tornaram amigos –, mas o consumidor ainda estava um tanto quanto receoso.

No Pizzarella, no Bairro de Lourdes, o casal Rog�rio Rodrigues de Oliveira, administrador de empresa, e Luciana Rodrigues Amaral, pedagoga, frequentadores do restaurante h� anos, estavam felizes em rever rostos t�o familiares. "No primeiro dia n�o sa�mos, vimos que nem todos est�o tendo cautela, usando m�scara e muitos lugares com aglomera��o. Evitamos, mas hoje queremos relaxar, sair da rotina de casa e num ambiente que temos seguran�a. � importante a retomada, n�o s� para a economia do pa�s, mas psicologicamente para todos. Este setor sofreu demais. Mas a recupera��o precisa vir com cautela", destacou Rog�rio.
 
O casal Rogério e Lucina Rodrigues foi ao restaurante ontem para relaxar e considera o ambiente seguro. Novo normal em casas tradicionais da cidade(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
O casal Rog�rio e Lucina Rodrigues foi ao restaurante ontem para relaxar e considera o ambiente seguro. Novo normal em casas tradicionais da cidade (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)
 
 
Luciana, que tem filha m�dica e conta que todos os protocolos s�o respeitados pela fam�lia, destacou o momento de “perceber que tem vida fora de casa, sair, ver movimento. E estamos nos sentido bem seguros aqui”. Eles almo�aram um prato dos mais pedidos da Pizzarella, o arroz sujo com fil�.

Na Casa dos Contos, na Savassi, fundado em 1975, o gerente Maciel Rocha, com 29 anos de empresa, conta que de um restaurante at� ent�o tradicional e s� a la carte, com a pandemia teve que adotar o delivery, que passou a fazer parte do dia a dia para sempre. Agora, os pedidos s�o aceitos por aplicativo. Foi montada uma equipe para anotar pedidos, que tamb�m podem ser retirados no local.

Maciel est� animado e diz que tem at� lista de espera. N�o fazem reserva: “Est� uma loucura, estamos reaprendendo, mas vamos nos adaptando”. Seguindo todas as regras, ele conta que perdeu muito espa�o, mas est� feliz com a reabertura. “Antes da pandemia, atend�amos 150 pessoas. Hoje, temos 10 mesas com no m�ximo quatro pessoas”.

O casal Laisa Kwok, estudante de administra��o, e T�lio Fragoso, banc�rio, estavam a espera do fil� � parmegiana, t�o famoso da Casa dos Contos e aprovados pelos clientes. “� a primeira vez que sa�mos e a sensa��o � de liberdade, me passa uma normalidade. Aqui est� dentro das regras e nos sentimos seguros. � o in�cio da retomada de uma nova vida, sair, ver pessoas, alivia o estresse da rotina dentro de casa”, destacou Laisa.  E T�lio confessou que, apesar de satisfeito com a oportunidade de sair, sente  “falta de mais pessoas no restaurante, causa um estranhamento tantas mesas vazias”.

Espa�os 

Walmir Brand�o, gente do La Grepia, no Centro, h� 12 anos no restaurante, tamb�m destacou que o delivery � o que tem ajudado a encarar a pandemia: “O almo�o est� fraco, ainda engrenando. Acredito que os clientes ainda est�o receosos. Acho que inseguros com o espa�o fechado. O que � contradit�rio, j� que na rua, em muitos lugares por a�, o espa�amento � muito menor, ficam mais pr�ximos e aqui h� a dist�ncia correta de acordo com as regras. Obedecemos todo o protocolo”.

Para Walmir, com o passar dos dias, o cliente vai voltar. No entanto, ele destaca que o p�blico do La Grepia, acompanha os anos do restaurante, portanto, "60% do p�blico da noite tem mais de 50 anos, a maioria, e este grupo acho que est� mais cauteloso em sair de casa”. Mas o gerente n�o desanima: “Ter f� � persist�ncia”.
 
 


Quase 6 mil mortes em Minas


Ap�s ter divulgado no s�bado o boletim epidemiol�gico sem o n�mero de mortos pela COVID-19 referente �s �ltimas 24 horas, a Secretaria Estadual de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) publicou o dado no informativo de ontem. No novo boletim, foram notificados 129 novos �bitos por coronav�rus no estado, elevando o n�mero total para 5.827 mortos. De acordo com o novo boletim epidemiol�gico, Minas Gerais somou 2.926 novos casos de coronav�rus. Com este n�mero, o total de casos da COVID-19 em Minas Gerais sobe para 234.804, sendo que 198.462 pacientes j� se recuperaram. Os casos em acompanhamento no Estado s�o de 30.505.

A SES-MG atribuiu a n�o divulga��o do n�mero de �bitos no boletim epidemiol�gico de s�bado a uma instabilidade no sistema de notifica��es do Minist�rio da Sa�de, em Bras�lia. Por�m, de acordo com o Minist�rio da Sa�de, n�o houve qualquer erro nos dados ou nos sistemas do governo federal. A pasta entrou em contato com a Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais para fornecer orienta��es e confirmar que o problema foi solucionado pela gest�o local.

Ja o Brasil chegou a 126.650 mortes e 4.137.521 casos confirmados de COVID-19 ontem. Nas �ltimas 24 horas, houve acr�scimo de 447 �bitos e 14.521 infectados, segundo dados do balan�o do Minist�rio da Sa�de. N�meros que evidenciam que o novo coronav�rus segue ativo e circulando no pa�s. De acordo com levantamento do Worldometers, atualizado ontem, o Brasil ultrapassou a It�lia em n�mero de mortes por milh�o de habitantes e, agora, � o oitavo pa�s do mundo com maior mortalidade por COVID-19 – enquanto tem 593 mortes por milh�o de habitantes, o pa�s europeu tem 588.

Na semana passada, o Brasil j� havia ultrapassado o �ndice de mortes por milh�o de habitantes dos Estados Unidos (583) e da Su�cia (577), “pa�s que n�o fez nenhum controle e que voltaram atr�s pedindo desculpas”, como afirmou o pesquisador Domingos Alves em tom de cr�tica � “insist�ncia ao comportamento negacionista dos governantes brasileiros".

Domingos � um dos respons�veis pelo Portal COVID-19 Brasil, iniciativa formada por pesquisadores das universidades de S�o Paulo (USP) e de Bras�lia (UnB). Segundo ele, quando o pa�s atingiu 100 mil �bitos, a estat�stica do n�mero de mortes por milh�o de habitantes foi usada para minimizar a trag�dia dessa marca, j� que o Brasil estava no 12º lugar do ranking. “Mas o Brasil j� est� subindo e, nos pr�ximos dias, vai para o s�timo lugar nessa classifica��o que o governo colocou como uma coisa boa. At� o fim da semana que vem devemos passar, na sequ�ncia, a Gr�-Bretanha e a Espanha. At� sexta-feira desta semana, n�s j� estaremos em quarto, quinto lugar", prev� Domingos.

 
 
 
 
 

DESRESPEITO NAS PRAIAS

(foto: Tânia Rego/Agência Brasil)
(foto: T�nia Rego/Ag�ncia Brasil)

A cena se repete. Areias e cal�ad�es do Rio de Janeiro voltaram a registrar aglomera��es e as estradas foram tomadas por engarrafamentos em dire��o � Regi�o dos Lagos. No balan�o da COVID-19, o Brasil chegou a 126.203 mortes e 4.123.000 de infectados, com acr�scimo de 682 �bitos e 30.168 casos confirmados nas �ltimas 24 horas. No fim de semana que antecedeu o feriado de 7 de Setembro, as cenas de desrespeito ao distanciamento social tamb�m repetiram-se no litoral de S�o Paulo. No Rio (foto), a prefeitura autorizou o banho de mar nas praias, mas a perman�ncia na areia, com barracas, segue proibida, exig�ncia que foi amplamente desrespeitada ontem. O mesmo ocorreu em rela��o ao uso obrigat�rio da m�scara no cal�ad�o. “Isso que aconteceu no Rio � muito preocupante e s� vamos ver o efeito daqui a duas semanas”, projeta o m�dico sanitarista e membro da Funda��o Getulio Vargas (FGV) Walter Cintra.
 


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